Epílogo

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O cheiro de cloro se misturava ao perfume amadeirado conhecido e o de flores

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O cheiro de cloro se misturava ao perfume amadeirado conhecido e o de flores. O barulho de um bipe era continuou e irritante. A claridade que queimava suas retinas, e a dificuldade para levantar os braços e tampar o rosto era agoniante.

No fundo, podia-se ouvir uma voz chamando seu nome, sim... aquela voz. Espera aquela voz?

A mulher se forçou a abrir os olhos não importando com a claridade que a castigaria, ela precisava ver se realmente era real, a voz.

Com dificuldade Magnólia conseguiu enxergar um borrão, a silhueta, a barba, o tom de voz, os olhos azuis gélidos, era ele? Mas como?

- Chama um médico, agora! - Ele disse desviando os olhos do rosto dela para um outro borrão parado mais atrás.

A segunda pessoa saiu do lugar levando consigo o perfume já conhecido por ela.

- Tim... - Tentou falar.

Onde estava o filho dela?

- Não meu amor, você precisa descansar.

- Timy... - Insistiu com a garganta seca.

- Ele está bem, está com a minha mãe. Em casa querida. - Disse o homem segurando o rosto dela e depositando beijos em sua testa, ela sentiu algo molhando sua pele e constatou que ele chorava. - Eu não acredito que você voltou para mim, voltou para gente.

- Vol-voltei? - Perguntou confusa.

- Shiii, o médico já está chegando.

Agora sua visão já não estava mais tão embaçada, e quando o homem se afastou ela finalmente pode ver seu rosto, seu coração acelerou e sua garganta se fechou.

Um sonho, era estranho sonhar com ele, tento em vista que há muito tempo isso não acontecia. Não que ela tenha o esquecido ou deixado de amar, claro que não, no fundo, sempre existiria um sentimento pelo homem. Afinal ele foi seu marido um dia, era o pai de seu filho.

- Chri..s

- Sim, querida sou eu! - Ele sorriu emocionado e depositando beijos em sua mão que ele apertava.

A porta se abriu novamente e ela desviou a atenção para quem passava por ela.

E lá estava ele, os olhos azuis elétricos, o perfume amadeirado que voltou consigo, os ternos de encaixe perfeito em seu corpo. Ela nunca avia sonhado com os dois ao mesmo tempo, e definitivamente não gostava daquilo.

Ela não gostava da forma que tinha dificuldades para falar, enxergar e se mover.

- Sebast... - Seus olhos se encheram de lágrimas, quando o viu ali parado ao longe.

Porque ele não se aproximava?

- O q-quê? - Desviou a atenção para Christopher que fazia carinho em seu braço. - Co-mo? - Ela se forçava a falar.

- Os médicos já estão vindo. - Sebastian disse baixinho, e Magnólia desviou seus olhos para ele novamente, então mais lágrimas se formaram.

Ele viu quando ela esticou a mão em sua direção com extrema dificuldade e o homem pareceu não ter reação. Ele não demonstrou, mas uma forte dor em seu estômago o tomou quando ela fez o jesto pedindo-lhe para se aproximar.

- Dê a mão á ela. - A voz do seu irmão disse, e com cautela ele se aproximou, os dedos gelados dela se cruzaram com força contra os dele, fazendo prender o ar nos pulmões. Ela parecia desesperada, a dor em seu estômago se intensificou e seus olhos grudaram nos dela, questionando porque ela havia causado aquilo em seu corpo.

- O qu... est-a acontecendo? - Perguntou-lhe ainda chorando.

- Você ficou em coma por 6 meses meu amor. - Foi Christopher quem respondeu e ela o olhou espantada, seu marido então se debruçado sobre ela e a abraçando.

Um choque tomou conta do seu corpo, aquele sonho estava passando dos limites, e por mais que tentasse despertar não conseguia.

- Não... n-ão. - Pela milésima vez, desde que abriu os olhos o ar pareceu faltar em seus pulmões, e ela desviou o olhar mais uma vez para seu cunhado que olhava a cena ainda de mãos dadas a ela.

O rosto dele estava pálido, parecia que iria desmaiar a qualquer momento. A mulher balançou a cabeça em negativa e apertou mais ainda os dedos do homem.

A porta se abriu novamente e então ele soltou sua mão se afastando e dando paços ainda de costas e a observando cair em um choro pesaroso, ele parou no canto do quarto que só agora ela reparava ser branco. As únicas coisas com cores vivas existentes ali, eram as flores que estavam em um vaso próximo à janela ao lado do homem e os dois pares de olhos azuis.

Ela sentiu o peso do corpo de seu marido também se afastando e uma equipe médica se aproximou. Fazendo com que o contato visual entre ela e Sebastian fosse quebrado.

- Me, a-acorda. - Disse entre soluços. - Me acorda po-por favor, me acorda! - Ela implorou.

Se quilo era real e não um sonho, então como havia vivido toda uma vida ao lado de Sebastian?

Se quilo era real e não um sonho, então como havia vivido toda uma vida ao lado de Sebastian?

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Quem É Ela | Livro 1 | Concluída Where stories live. Discover now