Capítulo 142. Maníaco

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Enquanto Leah pensava nisso, houve um burburinho entre os Kurkans.

“Meia tigela de mingau! Mesmo uma criança de um ano não come isso!”

"Pobre princesa... ela foi até sequestrada..."

Reclamações e censuras sobre o abuso cruel aumentaram.

"Pare", disse Ishakan calmamente. “Ela vai quebrar.”

Os murmúrios terminaram instantaneamente, como se tivessem sido uma ilusão. Os Kurkans até cobriram a boca com as mãos, trocando olhares nervosos. Eles a observaram como se rachaduras pudessem aparecer em seu corpo.

Com isso, Leah não pôde conter a risada. Ela riu gentilmente enquanto os Kurkans a observavam com curiosidade, uma risada livre. De volta a Estia, os olhos dos outros eram esmagadores e estressantes, mas agora ela se sentia confortável.

Ishakan a abraçou gentilmente e a ergueu no ar. Todos os Kurkans levantaram a cabeça com o movimento, seguindo-a com os olhos, e ele colocou a data que ela havia deixado cair de volta em sua mão.

"Além disso, de agora em diante ela será chamada de Leah, não de princesa", disse ele.

Com suas palavras, ela agarrou a data com força. Lugares desconhecidos, pessoas desconhecidas, até nomes desconhecidos. Muitas coisas haviam mudado. Ela sabia que eles continuariam a mudar. Mas em toda a turbulência, uma coisa era certa. 

Leah era agora Leah.

"..."

Em um corredor silencioso, ouvia-se o som de objetos pesados ​​sendo arrastados. O som de saltos batendo no chão de mármore, seguido imediatamente por um som arrastado. Os sons foram causados ​​por uma mulher com um rosto inexpressivo. Normalmente seu cabelo estava meticulosamente arrumado, mas estava em desordem agora.

Enquanto caminhava por um corredor, ela arrastou um grande animal em cada mão, um bode e um carneiro preto, ambos com chifres. Os animais estavam inertes e imóveis.

Era uma visão grotesca, mas ninguém a impediu. As pessoas que ela encontrou não ficaram surpresas e não gritaram. Eles apenas curvaram suas cabeças obedientemente, seus rostos inexpressivos.

Lentamente, ela chegou à Sala da Glória.

“…”

Cerdina ergueu os olhos para a luz que vinha da janela circular do teto. Este lugar, mergulhado na história de Estia, bastaria.

Tirando uma pequena adaga do bolso, ela cortou a palma da mão e usou o sangue para desenhar uma estrela octogonal dentro de um grande círculo no chão de mármore. Colocando orbes de cristal brilhantes em cada um dos oito pontos da estrela, ela arrastou os animais para frente.

No centro da estrela, ela cortou a cabeça do carneiro preto. O sangue jorrou, se acumulando. Estranhamente, o sangue encheu o círculo mágico assim que o tocou, e os orbes de cristal lentamente se encheram de fumaça preta.

Depois de esvaziar o sangue do carneiro preto, ela se aproximou do bode e abriu seu peito, extraindo seu coração. Com o coração na mão, Cerdina sorriu.

Leah tinha escapado.

Cerdina não estava arrependida de a princesa ter fugido. Ela já estava arruinada. O problema era que Blain a perseguira cegamente. Cerdina não teve escolha para admitir que seu filho precisava de Leah. Já que chegara a isso, ela teria que adiantar um de seus feitiços inacabados, mas ainda não podia fazê-lo sozinha.

Sentada à luz da janela acima, ela comeu o coração da cabra. Enquanto ela mastigava e engolia a carne ensanguentada, as esferas de cristal ficaram completamente pretas. Cerdina lambeu os lábios manchados de sangue e inclinou a cabeça para trás.

“Ahh...” O estranho gemido escapou dela, quase 0rgásmico. Seus olhos brilharam enquanto ela falava, cheios de alegria.

A voz estranha, que não podia ser considerada humana, ecoou. Os oito orbes de cristal tremeram levemente como se em resposta. Quanto mais Cerdina falava, mais intenso se tornava o tremor.

<Eu sou aquele que herdou o primeiro poder.>

Seus olhos injetados de sangue estavam brilhando.

Os oito orbes de cristal racharam e explodiram em pó.

Risadas maníacas ecoaram pela Sala da Glória.

***

Essa mulher é macabra...

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