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Seu casamento estava agora marcado e a noticia havia sido espalhada assim como os convites para o mesmo. Lucien na verdade não sabia se aquilo era realmente algo certo ao se fazer, afinal de contas, tinha Elain... Não, não que a tivesse, mas ela era sua parceira, ele era sua e ele era dela, parceira, era sua parceira, pelos deuses, mas, ela o havia renegado, partido o laço entre eles, acabado com todas as esperanças que Lucien tinha de um dia terem uma jornada juntos e então Lírio havia entrado em sua vida.

Lucien não diria que não teve seus casos após a rejeição do laço por Elain, sim ele teve, talvez numa forma de aliviar a frustação e a mágoa, e Lírio fora um desses casos, o mais sério dentre todos, aquela que ele sempre via e ela sempre o recebia com um sorriso largo nos lábios carnudos de mel e os olhos azuis como o céu do começo da manhã. Apenas ele poderia dizer como se perdia fácil na macies da pele escura quase como ébano de Lírio, em seus cabelos quais ela sempre mudava, uma hora estando cacheados, outra lisos, outra curtos e outra compridos, o preferido de Lucien era aquele com generosos cachos que iam até o final da cintura da fêmea.

E como haviam se conhecido? Bom, não fora por puro acaso, não, Lírio fazia parte do Circulo Intimo de Helion, seu pai, que inclusive os apresentou e deu todo apoio para uma relação entre eles quando Lucien estivesse pronto, e ele estava, ao menos pensava que estava, mas sua mente e seu coração não podiam engana-lo quanto a Elain, o quanto sua alma ansiava por ela, queria ela... Alma tola e masoquista.

O ruivo suspirou enquanto abaixava um livro que lia sobre a mesa de um dos terraços do palácio, um lugar calmo onde se escutava apenas o som do cantar dos pássaros e o som das fontes de água onde os pequenos animais se banhavam em bando, mas não era apenas aquilo, Lucien gostava do jardim, das diversas flores, das rosas principalmente... E ele infelizmente sabia o por que.

— Está um dia muito bonito, não está? — perguntou sua mãe se aproximando e Lucien a olhou. Aideen, a antiga Senhora da Corte Outonal, agora Senhora da Corte Diurna. Cabelos ruivos como os de Lucien, pele alva, alta, esguia e de uma beleza capaz de fazer qualquer macho cair sobre seus pés. Sua mãe.

— Sim, muito agradável — disse Lucien vendo a mãe se sentar a cadeira do outro lado da mesa de metal branca, ajeitando o chiton de um ombro só e olhando para a paisagem.

— Tivemos respostas dos convites, todos devem vir — disse ela. — Tamlin fora o primeiro a responder.

Lucien deu um pequeno sorriso, Tamlin, aquele que o havia salvado sua vida, seu primeiro amigo... Se é que podia dizer daquela forma sabendo que a amizade deles não fora construída de maneira brusca e tóxica, se Feyre nunca tivesse chego a Primaveril, era capaz de Lucien jamais ter notado. Mas, agora as coisas estavam diferentes para Tamlin, desde quando ele conheceu Vespera, sua agora Senhora, mãe de seu filho, não sabia como aquilo aconteceu, mas, ela havia o melhorado de forma absurda.

— Feyre? — perguntou Lucien e sua mãe sorriu.

— Disse que toda família vem... Ou quase toda — Aideen tinha uma expressão de pesar no rosto e Lucien assentiu, seria na verdade uma surpresa se Elain pisasse os pés na Corte Diurna. — Você tem certeza disso?

Lucien ergueu as sobrancelhas para a pergunta da mãe.

— Do que?

— Do casamento com Lírio — ela se ajeitou na cadeira. — Não é que não ache que ela seja escolha ruim, mas... Você tem uma parceira...

— Que renegou o laço, mãe — a voz dele saiu mais fria do que esperava. — Isso me faz um macho livre, e ela, uma fêmea livre.

— Eu sei disso, filho, mas... Não acha estranho que mesmo renegado você ainda o sinta?

O Laço Partido (CONCLUÍDO)Where stories live. Discover now