Capítulo 5 - Passado Sórdido

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Após os parabéns, muitos convidados foram embora da festa. Sara não foi mais vista entre os convidados.
- Mãe... Você viu a vovó? - perguntou Taylor, intrigado.
- Não. - respondeu Sophia, seca.
- Mãe!!! - disse, com repreensão.
- O que foi?
- Você não acha que já está mais do que na hora de fazer as pazes com a vovó? De verdade! Chega desse clima ruim toda vez que vocês se encontram.
Taylor nunca entendeu o real o motivo de tanta mágoa da mãe contra a avó. Sophia ficou em silêncio e não disse nada, só o observou falar.
- Por favor, mãe. Ela está aqui, não está? Ela veio porque você pediu! Dê mais uma chance a ela, por favor! Sou eu que estou te pedindo.
- Eu não sei, querido. É difícil pra você entender. Não sei se sua avó merece mais uma chance.
- Eu estou te pedindo, mãe. Por favor! Faz isso por mim! O meu maior presente será ver vocês duas de bem outra vez.
- Está bem, está bem, meu filho. Não consigo dizer não pra você. - ela riu. - Vou procurar sua avó e vamos conversar. E quem sabe, por um ponto final nisso tudo.
- Obrigado, mãe. Sabia que tentaria. Eu te amo, demais! - se aproximou e a abraçou. - Agora vai lá resolver tudo com a vovó.
- Está bem, meu amor. Farei isso por você!

Sophia procurou Sara por toda a mansão, mas não a encontrou. Ela subiu as escadas e foi até o andar de cima. Entrou em seu quarto, e lá, avistou Sara, que estava de costas.
- Mãe! - disse Sophia, enquanto se aproximou. - Olha, eu... eu queria me desculpar com você.
Sara se assustou ao ouvir a voz de Sophia e um forte barulho se fez ouvir. Ela deixou cair uma garrafa de vodka que segurava nas mãos, que logo se transformou em cacos de vidro.
- Filha! Não é o que você está pensando. - disse Sara, que se virou rapidamente.
- Ah, não? COMO NÃO? - gritou Sophia, furiosa. - Você me prometeu que tinha parado. E eu... mesmo que relutante, acreditei em você. Como eu fui uma estúpida!
- Filha! Foi só uma recaída. Essa foi a última vez. Eu prometo. - disse Sara, aos prantos.
- Na minha casa... Na festa do meu filho... do seu neto! Eu não acredito que você fez isso. - Sophia começou a chorar, um choro de raiva. - Nem pelo seu neto você foi capaz de se controlar? Eu vim aqui disposta a me desculpar com você, a esquecer tudo... Acreditei de verdade que você tinha se recuperado.
- Filha! Filha! Minha filha! - exclamava.
- Olha só pra você. - disse com um olhar de desprezo. - A mesma bêbada doente de sempre. Você nunca mudou! Que NOJO eu tenho de você. - berrou.
- Não fala assim, filha. Por favor, me desculpa! Eu te imploro!
Sara se ajoelhou diante de Sophia.
- Quer saber, Sara? Acabou! Essa vai ser a última vez que vou olhar pra essa sua cara imunda. Chega! - ela se afastou. - É por isso que você nunca deu certo com homem nenhum, não é verdade? Afinal, quem iria querer uma mulher que põe a bebida na frente da seu própria família?
- Isso não é verdade, filha. Eu amo você. E eu amo o meu neto mais que tudo nessa vida.
- Filha? - ela deu outra risada. - Eu não sou mais sua filha, sua doente. Eu tenho NOJO de você. NOJO! O dia mais infeliz da minha vida foi quando eu saí do seu maldito ventre. Por culpa sua eu sofri tanto nessa vida. Sua... - ela deu uma pausa. - Sua desgraçada!
- Chega! - gritou Sara.
Sara se descontrolou e levou as mãos ao rosto de Sophia, com um forte tapa. Sophia ficou perplexa, colocou sua mão sobre o rosto e ficou em silêncio por um instante. Seu olhar fuzilou Sara.
- Filha. Meu Deus! Por favor, me desculpa. Eu não... Eu não queria fazer isso! Por favor, me desculpa! - exclamou Sara aos prantos, se aproximando.
- Desgraçada! - gritou Sophia, enfurecida, com sangue nos olhos.
Sophia empurrou Sara e deu um tapa bem mais forte em seu rosto. Sara caiu no chão, imóvel, e sem reação.
- Como você teve a coragem de colocar suas mãos em mim? Depois de tudo o que eu fiz por você... Como se atreveu a me bater?
Sara se levantou do chão, lentamente.
- Me perdoa, filha. Por favor!! Eu não sei o que aconteceu comigo nessa hora.
- Eu me livrei daquele maldito nojento do Frank por você. Eu tirei ele pra sempre do nosso caminho e das nossas vidas... É assim que você me retribui? - lágrimas de ódio escorriam de seus olhos.
- Como assim? Como você se livrou do Frank? A morte dele foi acidental. - disse Sara, confusa. - O que... O que você fez com o ele? Meu Deus!! Filha, me fala. O que você fez? Não... não! A morte dele foi um acidente... O que você... - e se calou.
Sophia permaneceu imóvel, como uma estátua. Estava firme, e seus olhos, agora secos.

Uma Estranha ObsessãoWhere stories live. Discover now