12

20.7K 1.3K 336
                                    

•OLÍVIA•

ele me deu uma última olhada, parecendo perturbado, antes de se levantar erguendo as calças e andando apressadamente até o quarto.

levantei minha roupa e me joguei para trás no sofá.
desnorteada, me sentindo nojenta.

qual era o meu problema?
havia acabado de transar com o meu sequestrador?
o pior de tudo é que eu realmente fiz isso porque quis, assustadoramente gostei de cada toque dele no meu corpo.
era como se eu me rendesse totalmente a ele, por que me sentia tão atraída por esse cara?
por que simplesmente esquecia as coisas que ele fez e deixava tudo de lado?
sentia que estava a um ponto de surtar, não conseguia controlar meus sentimentos e muito menos entender eles.

caramba, nem me dei conta de que havia acabado de perder a virgindade.
olhei devagar para o sofá e pude ver uma parte dele suja de sangue, que droga.
me levantei apressadamente e fui até o banheiro, me jogando de baixo do chuveiro.

depois de tomar banho coloquei uma camisola pois estava um tempo mais abafado, talvez o que aconteceu estivesse me deixando nervosa ainda, também não me importava mais tanto com as roupas que eu usava, me sentia mais segura com o Dylan

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

depois de tomar banho coloquei uma camisola pois estava um tempo mais abafado, talvez o que aconteceu estivesse me deixando nervosa ainda, também não me importava mais tanto com as roupas que eu usava, me sentia mais segura com o Dylan.

pera.
reprimi esse pensamento e comecei a bater diversas vezes na minha cabeça.
se sentir segura com um assassino?
qual é o seu problema, porra?
a falta de afeto durante minha vida toda só pode estar fodendo o meu cérebro.
não posso deixar isso acontecer, porque sinto que estou desenvolvendo sentimentos por ele?
não, não, não.

estava presa em meus pensamentos quando vi um par de pés se aproximar de mim, olhei rapidamente pra cima e pude visualizar o rosto de Dylan.

-vamos fazer um bolo. (ele disse simplesmente, me deixando confusa. um bolo? assim do nada?) -e essa noite e amanhã o dia todo você tem o direito de falar sem minha permissão, ok? não me faça se arrepender dessa escolha.

então, ele virou as costas e seguiu andando para a cozinha.
fui atrás dele.

-m-mas não íamos fazer a janta? (eu perguntei confusa)

-não precisamos jantar todo dia, dá para comer alguma besteira também, não somos velhos. (ele disse enrugando a testa para mim)

involuntariamente soltei uma risada.
vendo ele me olhar de canto e direcionar rapidamente seu olhar para frente novamente, dando um pequeno sorriso de canto.
enquanto ele pegava os ingredientes, fiquei olhando para ele.
e porra, Dylan era de longe o homem mais bonito que eu já havia visto.
ele parecia ter saído de um filme de bad boys onde o protagonista faz todas as garotas babarem.
mas toda vez que eu olhava para a sua cicatriz no olho era como um lembrete de quem ele era pra mim.
engoli em seco, olhando para as coisas na mesa.

então, ele colocou na minha frente um pote e alguns ingredientes.

-misture tudo isso e faça a massa, vou untar a forma do bolo. (ele se virou e andou até a pia)

bem, eu nunca havia feito um bolo na minha vida, não imaginava que a primeira vez em que eu fizesse isso seria com o meu sequestrador.

bem, eu nunca havia feito um bolo na minha vida, não imaginava que a primeira vez em que eu fizesse isso seria com o meu sequestrador

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

fiquei animada ao ver o bolo pronto e já recheado.
tinha ficado simplesmente perfeito, bati palminhas olhando para ele, cozinhar era realmente legal.

então, vi Dylan se afastar e pegar algo na gaveta?
será que era uma faca?
ele realmente tem dupla personalidade e agora decidiu me matar?

eram velinhas.
pequenas velinhas de palitinho rosa.

então, ele começou a tirar elas do pacote e colocou 18 delas em cima do bolo, depois pegou um isqueiro no seu bolso e começou a acender todas.

-vamos lá, você não teve bolo no seu aniversário. (ele disse apontando para o bolo)

-vai cantar parabéns pra mim? (eu perguntei confusa)

-ai já é demais, só sopra essas velas. (ele disse mal humorado, com os braços cruzados)

novamente involuntariamente, dei outro sorriso.
então, apaguei as velinhas em cima do bolo, sentindo uma enorme vontade de chorar.
minha mãe sempre me dava dinheiro para ir ao shopping e as vezes nem sequer me dava um abraço de feliz aniversário, nunca tive essa sensação de ter alguém ali vendo você soprar as velinhas do bolo, de ter alguém "comemorando" seu aniversário com você.

uma lágrima escorreu.
Dylan parece ter ficado sério, soltando os braços.

-o que foi? é por que eu não quis cantar o parabéns? (ele disse enrugando a testa e se aproximando mais de mim)

-não... eu só... eu só nunca tive isso, sabe? (eu disse abrindo meus braços) -eu... eu só gostei disso, obrigada.

então, ele ficou parado me olhando por alguns segundos, quando nossos olhares se encontraram, ele desviou para o lado rapidamente, fazendo um barulho com a garganta.

-hum, legal. corta o bolo. (ele disse apontando uma faca para mim)

senti meu corpo tremer, não gostava de facas, muito menos nas mãos de Dylan.
ele pareceu entender e demonstrou ficar sem jeito, cortando o bolo ele mesmo.

então, comemos o bolo.
o gosto estava tão bom quanto a aparência.
depois de devorar quase metade dele, guardarmos na geladeira.

então, quando estávamos novamente no sofá, dessa vez mais próximos, assistindo mais um filme de terror antigo, percebi que aquilo havia virado um hábito para "nós".
ao mesmo tempo que isso me assustava, me confortava.

Nas garras de um assassino Where stories live. Discover now