Capítulo 11 - Nêmesis

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     Eram quase 5h da manhã quando Sophia despertou. Realmente passara a noite estendida sobre o chão. Rapidamente se pôs de pé e já estava pronta para dar o próximo passo. Pegou o seu celular e discou um número rapidamente.
     – Damon! – exclamou ela. – Eu tenho um trabalho pra você! Te asseguro que pagarei muito bem pelos seus serviços. Como sempre!
     – É claro. Combinado! Sabe que estou sempre a sua disposição! – disse uma voz grossa, do outro lado da linha.
     – Certo. Eu preciso de você aqui na minha casa agora. Pode vir?
     – Como quiser! É você que manda! – deu um riso. Já estou indo!
     – Ótimo. Te espero! Aqui te passo as instruções.
     – Pode deixar, Sophia! Vai ser um prazer trabalhar pra você outra vez!
     Ela desligou e soltou um leve suspiro.
     Não levou muito tempo e Damon já estava diante de Sophia. Ele era um sujeito alto, de barba espessa, olhos castanhos e cabelos negros. Era um homem de certo atraente, mas tinha uma expressão séria e fria, capaz de colocar medo em qualquer um. Era uma velho conhecido de Sophia, mas não como um amigo. Era do tipo que se chamava num filme antigo de faroeste de capanga. Sophia dispensou Vicky e ficou a sós com ele pela manhã. A conversa rendeu e ela o expôs suas intenções.

     Taylor e Alexa se viram pouco naquela manhã. Foi uma manhã um tanto corrida e ela precisou ir embora mais cedo da universidade. Estava com o carro do pai e dirigiu pela estrada a caminho de casa. Era uma manhã de trânsito tranquilo e estrada quase deserta. Ela ligou o radio do carro, que tocava Gwen Stefani. Ela olhou pelo retrovisor e ajeitou o cabelo desarrumado pelo vento. Olhou outra vez e algo prendeu sua atenção. Na estrada deserta, apenas um carro vinha em um sua direção. Parecia estar com pressa pela alta velocidade, e então ela fez sinal para que a ultrapassasse. Mas isso não aconteceu. O carro atrás seguiu colado ao dela e então se chocou de leve contra ele. Repetiu o feito outras duas vezes. Era como uma perseguição. Alexa ofegou e sua respiração acelerou. Ao passar por uma estreita curva, perdeu o controle do carro e se chocou contra uma árvore, desviando da estrada. O carro que a seguia parou bem no momento da batida. Uma porta se abriu e então se viu Sophia sair do carro. A porta do motorista também se abriu e saiu Damon. Eles andaram até o carro fora da curva e pararam sobre ele. Sophia parou bem diante da janela e viu Alexa levantar a cabeça sobre o volante. Seus cílios sangravam e arranhões foram vistos em sua face. Ela olhou para o lado, com a visão turva e se deparou com Sophia, que a fitava.
     – Sophia! – exclamou Alexa, pálida.
     – Ah, querida... – disse Sophia, com deboche. – Eu fui tão clara quando disse pra você nunca mais se aproximar de meu filho. E o que foi que você fez?
     Não obteve resposta.
     – Uma pena que você não me deu ouvidos.
     Sophia agarrou os cabelos de Alexa e jogou seu rosto contra o retrovisor.
     – O que eu faço com ela agora, Sophia? – perguntou Damon, bem ao seu lado.
     – Leve-a pra bem longe daqui!

     Sophia encarou os olhos turvos de Alexa, que logo se fecharam. Naquele instante, aquele riso já conhecido, estava posto em seu rosto. Ela se sentiu como a figura da própria filha da deusa Nix, Nêmesis. Mas não havia justiça ou vingança divina sobre ela, como representado pela deusa. Aquela era sim uma justiça, mas uma justiça cruel, feita por uma mulher que tinha suas próprias leis e regras sobre justiça.


Uma Estranha ObsessãoWhere stories live. Discover now