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•OLÍVIA•

só pode ser brincadeira.
eu sei que estava indo contra tudo que minha mãe dizia ultimamente, matando aula quase todo dia e bebendo no meu quarto todo dia até ir pro banheiro correndo vomitar, usando todos os cartões de crédito dela e afrontando ela e meu pai sempre.
mas acho que não era necessário ela me mandar morar com meus avós, sério.
aqueles velhotes moram no meio do mato, a mais de 6 horas de carro de qualquer civilização, devem ser completamente loucos!

estou surtando no meu quarto, já disse que não iria ir de jeito nenhum.
mas meus planos são interrompidos quando vários homens de preto arrombam minha porta e tentam me segurar enquanto alguém coloca um lenço no meu rosto, que faz com que eu desmaie automaticamente.
com certeza devem ser pessoas que meus pais contataram para me levar a força para lá, eles tem dinheiro o suficiente para isso.

acordo já dentro do carro, vendo que um homem dirige, seu olhar é sério e focado na estrada.

-não tenho mais como fugir dessa, né? (eu digo me esticando no banco, aceitando minha derrota)

-faltam 3 horas de estrada até lá, senhorita Olívia. (ele continua sério olhando atentamente para a estrada, que era formada por terra e pedras, pude perceber que só havia mato por todo lado, estava chegando no fim de mund... digo, fazenda dos meus avós)

me sentia injustiçada.
sabia que fazia muita merda para alguém de 14 anos, mas eram meus pais.
eu tenho sorte de sempre ter sido ensinada em casa também e não ter necessidade de terminar a escola, pois se não estaria ferrada.
me perguntava se em algum momento minha mãe voltaria atrás e me levaria para morar com ela novamente, talvez ela sentisse minha falta em algum momento...

agora eu estaria sem meu celular, Tv, notebook e etc...
longe da minha banheira de hidromassagem e dos empregados limpando minha bagunça todo dia.
não podia imaginar como iria me virar assim, sentia que ia surtar a qualquer momento.

não podia imaginar como iria me virar assim, sentia que ia surtar a qualquer momento

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4 ANOS DEPOIS

acordei com o cheirinho de café fresco que minha avó sempre fazia.
em cima da mesa também nunca faltavam seus bolos de laranja e chocolate, suas bolachas caseiras e alguma torta salgada.
eu sinceramente não gostava muito de nada, acho que ela poderia cozinhar algo melhor do que essas coisas.
mas até que era gostoso, então eu comia.

hoje eu estava completando 18 anos.
ficava tentando pensar em como voltaria para a cidade agora que era de maior, queria sair desse fim de mundo o mais rápido possível.
desde que cheguei ainda não consegui me acostumar 100% a vida no campo, odeio esse lugar.
não tem nem ao menos energia, então temos que usar velas sempre, os banhos quentes aqui são rápidos e difíceis, pois temos que esquentar a água e tomar banho de caneca, é uma humilhação!
desde que cheguei aqui também não tenho que fazer trabalhos do dia a dia, acho que eles entenderam que eu não sou obrigada a isso.
eles já faziam tudo sozinhos antes, então não tem porque precisarem da minha ajuda.

minha avó me contou que meu avô foi até um mercadinho que tinha a 4 horas dali, apenas para comprar algumas coisas para fazer um bolinho para o meu aniversário e por isso ainda não estava em casa.
aquilo me tocou, era difícil me sentir feliz com algo ali, mas aquilo me tirou um sorriso.

meu avô era um homem gentil e carismático, minha avó era uma pessoa brava e engraçada.
sempre ria vendo os dois discutirem por coisas bobas, pareciam um casal de novela.

passei um tempo conversando com a minha avó, até ver meu avô chegar com seu carrinho velho.
ele entrou sorridente com os ingredientes, entregando eles para a minha avó, que imediatamente começou a arrumar as coisas para fazer o bolo.
ele me chamou para ir até a rua pois queria me mostrar algo.

quando chegamos lá ele apontou sorridente com as duas mãos para uma bicicleta meio velinha a nossa frente.

-consegui comprar de um amigo que mora perto do mercadinho aonde eu fui, é seu presente de aniversário! (ele disse receoso) -me desculpe por não poder te dar algo melhor, eu...

-é sério? (eu disse com raiva, era sempre assim, desde que vim para cá não tinha nem um presente decente) -o que eu quero com essa sucata velha? eu nem tenho para onde ir com isso, porque sou obrigada a ficar nessa merda com vocês.

-Olívia, não fale dessa forma... (minha avó disse atrás de mim, parecendo triste)

-não me diz o jeito que eu tenho que falar, eu falo como eu quiser. (eu sentia a raiva me consumindo, me sentia cansada desse lugar) -não precisa mais fazer esse bolo, provavelmente iria ficar horrível de qualquer forma.

então passei por eles rapidamente, indo em direção ao meu quarto e me trancando.
meu aniversário iria ser uma merda novamente, eu merecia algo bem melhor do que tudo isso.
queria apenas dormir para esse dia passar logo.

tinha caído no sono após alguns minutos rolando na cama para tentar dormir, mas senti meus olhos se arregalaram quando senti alguém em cima de mim, com a mão pressionada contra a minha boca, me impossibilitando de gritar.
era um homem que usava uma máscara em sua boca e um capuz preto, deixando apenas seus olhos verdes com uma cor escura e intensa aparecendo.

-verifique se suas janelas estão fechadas antes de dormir. (ele disse logo antes de me dar uma pancada na cabeça, que me fez desmaiar)

Nas garras de um assassino Dove le storie prendono vita. Scoprilo ora