Em busca do sucesso (CONCLUÍDO, REVISÃO E BETAGEM)

Capítulo 9 - Fugindo pela janela

25° lugar

Banda - Los humanos
Música - Anna Júlia

Desesperado, Vex tenta se esconder em qualquer lugar dali, antes que o Michel o encontrasse.
 
— Esconde no armário — fala Rey nervoso.
 
— Cheguei. Cadê vocês!? — grita mais uma vez o Michel na ponta da escada do primeiro andar. Após gritar, ele sai da escada e vai para a sala de estar para esperar eles descerem.
 
Ao ver Vex se espremer no armário, Rey e Tonne saem do quarto e descem as escadas muito tensos.
 
Rey constantemente pensavam o que iria falar para o Michel.
 
Chegando na sala eles veem de costas o Michel, ele estava sentado separando as sacolas de compras, que fez lá no shopping.
 
Rey chama sua atenção. — Pai? Chamou a gente?
 
Michel olha para os dois, e fica desconfiado por não ver o Vex com eles — Oi filho. Tonne. Tudo bem com vocês? —, e dá um sorriso.
 
— Oi pai. Estou bem! — Rey dá um sorriso forçado, ele sabia que o pai ia falar sobre o Vex.
 
— Eu também estou bem — Tonne responde um pouco nervoso.
 
— Que bom. Onde está o Vex? Ele não está com vocês? — o Michel fala olhando para o Rey.
 
Rey tenta mentir, ele não era muito bom nisso, mas foi necessário para ajudar o Vex. — Eu não vi ele hoje — desviando o olhar do pai, ele olha para o chão.
 
Michel não morava com Rey, e por isso não sabia quando ele estava mentindo. — Como assim? Onde será que ele foi? Vou ali perguntar para Cecília, talvez ela saiba a onde ele foi — mas antes de sair para conversar com sua mãe, ele fala. — Filho, comprei roupas para você, Juliette e sua vó. Veja se dá em você, enquanto isso eu vou tá conversando com sua vó.
 
— Sério? — Rey fica empolgado
 
— Sim, sério. Veja se algumas de suas roupas dar no Tonne, assim ele ganha uma roupa nova também — Tonne fica feliz.
 
— Obrigado Sr.Michel — Tonne agradece vendo o Michel se levantar para ir à cozinha.
 
— Sr.Michel não, pode me chamar só de Michel — Tonne sorrir.
 
Juliette nessa hora chega na sala de estar, estava na cozinha comendo macarrão com a Cecília.
 
— Oi, tio, tudo bem?
 
— Oi Ju, tudo bem sim. Cadê sua vó?
 
— Está lá na cozinha terminando de comer o macarrão de forno que ela fez, e mandou chamar os meninos para comer também — Juliette ver as sacolas de compras.
 
— Ju, comprei algumas roupas para você. Pode ir lá ver com os meninos.
 
— Sério!? — ela dá um grito de empolgação e se junta com Rey e Tonne.
 
— Deixa eu ir lá perguntar sobre o Vex na cozinha — Michel sai da sala e vai para a cozinha.
 
Rey sabia que Cecília ia contar a verdade, e que Juliette ia para o quarto guardar suas roupas. Tenso, ele vai para perto do Tonne, e sussurra no seu ouvido. — Fica aqui em baixo. Eu vou lá em cima falar com o Vex — seu amigo confirma com a cabeça.
 
— Ok — ele fala baixo no ouvido de Rey.
 
Juliette observa os dois cochichando e fica curiosa. — O que vocês estão aprontando? E cadê o Vex?
 
— Não sei. Vou ver se ele está lá no meu quarto — o Rey sai deixando sua prima e seu amigo, que ficam sozinhos na sala de estar.
 
Chegando em seu quarto e fechando a porta, Rey vai para o armário e abre a porta para o Vex sair. — Você vai ter que dá um jeito de sair daqui. De uma forma ou de outra. Meu pai está te procurando lá em baixo, e Juliette vai subir para guardar suas roupas também – Rey avisa e tenta pensar em algo para tirar ele de la.
 
— Meu Deus, o que eu faço agora? – Vex estava aterrorizado. — Vou estar encrencado se voltar para casa! — ele lembra da sua mãe.
 
 Rey olha para sua janela e ver que a chuva começou a cair. — hoje de madrugada você queria fugir pela árvore não é? — o Vex arregala os olhos de surpresa.
 
— Como eu não pensei nisso antes! — os dois vão correndo para a janela.
     
A árvore estava toda molhada e escorregadia por conta da chuva, mas dava para uma pessoa descer facilmente ali.
 
O plano deles era muito simples. Primeiro passo o Vex desce pela árvore. Segundo passo ele se esconde em algum lugar.
 
— Sobe logo, antes que a Juliette e o Tonne chegue aqui no quarto.
 
 Vex assente com a cabeça e sobe no batente da janela, agarrando um galho que não parecia confiável, ele sobe e quase cai. Foi quando viu que ali estava perigoso, por conta da chuva.
 
— Cuidado para você não cair daí.
 
— Não vai acontecer — Vex vai se pendurando na árvore para descer, enquanto o Rey estava o seguindo com os olhos.
 
Foi quando a Juliette e o Tonne chega abrindo a porta, fazendo Rey tomar um susto muito grande.
 
Os dois estavam com sacolas de compras, que colocaram nas camas. Mas a Juliette estava desconfiada enquanto o Tonne estava tenso.
 
Juliette estava desconfiada por não ver o Vex no quarto. Ela tinha gostado de passar um tempo com o Vex, e vasculhando pelos olhos ela suspende as sobrancelha e franze a testa para o Rey, que estava encostado na janela.
 
Rey dar um sorriso falso e fala. — Oi gente! Vocês vão guardar as roupas no armário?
 
— Não. Vamos lavar as roupas primeiro, só subi porque estava desconfiada de vocês dois — ela olha para o Tonne que dá um sorriso amarelo.
 
— Ela começou a perguntar várias coisas para mim — o Tonne se defende.
 
— Cadê o Vex? — ela pergunta olhando para o Rey.
 
— Eu não sei.
 
Juliette sabia que o Vex tinha entrado no quarto, ela tinha visto o Rey chamar ele para conversar. Com o tom mais grave ela acusa — Vocês estão mentindo, o que estão escondendo?  —, vai ao armário e abre, só que não encontra nada.
 
Rey fica nervoso vendo ela vasculhar o quarto todo. — Não... Não estamos escondendo nada.
 
— Isso é verdade, eu avisei a ela. Mas ela quis subir – Tonne ajuda o Rey a mentir.
 
Ela abaixa sua cabeça para ver debaixo das camas, mas não encontra nada. Juliette não ia desistir até achar o Vex.
 
Enquanto na árvore, Vex estava quase chegando no chão, mas quando ele pegou em outro galho um pouco mais fino e molhado, ele despenca e cai no chão, fazendo um barulho muito alto.
 
Juliette escuta e olha na direção do Rey, que estava tapando a janela. — Que barulho é esse? – ela vai andando em direção à janela, e Tonne o acompanha.
 
Ela chega bem próximo do seu primo, que bloqueia a passagem para a Juliette não encostar no batente da janela.
 
— Sai da minha frente! EU QUERO VER QUE BARULHO É ESSE! – Juliette grita irritada.
 
Vex escuta a gritaria no quarto. Ele tinha caído de bunda no chão. Se recuperando do tombo, ele levanta e pega a chave de dentro da árvore, e abre a porta onde ficava a bicicleta.
 
Juliette empurra Rey, que acaba saindo da janela. Encostando no batente, ela olha para baixo de um lado para o outro, mas não ver nada. E os dois vão ver com ela.
 
E vendo que a Juliette não encontrou nada, os dois suspiram de alívio.
 
 Saindo da janela, Juliette olha fixamente para os olhos dos dois, como se tivesse dizendo pelos olhos; “eu sei que vocês estão fazendo alguma coisa de errado!”
 
 Rey e Tonne estavam tremendo de medo por ver a olhada que a Juliette deu para eles, se sentiram intimidados.
 
Com um pouco de dificuldade, Rey fala coçando a cabeça. — A gente não está escondendo nada.
 
— Então onde está o Vex? – ela retruca.
 
Rey olha para o Tonne, que ajuda ele a argumentar de novo. — A gente não sabe. Depois que chamamos ele para ficar aqui no quarto, ele pediu para sair e não voltou mais.
 
Ela não estava gostando nada disso, sabia que estava rolando alguma coisa estranha ali, desde madrugada quando viu Vex e Rey acordados. Mas não tinha o que fazer nesse momento. Vencida pela persistência, ela fica indignada e sai sem dar nem um tchau para os meninos.
 
 Virando suas costas para o lado oposto deles, Juliette sai batendo a porta muito forte, fazendo um barulhão.
 
— Grossa! — Rey grita, mas não recebe retorno. Rey sabia que ela iria contar o que descobriu para Michel e Cecília.
 
— Desculpa Rey, ela estava toda hora me perguntando coisas sobre o Vex. Eu falava que não sabia... Daí ela resolveu subir e... — o Tonne é cortado pelo Rey.
 
— Não precisa explicar, sei como é ela. E sei que você nunca ia contar nada — Rey confiava no seu amigo, e ver ele dando um sorriso, que é retribuído pelo mesmo. — Vamos ver se o Vex está na rua agora — os dois vão para a janela.
 
Olhando para baixo, não se via mais ele, só se via a porta aberta a onde ficava a bicicleta. Nesse momento ele já devia estar bem longe da casa dele.

Rey e Tonne foram lá em baixo e viu que o Vex pegou a bicicleta dele. — Ele roubou minha bicicleta!
 
— Acho que ele pegou só para sair o mais rápido daqui. Depois ele vai chegar com ela novamente — Tonne tenta acalmar.
 
Rey estava com medo de ter perdido a sua bicicleta, e se o Tonne tivesse certo, o Vex ia trazer sua bicicleta depois.
 
Os dois passaram a tarde na casa do Tonne, na garagem tocando cavaquinho e bateria, para não ficarem ansiosos demais. Hoje não tinha ensaio de banda, os ensaios são três vezes na semana, com os fins de semana são cinco dias. Mas Tonne e Rey treinava sempre, para dar o seu melhor no show já agendado em Canta Galo.
 
Aquela tarde foi muito agitada, Cecília, Juliette e Michel saiu perguntando aos vizinhos se viram o Vex na rua.
 
Ao decorrer do tempo que se passava rápido e nada do Vex chegar, Rey fica com a consciência pesada, mesmo com raiva. Vex tinha desaparecido e a culpa era toda dele. Se questionava também o porquê ele tinha ajudado ele a fugir. Era um plano idiota, mas por fim aceitou a triste realidade e estava esperando a hora certa para contar toda a verdade para Michel e Cecília.
 
No quarto do Tonne, que estava todo bagunçado nesse momento. — Bem me disseram que os bateristas são bagunceiros de vida.
 
— Estão estereotipando isso. Eu não sou bagunceiro, essa bagunça é organizada para mim — Tonne fala focado no jogo do seu computador, enquanto Rey o observava sentado na cama toda bagunçada.
 
Rey ri, ele sabia que não era organizada, o Tonne só estava se defendendo. — Bom... Tonne, eu sei que você é bom de guardar segredos e taus — o Rey estava nervoso pensando ainda na sua bicicleta. — Mas será que você sabe dar conselhos?
 
— O que foi que aconteceu?
 
— Eu estou com medo do canalha do Vex não trazer minha bicicleta — ele desabafa
 
— Se ele não trazer, você conta para seu pai. Você conta hoje a noite ou de manhã cedo — o Tonne sorrir e sai do seu lugar. — Pode ir jogar agora, é a sua vez...
 
Rey sorrir e vai jogar, assim ele parava de pensar um pouco nisso.

Já era 8 horas da noite, e Rey vai para o quarto com seu pijama de coelhos. Dessa vez a Juliette foi dormir com sua vó de novo, e ele estava sozinho. Quando ele deita na sua cama, aparece um vulto na janela.
 
A janela estava aberta nesse momento, então o indivíduo pula para dentro do seu quarto.
 
 Rey se assusta, mas depois ver quem era.
 
Era o Vex.
 
Estava com a camisa suja de barro e com um dedão sangrando muito, parecia que tinha se jogado na terra e chutado um batente na rua.