CAPÍTULO 38

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A cozinha estava escura, cuidadosamente abro a geladeira buscando pelo outro pote de sorvete.

Depois de conversar por horas com Sasuke, eu adormeci, acordei na minha cama, escovei os dentes e tentei dormir novamente mas a insônia me pegou, e aqui estou eu bagunçando a cozinha alheia atrás de comida no meio da madrugada.

- Sorvetinho, cadê você em? - procuro por todas as prateleiras

Um barulho nas minhas costas me faz dar um pulo tão alto que poderia participar de alguma competição de ginástica olímpica.

- Droga! - grito dando um passo pra trás. Mas logo avistando o motivo do meu susto - Por que não avisou que estava aí?

- Você não perguntou.

- Você está com o sorvete! Sabia que eu estava procurando por ele? - pergunto me aproximando do moreno que estava escorado em pé se apoiando na borda da mesa saboreando um pote de sorvete de miso. O meu sorvete.

Quando a empregada entregou a lista de compras, fiz o pedido de sorvetes de wasabi e miso. Wasabi trazia um gosto picante enquanto o de miso era uma mistura de doce e salgado. Não era algo comum em Nova York mas a senhora fez questão de ir em uma loja com diversas comidas exóticas do Japão no centro da cidade e trazer para mim.

- Esse sorvete é meu! - afirmo logo me arrependendo de ter chegado tão perto. Ele estava sem camisa, seus músculos definidos e seu abdômen marcado me deixava desconcertada ao passo que minha visão ia se adaptando a pouca iluminação do cômodo. Por um segundo, esqueci do sorvete.

- Não achei que tinha dono. - diz me encarando inexpressivo.

- Dona. Bom, agora você sabe! - afirmo e ele sorri se mantendo em um silêncio predatório. Sinto minhas pernas fraquejar. - O sorvete. - o lembro

Ao invés de me entregar o pote ele toma um punhado do sorvete na colher e leva até minha boca. Eu não deveria agir como uma criança recebendo comida na boca, mas o ar se tornou tão denso que senti como se meus pulmões estivesse sido espremidos como uma laranja. Eu abri a boca. Obediente.

Sua atenção estava fixa na minha boca enquanto eu sentia o sorvete derretendo na superfície da minha língua, limpo a colher antes dele puxa-la de volta e devolvê-la ao pote. Nossos olhares estavam fixos um no outro, sem que qualquer um tomasse a iniciativa de desviar, o cômodo parecia encolher a cada segundo perto dele.

Passei o dedo indicador na extremidade dos lábios tirando o excesso de sorvete que havia ficado ali, chupando o dedo em seguida de forma sensual. Ele gemeu.

O silêncio se instaurou na escuridão com apenas o ar puramente sexual se estendendo no cômodo inteiro. Conectados pelo desejo reprimido, nossos olhos diziam o que nossas bocas não conseguiam. Eu genuinamente duvidei da tensão sexual que sentimos quando estávamos juntos, não era justo que só eu sofresse com as reações de estar com tesão enquanto ele sempre fugia, como se não me desejasse tanto quanto eu o desejo. Entretanto, momentos como esse me deixavam mais do que confusa, ele não era transparente com seus sentimentos mas sua excitação? Era algo impossível de esconder. Principalmente quando sua calça deixava em evidência e seus olhos sempre eram atraídos para minha boca, pescoço, seios.

Dou um passo a frente e ele engole seco.

- Você está suado... - comento ao reparar seus ombros brilhando sob a pouca luz da lua que nos iluminava.

- Estava treinando. - sua voz sai rouca e mais exasperada que o normal.

- Como acha que estou me saindo, nos treinos? - paro a poucos centímetros dele

Em outro momento eu estaria surtando de vergonha com a iniciativa de insinuações tão provocativas mas a dor entre minhas pernas pulsava tão forte que me deixava inebriada, subjugada pela atração que sentiamos.

PSICOPATA EM KRATOS ||  𝒔𝒂𝒔𝒖𝒔𝒂𝒌𝒖Onde histórias criam vida. Descubra agora