15

18.4K 1.2K 250
                                    

•OLÍVIA•

a noite chegou.
Dylan ainda não havia saído daquele quartinho, eu ainda não havia saído do sofá.
a casa estava preenchida por um silêncio enorme, era possível escutar as corujas e grilos que ficavam do lado de fora.
até que a porta foi aberta.
Dylan saiu de lá coberto de sangue, segurando uns quatro sacos pretos.
passou direto por mim e foi até a rua, andei devagar até a porta e percebi que ele havia ido para um pouco longe, pois me lembrei de que a lixeira ficava afastada da sua casa.
olhei para fora, para os lados.
não tinham cercas em volta da casa.
era agora.

sem pensar direito, apenas movida pela raiva interna que eu estava sentindo e a adrenalina que circulava pelas minhas veias, sai correndo para o lado de fora.
Dylan ainda não havia chegado na lixeira, corri para o lado direito da casa.
depois de correr por uns cinco segundos, escutei sua voz.

-OLÍVIA! (meu coração estava acelerado, não poderia olhar para trás, agora não tinha mais volta)

continuei correndo, cada vez mais e mais rápido.
mas escutava seus passos atrás de mim, sabia que logo ele me alcançaria.
então, no impulso, me joguei em um arbusto que tinha entre tantas árvores, me infiltrando no meio dele.
logo vi Dylan chegar onde eu estava, ele parou devagar, parecendo perceber que não escutava mais o som dos meus passos.
então, ele começou a olhar em volta, ofegante.
meu corpo tremeu, ele estava tão próximo, podia me ver a qualquer momento.

-escuta, eu sei que você tá por aqui. (ele disse ríspido, conseguia ver seu peito subindo e descendo) -é bom sair agora se não vai ser pior pra você quando eu te encontrar.

minha mente entrou em conflito pensando se eu deveria ou não me entregar agora.
mas não, eu ainda tinha chances, não podia deixar ele vencer.

ele passou as mãos pelo cabelo, suspirando.

-Olívia. (ele disse olhando para onde eu estava) -você deveria ter saído por vontade própria (meus olhos se arregalaram quando ele enfiou sua mão no arbusto, me puxando pelo braço para fora dele)

-ME SOLTA, ME SOLTA! (eu gritava tentando fugir do seu aperto)

então, meu rosto se virou com força.
ele havia me dado um tapa.
sua mão segurou meus cabelos com força, me trazendo para perto do seu rosto.

-você me obrigou a te mostrar meu pior lado (ele disse me acertando um soco no estômago, que me fez grunhir de dor) -vou te fazer nunca mais pensar na hipótese de fugir de mim novamente.

Dylan me jogou nas suas costas, andando até a sua casa.
eu gritava, pedia desculpas, chorava e soluçava.
mas ele não dizia uma palavra, apenas continuava em silêncio.

quando chegamos do lado de dentro, ele fechou a porta com um estrondo, trancando ela em seguida.
Dylan começou a caminhar comigo até o quarto em que estava até pouco tempo.
entrei em desespero.

-não, não, não! por favor! (eu suplicava)

-calma... (ele disse pegando com a mão livre uma caixa dentro da sala) -você é especial, não torturaria você no mesmo lugar que torturo todos os outros. (Dylan riu, indo em direção ao seu quarto comigo)

enquanto ele me amarrava a uma cadeira pelos pés e mãos, eu implorava para ele me soltar, para me desculpar.
mas nada, ele nem ao menos olhava para mim.

então, parei de chorar por alguns segundos, quando engoli em seco vendo Dylan tirar um taser de dentro da mala.
em seguida, pegou uma fita, arrancando um pedaço e a colando na minha boca.

-olha, espero que lembre de cada sensação dolorosa que sentir a partir de agora, porque vai te ajudar a não cometer erros no futuro, ok? (ele sorriu, colocando a mão no meu rosto)

lágrimas e mais lágrimas desciam do meu rosto, agora eu não vou nem ao menos poder dizer nada.

então, senti o choque do taser na minha coxa, dei um grito abafado, arfando de dor.
ele deixou o taser lá por uns três segundos, então tirou.
antes que eu pudesse abrir meus olhos direito novamente, senti o taser na minha outra coxa, soltei outro grito abafado.
e assim foi por mais ou menos vinte minutos.
depois ele soltou o taser dentro da mala.
meu rosto se encontrava ensopado por tantas lágrimas descendo uma atrás da outra.

Dylan voltou a aparecer no meu campo de visão, segurando um isqueiro e uma vela.
então, se aproximou até chegar a milímetros do meu rosto.

-escuta, você vai botar sua cabeça pra trás e não vai voltar a colocá-la para frente até que eu mande, entendeu? (concordei com a cabeça devagar, botando minha cabeça para trás)

então, Dylan ascendeu a vela e deixou ela um pouco parada em sua mão.
não conseguia ver muito bem por estar com a cabeça para trás.
senti Dylan arrancar a camisola que eu usava, por toda força que tinha não me surpreendi em fazer isso apenas com uma mão.
fiquei exposta, apenas de calcinha.
quando estava tentando raciocinar o que estava acontecendo, senti um gota quente entrar em contato com o meu peito.
aquilo doeu pra caralho, ele estava jogando a cera da vela quente na minha pele.

fui para frente no impulso, chorando mais ainda de dor.
então, um soco forte no meu estômago.

-pra trás. (ele grunhiu)

dolorida e sem alternativas, voltei a jogar minha cabeça para trás, sabendo que teria que me segurar muito para me manter naquela posição.

então, a tortura se repetiu várias vezes.
sentia que minha barriga e meus peitos já estavam cobertos pela cera da vela.

Dylan ficou alguns segundos parado em frente ao meu corpo, parecendo pensar se já era o suficiente.
então, ele soltou minhas mãos e meus pés, em seguida, sem o mínimo cuidado, arrancou a fita da minha boca.

-o que você acha, já está bom assim? (ele se abaixou até a altura do meu rosto, segurando meu maxilar)

-s-sim... (eu disse quase em um sussurro)

-ótimo, tenho certeza que não vai voltar a cometer erros novamente, não é?

-não, não vou. (eu me sentia derrotada, humilhada)

Dylan sorriu, soltando meu rosto.
então pegou a maleta e foi em direção a porta.

-vai tomar um banho pra fazer a janta, estou com fome. (ele disse antes de sumir pela porta)

como um zombie, andei me debruçando nas coisas até o banheiro.
quando cheguei lá, tirei minha calcinha e entrei no chuveiro, sentando no chão e me permitindo desmoronar.

Nas garras de um assassino Where stories live. Discover now