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•OLÍVIA•

quando saímos para fora do quarto pude ver melhor a casa, era de dia e o sol entrava pelas janelas, era uma casa muito bonita.
então ele me levou até o banheiro, jogou uma toalha em mim e antes de bater a porta disse: "tem 10 minutos para tomar banho, não quero você andando pela minha casa com esse cheiro."

senti meu rosto esquentar de vergonha.
sabia que a culpa de eu estar urinada era dele, mas ele conseguia fazer eu me sentir nojenta e ficar com vergonha do mesmo jeito.

tomei um banho rápido, lavei bem meu cabelo e meu corpo todo.
pude notar que cada canto da sua casa era muito bonito e com uma decoração que parecia cara, ele devia ter bastante dinheiro.
estava terminando meu banho quando escutei ele gritar do lado de fora: "JÁ DEU DEZ MINUTOS."

então desliguei o chuveiro, me secando apressadamente.
mas olhei para os lados e me toquei de que não tinha roupas comigo.
iria usar as mesmas roupas urinadas?

no meio dos meus pensamentos ele abriu a porta abruptamente, agredeci por estar enrolada na toalha.
então ele jogou duas sacolas grandes no chão e voltou a fechar a porta.
abri as duas e percebi que tinham diversas peças de roupas, também tinham várias roupas íntimas.
ele foi até a cidade no tempo em que eu estava trancada lá?
então ele deve ter um carro também, estou começando a me questionar porque um homem que aparentemente tem tanto dinheiro mora nesse fim de mundo.

as roupas não eram meu estilo, eram peças normais e sem graça.
mas pelo menos eu tinha novas roupas para usar lá.

me xinguei mentalmente.
por que eu estava agradecendo por isso?
eu podia ter muito mais que isso se ele não tivesse me sequestrado.
não devo ser grata por essas roupas horrorosas ou qualquer coisa que ele faça.

coloquei então um short cinza que era um pouco curto, uma camiseta branca e uma calcinha preta.
percebi que ele não havia comprado sutiãs, o xinguei mentalmente.

sai do banheiro com a toalha na cabeça, procurando por ele.
então encontrei ele jogado no sofá da sala, logo seu olhar se direcionou para mim.

-eu... preciso de uma escova de cabelo (eu disse receosa, quando vi sua expressão se fechar para mim, me lembrei na hora que não poderia falar sem sua permissão)

ele se levantou e começou a andar na minha direção, mas antes dele chegar perto eu coloquei meus braços na minha frente para me defender e murmurei com medo.

-d-desculpa, eu esqueci, eu juro.

então ele parou antes de chegar mais perto, olhei devagar para cima e pude ver seu olhar frio virar um sorriso, como se estivesse satisfeito por me ver implorar daquele jeito.

-tudo bem, escova e esse tipo de coisa estão no meu quarto. (ele apontou para uma porta no corredor)

balancei a cabeça em afirmação e me dirigi até o quarto.
percebi que realmente estava certa, a decoração era rústica e muito bem feita, até mesmo a parte de baixo da sua cama, que segurava o colchão.
vi em cima de uma cômoda a escova de cabelo, junto com perfumes, desodorantes, entre outras coisas.
como morava longe da cidade imagino que ele gostava de sempre comprar as coisas em maior quantidade, para não precisa ir com frequência até lá, por ser muito longe.
aparentemente a casa dele era ainda mais afastada da cidade do que a dos meus avós, isso me deixava com medo e angustiada.

penteie meus cabelos e levei a toalha de volta para ele, que as puxou da minha mão e pareceu ir estender em um varal que tinha na lavanderia da casa.
era um grosseiro, tanto em falas quanto em atitudes.

então quando ele estava se aproximando novamente, senti minha barriga roncar alto.
olhei para o lado com vergonha, tentando disfarçar.

-vai cozinhar, te deixo comer depois junto comigo. (ele disse se deitando no sofá)

quando eu ia abrir a boca para falar me lembrei novamente, por mais que fosse a coisa mais ridícula que eu já havia visto, estava me acostumando com isso.

fui até a sua frente e fiquei olhando para ele, expressando que pedia permissão para falar.

-diga.

-e-eu não sei cozinhar...

-pode fazer algo simples.

-m-mas eu nunca nem fritei um ovo.

ele me fitou sério.
andou até a cozinha e abriu uma gaveta, pegou um livro grande e andou até chegar em mim novamente.

então colocou o livro nas minhas mãos.

-tem diversas receitas ai, tem no máximo duas horas pra fazer um almoço.

então ele se deitou no sofá novamente, me deixando perdida sem saber o que fazer ao certo.

depois de escutar ele dizer que faltavam 10 minutos me apressei para terminar de fazer a salsinha que ainda não tinha cozinhado direito

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depois de escutar ele dizer que faltavam 10 minutos me apressei para terminar de fazer a salsinha que ainda não tinha cozinhado direito.
tentei fazer um macarrão com salsinha, parecia o mais básico e simples.
nunca gostei de comer esse tipo de coisa, parecia um prato pobre e sem graça.
mas por toda a fome que eu sentia podia admitir que estava louca para devorar uns três pratos seguidos.

quando servi na mesa, porque sim ele queria que eu fizesse tudo, ele puxou uma cadeira e se sentou devagar, olhando para o prato.
o macarrão havia ficado meio duro e não sei se acertei no molho da salsinha.

ele colocou uma garfada na boca, eu observava atentamente.
então fez uma careta.

-é, ficou ruim. (ele disse simples, sem tirar os olhos do prato) -vai ter que treinar bastante pra cozinhar algo digno, mas você vai ter muito tempo (ele sorriu para mim, um sorriso sarcástico e debochado) -pode se sentar, aproveite sua obra de arte!

então sem mais cerimônias, me sentei apressadamente na mesa, estava morrendo de fome.
apesar da salsinha estar com o gosto muito salgado e o macarrão difícil de morder, eu devorei dois pratos rapidamente, finalmente me sentia cheia, até o enjôo que eu estava sentindo passou.

quando eu ia me dirigir até o banheiro para escovar os dentes, senti ele me puxar pelo braço, ele era fodidamente forte, só um apertão dele quase me deixou roxa.

-termina isso antes de qualquer coisa. (ele disse apontando para a pia cheia de louça) -e se estava indo escovar os dentes, a escova roxa é sua.

então ele me soltou e foi em direção ao banheiro, fiquei com raiva e queria xinga-lo de tudo, quem ele achava que eu era para lavar louça?
esse merdinha...

Nas garras de um assassino Where stories live. Discover now