Oito

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Todos estavam reunidos na sala da mansão enquanto Porchay se recuperava do choque, o médico-legista da máfia - Jacob -, examinava a cabeça de Ken e alguns guardas costas checavam do lado de fora da mansão, procurando por mais pistas que pudessem os levar até o responsável. Quem quer que tenha feito aquilo, havia desaparecido com o corpo de Ken.

E Big se sentia culpado. Culpado porque, de certa forma, pensava que tudo aquilo era culpa sua. Às vezes lhe passava pela cabeça que se tivesse ido atrás de checar a silhueta atrás da janela que havia visto, poderia ter pegado o assassino em flagrante e evitado a morte do amigo.

— Ei, tá tudo bem? Eu sinto muito.- Tankhun passou o braço pelos ombros do maior, se referindo a seu amigo.

O guarda costas soltou um suspiro longo, enfiando a cabeça entre as mãos que, apesar do frio que fazia, estavam suando de nervosismo. O episódio de algumas horas atrás não saía da sua mente, toda aquela cena doentia que era digna de um ato de O Massacre da Serra Elétrica ainda mais macabro ameaçava trazer de volta seu almoço.

Mas pior que isso foi ter visto o choque nos olhos do namorado, que a um tempo estava tão radiante.

— Eu deveria ter ido verificar, eu vi alguém atrás das janelas e preferi ignorar. - de repente, sentiu vontade de chorar.

Ken era seu melhor amigo e companheiro de vigia.

— Eu vou sentir muita saudade dele...

Por mais que doesse ouvi-ló falando aquilo, Tankhun entendia o desespero do namorado, mas não fazia sentido, estavam ambos no mesmo barco, ambos estavam mal pelo que havia acontecido, ambos culpados por tudo.

— Escute, a culpa não é sua. Kinn vai resolver isso e pegá-los o mais rápido possível. - o ruivo o puxou, fazendo Big deitar em seu ombro. — Vai ficar tudo bem.

O contato não durou muito, visto que Big se desvencilhou do abraço e desviou o olhar.

— Ninguém pode trazer ele de volta, infelizmente. Podemos achar os culpados e lhes matar, mas isso não vai trazer Ken de volta. Eu perdi meu melhor amigo pra sempre.

As palavras atingiram Tankhun de maneira inexplicável, por que ouvir aquilo do namorado doía tanto? De alguma forma, sentia que não era capaz de protegê-lo e essa era a pior sensação do mundo.

Queria ter evitado tudo isso, queria poder trazer Ken de volta, ver o namorado naquele estado estava lhe matando.

De repente, Arm apareceu no corredor, chamando a atenção de quem estava ali.

Ele estava dentro do laboratório juntamente com Jacob - o legista - e Kinn.

— Big? Venha ver isso.

Ficou de pé e seguiu o moreno até o laboratório, Tankhun havia ficado, mas não o chamou. O ruivo não aparentava ser alguém que gostaria de ver uma cabeça dilacerada várias vezes, seu estômago era fraco.

Preferiu poupá-lo daquilo. O legista fechou a porta quando Arm e Big entraram e tirou o lençol de cima da cabeça, mostrando o "cadáver" que acabará de perder o último vestígio de calor que lhe restava.

Kinn também estava dentro do laboratório pensativo.

O olhos de Ken estavam fechados, diferente de quando haviam-no encontrado, e em sua bochecha possuía um corte mal-feito, como se houvessem serrado-o.

— O que fez isso no rosto dele? - Big apontou.

— Um arame farpado, ele estava preso por isso. Provavelmente cortaram-lhe pelo pescoço. - Jacob ergueu o saco com a evidência.

WANTED - ArmTayWhere stories live. Discover now