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Gostava de sair para cavalgar assim que o sol deixava os primeiros raios baterem sobre a terra, gostava também de ficar observando Elain, sua parceira, sua amada dormindo como um anjo antes de partir. Lucien gostava de cavalgar por alguns motivos, mas o melhor deles era colocar todas suas ideias no lugar e também o relaxava, por tanto, era comum que passasse horas fora, por vezes parava em córrego para ele e seu cavalo descansarem e tomarem água e aquela calma o embalava numa paz que ele há pouco tempo soube que poderia ter.

Já era hora do almoço quando chegou ao portal de sua casa de verão, que também era de Elain, na verdade mais dela do que dele. Um criado recolheu seu cavalo para estabulo e o príncipe seguiu ara dentro de casa já encontrando Elain o esperando na entrada com um lindo sorriso nos lábios de anjo. Ela usava um vestido branco de alças finas e tecido leve e fresco, os pés estavam descalços e os cabelos castanhos dourados soltos saindo sobre os ombros e costas. Pela Mãe, como era linda, era perfeita, só ele sabia o quanto estava almejando fazer ela sua de uma vez por todas.

— Parece feliz hoje — ele disse indo até ela e Elain andou até ele e passou os braços por seu pescoço ficando na ponta dos pés e ele levou as mãos até a cintura fina dela.

— Sim, por que eu preparei uma surpresa — ela disse o fazendo erguer as sobrancelhas. — Tire as botas, vamos à praia.

Lucien apenas deu um largo sorriso e assentiu a dando um beijo cálido nos lábios e Elain o soltou dando um passo para trás e depois andou até uma das passagens para o jardim.

Ele tirou as botas e depois dobrou a barra da calça marrom deixando as canelas a mostra e também dobrou as mangas da camisa branca que usava até acima dos cotovelos e abriu os três primeiros botões do peito deixando a pele bronzeada escura a vista. Depois, fora até Elain que pegou em sua mão e o guiou pelo meio do lindo jardim particular cheio de flores e borboletas e desceram as escadas até a areia branca da praia e logo, alguns metros dali Lucien vira uma tenda de lençóis brancos montada, com outro lençol mais grosso forrando o chão e com diversas almofadas para apoiarem as costas, também um pequeno almoço e frutas postas.

— Vamos — ela disse o puxando e rindo, a acompanhou até o local preparado com imenso cuidado e capricho.

Chegando, Elain soltou sua mão e já arrumou um local para se sentar sobre os joelhos e o olhou, bateu com a mão no espaço ao seu lado.

— Desse jeito vai me deixar mimado — ele disse a fazendo rir e se sentou ao lado dela.

— Bom, eu não vou me arrepender — respondeu ela colocando um prato com frutas e uma torta e o ofereceu. — Vamos, coma.

O príncipe ergueu a sobrancelha, olhou para os olhos de Elain que pareciam ter uma grande expectativa e depois para o prato e novamente para ela.

— Foi você quem fez? — perguntou e ela assentiu. — E está me oferecendo? — Elain assentiu novamente. — Elain... — deu um riso sem graça. — Sabe o que isso pode significar?

A vidente olhou para o prato e para ele, deu um pequeno sorriso e levou uma mão ao seu rosto.

— Eu sei — ela disse fazendo com que o coração de Lucien quase parasse em seu peito. — E aceito, Lucien, se é nisso que tem dúvida.

Ele abriu a boca levemente, desacreditado, seus pensamentos estupidamente rápidos.

Com as mãos tremulas, ele pegou o prato da mão de Elain e mesmo que não quisesse estava receoso, muito receoso, não sabia se devia mesmo comer aquilo, mas olhou para Elain, para os olhos dela que brilhavam numa expectativa que chegava iluminar seu rosto, os cabelos balançando com a brisa do mar, o som das ondas a moldando.

O Laço Partido (CONCLUÍDO)Where stories live. Discover now