Laços Que Nos Unem

Capítulo 11

SEM REVISÃO

Fechou os olhos e sentou-se sobre o vaso sanitário, encarava o teste em suas mãos. Positivo. Estava grávida do único homem que permitiu tocar seu corpo e era também o marido de sua única irmã. Essa mesma irmã que havia anunciado a alguns dias a sua gestação.

Se sentiu sem rumo, sem chão. Não sabia o que iria fazer, não tinha dinheiro nem mesmo para si, quem dirá para cuidar de uma criança. Fechou os olhos ao imaginar no inferno que sua mãe iria fazer ao saber daquela gestação. Respirou fundo, precisava se manter calma. Teria que contar a Fabio, mas como? Se sua irmã descobrisse a verdade...Deus não! Não podia perder sua irmã.

Se levantou, lavou seu rosto, guardou o teste dentro da caixa, abriu a porta com cuidado, olhou rapidamente para ambos os lados do corredor e correu em direção ao seu quarto. Trancou a porta de seu quarto, pegou sua mochila e jogou a embalagem dentro. Trocou de roupa e logo saiu do quarto. Desceu a escadaria de sua casa, parou no momento que ouviu vozes.

Sentiu seu corpo gelar ao reconhecê-las, Duda e Fabio. Não teria coragem para encará-los no momento, usou sua antiga rota de fuga. Saiu pela cozinha, andou em direção ao fundo do quintal, uso o vaso de planta como apoio e logo se viu pulando para o terreno baldio ao lado da casa. Gemeu ao sentir impacto, se levantou e saiu sem rumo pela rua.

Duda estava em seu antigo quarto, olhava para rua pela janela de seu quarto. Se abraçou em um modo de proteção, olhava para todos os lados da rua na esperança de ver sua irmã. A dias que seu pai a havia confessado que Camila andava estranha. Havia saído do time de ginastica, não comia direito e vivia fora de casa.

Sabia que sua mãe jamais iria se importar com a filha caçula. Nunca entendera muito bem o que realmente sua irmã feito para merecer tanto desprezo da mãe. Sentiu alguém tocando em seu ombro, se virou e encarou Fabio.

— Eu estou preocupada, Cami, não é desse jeito. — o abraçou, encostou a testa em seu peito — Ela ficou assim desde nosso casamento... — ergueu o rosto e o olhou nos olhos — Ela acabou me confessando que conheceu uma pessoa, mas ele a machucou profundamente. Minha irmã não merece isso, Fabio. Camila merece todo o amor do mundo.

Fabio apenas acenava com a cabeça, mas por dentro estava destruído. Tinha que ver Camila quase todos os fins de semana, mas não podia tocá-la ou beijá-la. Por muitas vezes se pegou imaginando pedindo o divórcio e indo atrás de sua Merida. Tudo foi por água abaixo ao saber da vinda de seu primeiro bebê. Estava sim feliz com a notícia, mas não era uma felicidade por completo, afinal não amava a mulher que carregava seu primeiro e único filho.

Acompanhou Duda até a cama, se ajeitaram na cama, a jovem descansava a cabeça em seu peito. Fechou os olhos por alguns segundos, e imaginou como seria se fosse sua Merida ali. Sorriu ao imaginar como seria se fosse filha deles. Cabelo cacheados como os da mãe, talvez uma pele de tonalidade de mistura de ambos. Seria a criança perfeita.

Abriu os olhos ao ouvir o barulho de algo caindo. Se levantou e Duda o acompanhou. Abriu a porta com cuidado e avistou o momento que Camila surgia no corredor e tropeçava entre os próprios pés de tão bêbada que se encontrava. Parou de andar ao vê-los, balançou a cabeça e se encaminhou em direção ao próprio quarto, mas quase caiu no processo. Fabio a socorreu para que não se machucasse, Duda se aproximou da irmã, tocou gentilmente em seu rosto na busca de tentar entender o que realmente estava acontecendo.

A colocaram na cama e a encaravam sem entender o que se passava. A jovem estava de olhos fechados e ria sem humor. Fabio se manteve afastado, mas ficou por ali caso precisasse socorrê-la, Duda estava no início de gestação e não era recomendado abusar.