Capítulo 11: Michel

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Dimitri dirigia em alta velocidade pela estrada de terra, alguns minutos depois pegou a rodovia e continuaram seguindo em direção a São Paulo em silêncio. A viagem durou pouco mais de uma hora. Michel estava preocupado, pensando no futuro,  não tinha ideia do que viveria. Mas se animou ao lembrar que todo o seu passado estava ficando naquela chácara, Michel não precisaria mais suportar o irmão e a vida que tinha. A tão sonhada independência finalmente chegara.

- Vou sentir saudade do meu carro! – Dimitri quebrou o silêncio. – Vou sentir saudades dos meus livros, do meu computador, do meu apartamento e da minha vida. Mas a liberdade que estou sentindo... ah, vale a pena abrir mão de tudo para poder começar do zero.

- A liberdade! Sem a dependência que eu sentia em viver com o Daniel.

- E o melhor de tudo, estarei com o cara que faz o melhor sexo que já tive em minha vida!

Michel se sentiu inflado com o elogio, olhou para o parceiro e sorriu.

- A gente tem que terminar o que começamos hoje de manhã.

- Terminar, recomeçar, recomeçar e recomeçar. – Dimitri respondeu.

Chegaram em São Paulo. Dimitri dirigiu até os Jardins, um bairro muito nobre que Michel não se lembrava de ter passado por aquela região antes. O rapaz estava boquiaberto com os prédios suntuosos e modernos, com as mansões que via naquele local e com as lojas de luxo. Dimitri estacionou o carro em um lugar que pareceu aleatório a Michel e disse:

- Micha, preciso que você vá até a portaria do prédio que acabamos de passar e pergunte quando o Severo estará na portaria. Caso seja ele que esteja lá, venha aqui e me avisa. Se não for ele apenas agradeça que voltaremos no horário da escala dele.

- Para quê isso? – Perguntou sem entender nada.

- Você confia em mim? – Dimitri respondeu com uma pergunta com um olhar penetrante.

- Muito!

- Vai lá então!

Michel saiu do carro e foi em direção ao prédio gigantesco e bonito que Dimitri indicou. Ficou imaginando como seria um lugar tão bacana como esse por dentro. A portaria ficava dentro do prédio, Michel teve que apertar o interfone. Alguns segundos depois ouviu uma voz metálica:

- Pronto!

- Oi, boa tarde! Gostaria de falar com o Severo!

- O Severo não está no momento, quem gostaria?

- Meu nome é Daniel, quando o encontro?

- Hoje depois das 18 horas.

- Obrigado.

Michel voltou para o carro.

- E aí? – Perguntou Dimitri quando viu Michel abrindo a porta.

- Só às 18 horas.

- Ótimo, ele fica até às seis da manhã. Hoje de madrugada vamos voltar para cá.

- E o que vamos fazer até isso? – Michel perguntou sem ideia de sugerir algo.

- Vamos para um motel. – Respondeu Dimitri de maneira prática.

Dimitri os levou em um motel muito chique e muito caro. No momento de mostrar os documentos para entrar, Michel prendeu a respiração com medo de que desse algum problema, mas por sorte, o funcionário do motel não contestou a não semelhança de Dimitri com o Alex adolescente da foto.

O queixo de Michel caiu ao entrar na suíte de dois andares, o piso branco que refletia a mobília fina do local era lindo. O quarto era gigante, cheio de espelhos, com uma cama redonda no meio, ao lado tinha uns sofás que pareciam bem confortáveis, uma cadeira especial para fazer sexo, que Michel se perguntou como funcionava. Tinha uma mesa de vidro com duas cadeiras e um cardápio em cima dela. Dimitri ligou o ar condicionado e Michel foi para o andar de cima onde tinha uma banheira redonda e imensa, com um frigobar ao lado. Começou a ouvir uma música melosa e antiga vindo de uma caixa de som que havia no teto. Desceu para o primeiro andar da suíte e encontrou Dimitri pelado na cama. 

'Os Provocadores' (Thriller Gay)Where stories live. Discover now