Capítulo 57

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Capítulo 57: Tudo por meus irmãos.



Luffy entrou no escritório buscando o den den muchi que o conectava à Sabo, discando o número do irmão, esse que atendeu ficando em silencio, esperando para saber quem havia ligado.

- S?

"L! Eu tenho tanto para falar! Na próxima vez que nos vermos vou estar colocando você e o idiota do A de castigo!! V-você viu as notícias?"

- Notícias? Sobre o que? O que nosso irmão fez?

"Lu... f-fica longe, por favor, eu estou resolvendo tudo, prometo."

- Tudo bem - Luffy franziu o cenho sem entender, Sabo parecia que iria chorar, o que era?!

"P-por mais que eu goste de pensar que você me ligou porque sentiu saudades, sei que tem algo a mais, o que seu irmão pode fazer por você?"

Luffy mordeu o lábio, algo tinha acontecido com Ace, algo tão ruim que Sabo estava segurando o choro e não queria que se metesse, o mínimo que podia fazer era não descarregar em cima dele, seu irmão já tinha muito para lidar.

- Na verdade, eu tive minha sombra roubada hoje...

"VOCÊ SE ENCONTROU COM MORIA?!"

- Hm... o derrotei - Luffy sorriu pequeno - Conheci um esqueleto que está tentando voltar para sua família há cinquenta anos, fiquei pensando em vocês e decidi ligar, fala com A pra mim? Meus nakamas estão festejando e eu quero ir também...

"Claro, L! Eu falo com ele sim, se divirta bastante, nós vamos nos encontrar em breve, em Shaboady."

- Até lá - Luffy desligou, o cenho franzido enquanto pegava seu chapéu retirando os dois papéis que Nami havia prendido lá para si.

O de Sabo estava inteiro, mas o de Ace tinha começado a queimar, sua respiração engatou.

Ace estava muito encrencado, se fosse algo bobo Sabo não estaria no estado em que estava, seja o que fosse seu irmão não daria conta sozinho e Luffy não tinha ideia do que era, também não podia envolver sua tripulação, não depois de hoje.

Eram fracos, não tinham forças mesmo quando juntos, tentar enfrentar um inimigo que poderia ter deixado Ace a beira da morte era inimaginável no nível em que estavam.

Luffy sentiu suas pernas fraquejarem, as lágrimas vindo enquanto caia de joelhos, tudo que podia fazer era sentar e esperar por boas notícias, isso o deixou doente, odiava essa sensação, odiava ser fraco, incapaz de ajudar, odiava ser ele mesmo!

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O grito cortou a comemoração, o silencio fazendo a animação cair enquanto os Mugiwara se olhavam assustados.

- O-onde está Luffy?! - Chopper indagou se desesperando.

- Ele entrou assim que começamos o banquete - Zoro falou, confuso, não existia nada dentro do navio que pudesse causar mal a alguém, ele mesmo tinha verificado tudo tão logo zarparam.

- Eu vou conferir - Nami se levantou, encarando Zoro e Sanji em aviso antes de entrar.

Zoro apertou as mãos em preocupação e Sanji apagou o cigarro em sua própria mão.

- O que será que aconteceu? - Franky foi quem indagou.

- Seja o que for, foi ruim - Robin suspirou, ela queria ir atrás, pedir para seu capitão desabafar, mas estaria sendo hipócrita e sequer sabia como fazer isso, não sabia ser quente e confortável como Luffy.

Nami logo saiu, a expressão desolada mostrando que não conseguiu muito.

- E-ele deu ordens espessas para que durmam no dormitório masculino hoje, disse que ele ficará de vigília - Nami contou.

- O que?! - Zoro arregalou os olhos, ele e Luffy dividiam a cama desde que se conheceram! - O que aconteceu, Nami?!

- Ele não disse, f-ficou agressivo quando perguntei.

- Eu vou lá.

Sanji parou Zoro, uma mão no peito do espadachim.

- Vai mesmo desobedecer o capitão, Zoro? Mesmo depois de ele já ter te castigado?

O esverdeado encarou o loiro com irritação antes de bufar, recuando.

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Sabo ainda encarava o den den muchi, completamente exausto enquanto as lágrimas o escapavam, ele não chorou em momento algum desde que a notícia da prisão daqueles três chegou até si, Ace, Marco e Crocrodile, o irmão, o cunhado e o pai de Luffy.

Tinha praticamente implorado à Dragon para mover alguns homens e tentar tirá-los de lá ainda em Impel Down, mas não conseguiu nada, o que só o deixou ainda mais irritado com o Monkey, então sabia o que precisava fazer, sabia que essa era a única opção se queria estar lá para ajudar.

Inspirando profundamente, discou o numero que Koala havia conseguido para si, antes de soltar o ar.

"Alô?" A voz vibrou mesmo que estivesse distante e Sabo voltou a inspirar profundamente antes de soltar o ar.

- Você deve ser o Oyaji de quem Ace tanto fala.

O silencio se prolongou por alguns minutos, era notável que o homem não devia ser o único escutando já que vozes abafadas soaram antes do homem tornar a falar.

"E você quem é?"

- Alguém que ama muito Ace e faria de tudo para ajudar, sei que não vão deixar isso como está.

"Quem é você?" A pergunta partiu de outra voz, mostrando que eles não estariam recuando disso, Sabo sorriu pequeno, sabendo que o den den do outro lado mostraria esse sorriso.

- O governo não vai apenas o manter preso por alguns anos, não mesmo, não só por ele pertencer à seu bando, mas pelo sangue que carrega.

"Me deixem a sós, filhos" A voz vibrante falou com certa surpresa e diversão, Sabo conseguiu ouvir algumas reclamações antes de serem deixados a sós "Irei repetir a pergunta: quem é você?"

- Um morto que retornou para proteger seus irmãos - Sabo suspirou - Acredito que seja de interesse de ambos falar de como iremos resgatar Ace, estou disposto a passar por qualquer maldito teste para provar meu lado, não estou recuando até que ele esteja livre.

O homem do outro lado pareceu pensar por longos minutos.

"Venha até a ilha dos homens peixes em dois dias, estaremos te esperando."

Sabo sorriu, um sorriso esperançoso, uma lágrima teimosa rolando de seus olhos.

- Obrigado, estarei lá.

O revolucionário desligou, respirando fundo, ele iria salvar seu irmão e depois pensaria em uma forma de o punir por ser tão idiota!

Agora precisava se preparar para o que iria fazer, Dragon não tinha permitido que levasse homens em nome do exército, mas não tinha dito nada sobre homens que quisessem se unir por vontade própria, pediria para Koala espalhar a notícia.

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