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Era no mínimo um sentimento de frustação que corria pelo corpo de Lucien, ele estava a literais milímetros de finalmente beijar sua parceira pela primeira vez, milímetros, não sabia se seu pai tinha mesmo olhos e ouvidos em todos os lugares para interromper justo naquele momento, por que seja fosse ficaria realmente irritado com seu genitor.

Helion havia pedido que Lucien o encontrasse num ponto mais remoto do enorme acervo da biblioteca do Palácio do Sol onde havia um escritório, era comum se encontrarem ali para debaterem alguns assuntos importantes como diplomacia e até impostos. Chegando próximo a porta de madeira branca e com entalhes em ouro, dois criados abriram passagem cada um abrindo uma parte da porta e em seguida Lucien passou por ali tendo a porta fechada atrás de si e ao entrar no escritório bem iluminado com livros em prateleiras do chão ao teto não encontrou seu pai ali, mas sim Lírio.

A fêmea estava de pé ao lado de uma replica do sistema solar que girava em tempo real, usava um vestido branco transparente que dava pouco espaço para a imaginação, os cabelos cacheados longos estavam presos num alto rabo de cavalo, havia joias de ouro pelos dedos, pulsos e braços.

— Meu pai está? — perguntou Lucien e sua ex-noiva não o olhou.

— Não fora ele quem o chamou — disse ela enfim se voltando para ele.

Os olhos azuis como céu estavam delineados, uma sombra cintilante dourada lhe colorindo as pálpebras, os lábios grossos e carnudos sedosos e Lucien manteve o olhar no rosto dela, não desceu para o corpo de pele negra retinta cujo o vestido mais revelava do que escondia.

— Você fez isso? — questionou ele e ela sorriu largo mostrando os dentes brancos como pérolas.

— E de que outra forma eu iria conseguir sua atenção? Anda tão ocupado e quando não está junto com a outra — Lírio andava lentamente até a mesa, requebrando os quadris largos com sensualidade e se sentou sobre a mesa cruzando as pernas torneadas.

— E o que você quer? — perguntou Lucien.

— Você sabe o que eu quero, eu quero você — disse Lírio. — Sabemos que isso o que está fazendo é uma grande tolice.

Lucien permaneceu em silencio, poderia debater com Lírio, mas aquilo apenas o iria perder mais tempo.

— Se quiser discutir algo comigo, Lírio, eu sugiro que peça formalmente e irei recebe-la, caso contrário eu não o farei.

— Eu não me conformo com a sua burrice! — exclamou Lírio descendo da mesa e andando até Lucien ficando a um metro longe dele. — Pelo amor da Mãe, aquela fêmea só está com você por que não pode estar com outro, se ela pudesse já estaria com ele e teria tido os filhos dele! Você não passa de um segunda opção e está conformado com isso, o que eu não admito.

— Eu não irei negar a minha parceira — ele disse olhando nos olhos de Lírio. — Eu e Elain estamos construindo aos poucos os sentimentos pelo outro, mas não é algo que cabe a você. O que eu e você tínhamos acabou, Lírio, está na hora de você seguir em frente.

— Ainda há tempo de voltar atrás! — exclamou Lírio agarrando os braços de Lucien. — Eu imploro que você acorde e veja que aquela fêmea não é para você!

Ele iria responder, iria, mas as portas do escritório de abriram e tanto ele quanto Lírio olharam para ali e Lucien arregalou os olhos ao ver Elain ali, os olhos inteiramente brancos, os cabelos flutuando como se uma brisa dos fizesse dançar.

— Saia de perto do meu parceiro, agora mesmo! — gritou Elain fazendo com que uma rajada de vento rodeasse todo o escritório fazendo com que papeis e livros saíssem voando.

O Laço Partido (CONCLUÍDO)Hikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin