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Fabiana

Mais cedo recebi o conselho do médico pra ir procurar tratamento pra minha filha nos Estados Unidos, por que aqui eles não tinham estrutura o suficiente. Por mais que seja particular, é o Brasil.

Eu não quero abandonar Filipe, mas também não quero deixar minha filha sem um trtamento adequado.

—Você deveria ir, até pago sua passagem.—Fala Luísa.

—Assino em baixo.—Gabriely aponta.

Balanço a cabeça e suspiro profundamente. Estava ajustando o figurino da Luísa Sonza e pedindo conselhos.

—Ret é só um cara, tem vários na gringa.—Me afasto de Lu.

—Não sei ainda, tenho até mês que vm para dar um retorno.—Gabriely revira os olhos.

—Para de ser burra, já é dia 12, mulher!—Estala os dedos algumas vezes.

Eu estava sentindo que ela sabia de algo que eu não, estava insistindo muito para que eu fosse embora.

—Tenha calma, vou pensar sobre.—Bufa irritada.—Não é simples, tem meus pais, amigos e meu namorado aqui.—Volto ao meu trabalho.

—Se a Jade morrer, a porra da culpa vai cair em você!—Grita comigo.

Sinto meu sangue ferver, fuzilo ela com o olhar.

—Vai a merda, Gabriely! Você pode ser minha amiga, mas o que eu faço ou não referente a minha vida, não é do seu interesse! Some da minha frente, porra!—Grito apontando pra ela.

Se levanta e pega a bolsa, me da as costas. Eu não to nem ai, que nem olhe mais na minha cara, mas ela não tem direito de dizer o que devo ou não fazer, a filha ainda é minha.

—Ei.—Luisa põe a mão no meu ombro, olho pra ela envergonhada.

—Desculpa por surtar, já não tava mais aguentando.—Ela sorri singela.

—Ta tudo bem.—Desce da base que a deixava mais alta e fica na minha altura.—De quiser, posso te passar o número da minha psicóloga.—Ri sem graça.

—Relaxa, Lu, eu me viro por enquanto.—Balança a cabeça.

—Gabriely foi filha da puta no que disse, mas não terminem a amizade, são tão lindas..—Sorri.

—Esquece isso.—Passo a mão no rosto e arrumo meu cabelo.—Sobe ali de novo, se não, não tenho tempo.—Falo mandona.

Continuo meu trabalho mesmo com a cabeça doendo de preocupações e problemas. O que confortava meu coração era que ia ver Filipe hoje.

(...)

Deito em seu peito, passa as mãos pela minhas costas enquanto observo Jade mexee no celular. Seu cabelo estava caindo por conta do tratamento, estava receosa em raspar e ela não se sentir mais tão auto confiante assim.

—Ta tudo bem, nega?—Olho pra ele e assinto com um soreiso fraco.

—To preocupada só.—Se senta e me arruma em seu colo.—O tratamento tem progresso lentissimo, eles comentaram de irmos para os Estados Unidos, por ser um tratamento mais avançado, mas fora de cogitação.—Ele me olha estranho.

—Claro que vocês vão, porra.—Balanço a cabeça.—É a tua filha, Fabiana!

—Eu sei! Mas eu tenho minha vida aqui, lá eu tenho que construir tudo do zero.—Da de ombros.

—E dai? Melhor isso e a Jade bem.—Nego com a cabeça.

—Vai dar certo o tratamento aqui no Brasil, só termos calma.—Falo e ele bufa irritado.

—Fodase então. Tu tem a solução na tua mão e fica de doce, vai a merda.—Me empurra de lado.

—Para.—Encaro ele feio.

Se levanta e pega um baseado, sai pra fora e acende. Suspiro e me afundo no sofá, passo a mão pelo meu rosto. Me levanto e vou até onde Filipe estava, abraço ele por trás e suspiro, beijo seu ombro. Ele se vira, agarra minha cintura e me beija calorosamente

Filipe havia se tornado uma duvida, depois de tantas certezas.

Dama da NoiteWhere stories live. Discover now