Capítulo 04

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SEM REVISÃO

— Que tal?

Duda se afastou do notebook e deu um giro de 360 graus para mostrar o vestido que usaria em sua festa de noivado para Camila. A irmã mais nova não poderia participar da festa pois havia viajado por conta do campeonato estadual que iria competir.

Sua mãe ao saber que Camila não poderia participar pareceu um pouco aliviada, coisa que Duda não entendera muito bem. Claro que por ela queria sua irmãzinha ali consigo, mas sabia da importância daquela campeonato e o quanto aquela pontuação poderia ajudar ainda mais Camila subir no ranking nacional e assim conseguir chegar à seleção brasileira.

Seu pai ficara triste e feliz ao mesmo tempo, Duda até mesmo rira quando ele próprio percebera a ambiguidade dos sentimentos. Afinal estava feliz por seu noivado que seria anunciado, mas triste pois não poderia assistir à apresentação de Camila.

— Meu Deus, Duda, você é a noiva mais perfeita que já vi!

Camila usava o notebook que havia ganhado de seu pai para que pudesse sempre fazer chamadas de vídeos com eles enquanto estivesse viajando. A jovem se lembrava com perfeição da pequena revolta que sua mãe fizera com aquele presente. Sua mãe alegava que ela não fazia muito falta naqueles eventos importantes, afinal aos seus olhos Camila era apenas uma paria e nada mais.

Sempre que ouvia aqueles disseres de sua própria mãe, tentava não se machucar ainda mais. Afinal quem gostava de ouvir aquilo vindo de alguém que era de certa forma importante em sua vida. Aos poucos e conforme ia crescendo e tendo um melhor entendimento da vida, Camila começou a não se importar mais.

As únicas opiniões importantes eram de sua técnica e de seu pai e irmã apenas. Respirou fundo e tratou de mudar os pensamentos, não gostava de ficar sentimental um dia antes da competições, por mais que quisesse a presença de seu pai e Duda, sabia que seria bastante difícil eles comparecem, por isso apenas se apegava ao fato de saber que a todo momento eles estariam mandando vibrações positivas a si.

— Mas eu sou a única noiva com quem você teve contato Cami! — Duda riu.

— Para de ser chata, vai! — Camila riu com a irmã — Mas me fala, como está se sentindo?

— Por enquanto normal. — Duda se aproximou, pegou o notebook e mudou de posição para que Camila pudesse a observar enquanto se maquiava.

— Uau, futuro marido morrinha, hein! Custava mandar uma maquiadora para você!? — Camila provocou a irmã e riu alto quando a viu ficar séria e logo fazer um gesto obsceno com o dedo do meio.

— Sabe perfeitamente que fiz o curso de maquiagem para que eu própria pudesse fazer. Odeio que os outros toquem em meu rosto...

— Ah verdade, apenas Fabio que pode deixar aquelas marcas. — Camila comentou baixo e ganhou a atenção da irmã. — Duda para vai! Eu não sou cega, e eu vi algumas que estavam em seu corpo, apenas não sabia como perguntar.

Duda se remexeu no banco, tentou focar na sua imagem perante o espelho, mas ao ouvir a voz baixa e curiosa da irmã, voltou a atenção a ela. Camila a olhava de forma ansiosa, sabia que aquele assunto era algo que sempre gostava de conversa, poderia ser virgem, mas nem por isso deixaria de saber um pouco mais sobre o assunto.

— E qual a sua pergunta afinal? — Duda instigou a irmã caçula.

— É tão bom assim a ponto de deixar marcas? Não dói?

Duda encarou o rosto da irmã na pequena tela no notebook. Respirou fundo e pensou como responder aquilo, afinal na mente de Camila o responsável por aquelas era Fabio. Não havia tido coragem em falar que o responsável era Paulo Vinicius.

— Sim, Camila, é bom a ponto de deixar as marcas. A dor que sinto no momento é algo mais prazeroso e não dolorido como deve pensar. As marcas é como se fossem uma entrega minha a ele. Cada marca representa a minha total submissão ao prazer dele que nada mais é em me dar prazer.

Camila tentou absolver os dizeres da irmã mais velha, até tentou se imaginar fazendo aquilo e logo balançou a cabeça.

— Ficou confuso na minha mente Duda. — confessou a jovem.

— Normal, Cami. Esse tipo de entrega é mais fácil de ser entendido quando vivido e não pensando.

— Ooh, entendi. Eu acho. — Camila comentou.

Duda riu com o comentário sincero da irmã, voltou a se concentrar em terminar sua maquiagem. Sempre preferiu se vestir primeiro e depois finalizar seu rosto. Optara por algo que realçasse seus olhos e por isso usou algo mais simples, mas perfeito para a ocasião.

Sua mãe queria a festa fosse um enorme evento social, mas ela e Fabio preferiam algo mais íntimo. 


Madalena olhava entre os convidados, suspiro de modo brusco. Era a mãe de noiva e queria que sua filha tivesse tudo do bom e melhor e por isso achara extremamente deselegante e inaceitável aquela simples festa. Por mais que estivessem no jardim da casa da família do noivo, queria que toda a sociedade importante soubesse que o melhor partido havia sido conquistado por sua menina.

Não podia negar que Ligia havia feito seu melhor, mas ela teria feito algo mais pomposo. Por mais que a futura sogra de sua filha fosse rica, sabia que a questão de elegância não vinha de seu berço. Afinal bastava olhar para a cor de sua pele. Aceitou a bebida oferecida por garçom, deu um gole na bebida. Pelo menos nisso acertara.

— Muda a expressão mulher. — Rogerio comentou baixo.

Madalena voltou os olhos para o marido e o encarou confusa.

— Meu rosto está normal. Apenas fui sincera ao dizer que Duda merecia algo mais pomposo que isso. — Apontou em direção a festa.

Rogerio por um momento observou o rosto de sua esposa. Madalena por mais que já tivesse cinquenta anos, sua beleza ainda era algo excepcional. Os olhos azuis por mais que olhassem para os outros de modo duro, para ele sempre via o brilho alegre e sensual. Já vira aqueles mesmo olhos aterrorizem homens e algumas mulheres.

Voltou sua atenção para a festa que acontecia. Ligia, mãe de Fabio havia se superado, pois o local estava perfeito em todos os sentidos possíveis. Desde a banda que agitava algumas que pessoas que dançavam na pista de dançada meticulosamente posta no centro até a roupa impecável dos garçons que serviam e passam despercebidos no local. O buffet era o melhor de todo o país. Havia pratos sendo servidos que jamais se imaginara que poderia ser degustado na forma como era entregue na mais perfeita louça de porcelana.

Voltou sua cabeça e observou a esposa que mantinha a cabeça erguida e olhar orgulhoso. Sorriu e provou da bebida que era servida, sabia que Madalena odiava perder e por alguma razão sua esposa olhava para Ligia como uma rival, sendo que a mulher nem mesmo havia lhe feito nada.

— Irei atrás de Duda.

Rogerio apenas balançou a cabeça enquanto via os cabelos loiros da esposa preso em um penteado que realçava seu pescoço delgado. Passeou os olhos e parou na bunda redonda que era presa por um vestido lilás, lambeu os lábios e sorriu ao imaginar o que iria fazer com ela no fim da noite, trancados em seu quarto.

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