CAPÍTULO 9

2.2K 176 8
                                    

SEIS MESES DEPOIS...

Existe um fato que ninguém te avisa quando você começa a namorar seu melhor amigo: a merda que acontece quando tudo acaba

Eu sou a prova viva disso. Quando decidi dar uma chance ao Naruto sabia o que estava em jogo, mas pensei que nossa amizade seria maior do que qualquer coisa estúpida que saísse dessa tentativa. Era o que eu achava. Entretanto, aqui estou eu devorando um pote de sorvete enquanto me culpo por todas as coisas que começaram a dar errado 6 meses atrás, e não tenho meu melhor amigo pra me consolar.

Cinco meses atrás eu quebrei o contrato que garantia meu futuro com excelência, qualquer decisão que eu tomasse aquela altura seria autodestrutiva e optei pela minha dignidade enquanto jogava fora meu futuro e saúde mental no processo.

Quebrei o código de ética que me impede de me relacionar com um paciente, meu diagnóstico já não era mais objetivo e meus relatórios eram pouco informativos. Tive meu primeiro contato com o contratante, chamado Kakashi Hatake, aparentemente um antigo mentor de Sasuke que acredita em sua inocência, mas eu não acredito mais... Não depois do que presenciei, não depois de ver Sasuke dilacerando o corpo de um rapaz que possuía idade o suficiente pra ser meu avô.

E a culpa era minha por lhe dar autorização pra viver em sociedade, por achar que ele estava preparado e que era um passo necessário pra superar seus traumas.

- Saky? - Ouso uma voz feminina me chamando e me viro para a direção em que a voz vinha.

- Estou te chamando a um tempão, tá no mundo da lua? - Ino diz se aproximando

- Desculpa, eu não prestei atenção.

- Ei, tudo vai melhorar, eu prometo. - diz entrelaçando seus braços em mim - Você é a garota mais forte que eu conheço.

- Obrigada. - Agradeço com um sorriso leve e ela me entrega uma dose de tequila.

- Beba e esqueça dos seus problemas, ao menos por essa noite. - A observo radiante e só consigo inveja-la. - Vem, as meninas estão esperando.

Ela caminha por entre a multidão, a música estava alta e o cheio forte de álcool estava por todo lado, mais a frente consigo ver Temari e Hinata rindo. Eu me sentia deslocada em meio a tanta felicidade. Elas percebem nossa presença quando nos aproximamos.

- Achei a fujona. - Ino brinca e eu tento sorrir para não preocupa-las.

- Achou alguém interessante na festa? - Temari pergunta para Ino e ela nega com a cabeça.

- E você?

- Hinata não me deixa escapar, diz ela que Naruto está na festa e trouxe alguns amigos

- Hinata só tem olhos para o Naruto, não é novidade. - Ino diz se divertindo e me encolho me sentindo cada vez menor naquele ambiente.

- Desculpa por isso Sakura. - Hinata diz envergonhada

- Tudo bem, como a Ino disse... não é novidade. - sorrio e vejo seu rosto se assemelhar com um tomate. Se eu não a conhecesse diria que está passando mal. - Naruto sempre foi meio lerdo, precisa ter mais iniciativa. - aconselho-a

- É fácil pra você falar, você é o primeiro amor dele. - Suas palavras doem meu coração, havia uma ferida exposta no meu peito que ardia ao ponto de querer arranca-lo. Eu me odiava por tê-lo magoado dessa maneira.

Como se tivesse sido invocado, vejo ele se aproximar da nossa mesa com seus olhos focados em mim, seus olhos mostravam sua dor e seria algo que eu não poderia suportar, não nesse momento.

- Com licença, preciso ir ao banheiro. - me retiro com rapidez para não dar oportunidade das meninas questionarem ou tentar me impedir. Vou para fora da boate e puxo o máximo de ar que consigo. Meus pulmões agradecem

Peço um táxi e vou para casa, deixando um recado pra Ino avisando que não estava me sentindo bem.

Na frente do meu apartamento havia um rapaz encostado na parede. Tento focar minha visão pra identificar o indivíduo antes de me aproximar.

- Boa noite, posso ajuda-lo? - pergunto ficando a poucos passos de distância. Ele usava um capaz e com a cabeça baixa era impossível reconhecer sua identidade. Pra ser sincera, era assustador.

- Doutora Haruno? - ouso uma voz familiar e quando o rapaz retira o capuz e deixa seus fios vermelhos a vista, a lembrança logo retorna.

- Sasori? Como achou meu endereço? - questiono.

- Eu te segui. - Ele se aproxima.

- Por que? O que você quer? - pergunto levemente irritada por estar sendo vigiada.

- Eu quero voltar para as consultas.

- Eu não sou mais sua psicóloga a meses Sasori.

- Eu tentei passar com outras profissionais, mas só você me entende Doutora. - sua súplica me entristece.

- Eu... eu não posso te ajudar.

- Você é psicóloga, não pode recusar ajudar alguém que precisa de ajuda.

- Eu não sou mais psicóloga, droga. - grito irritada derrubando as chaves do apartamento. - Pode ir embora por favor? Eu preciso ficar sozinha.

- Como assim?

- Por favor, Sasori. - peço segurando as lágrimas e ele acena passando por mim e entrando no elevador.

Assim que fecho a porta atrás de mim, permito que as lágrimas caiam, permito que a dor tome conta de mim por completo, permito-me sentir desde que tudo aconteceu.

Por uma denuncia anônima, foi investigado de que eu tinha um caso com um paciente. Numa psicoterapia o paciente é ouvido de uma maneira diferente, durante as sessões, são apontadas questões que são ouvidas por alguém que não está envolvido na vida do paciente. E essa relação sem amizade do analista-paciente é a responsável pela melhora do paciente, pois consegue trazer novas reflexões, mudanças e elaborações. Minha ética e compromisso foram colocados a prova e eu falhei.

Não posso exercer a única coisa que sei fazer na vida, não posso desabar nos braços do meu melhor amigos pois ele nem fala mais comigo, não posso culpar outra pessoa, a não ser eu mesma pela morte de um inocente.

Precisarei seguir a vida sabendo que todas as consequências que tive foram apenas fruto das minhas próprias escolhas.




crédito: ---

¡Ay! Esta imagen no sigue nuestras pautas de contenido. Para continuar la publicación, intente quitarla o subir otra.

crédito: ---

PSICOPATA EM KRATOS ||  𝒔𝒂𝒔𝒖𝒔𝒂𝒌𝒖Donde viven las historias. Descúbrelo ahora