Capítulo 15

23 3 0
                                    

SEM REVISÃO

As irmãs e a sobrinha subiam as escadas. Camila ao passar em frente a porta de seu antigo quarto, respirou fundo e não iria mais se abalar com as atitudes daquela mulher fria que a colocara no mundo.

— Eu briguei quando ela tomou essa atitude. — Ouviu a voz baixa e sentida da irmã.

— Não se preocupa com isso, Duda. Sempre soubéssemos que ela é indiferente a mim.

— Mas não deveria! Você é filha dela! — Duda protestou e balançou a cabeça — ah irmãzinha, não sabe o quanto estou feliz por estar aqui e bem...

— O que houve? — Camila percebeu o olhar triste e confuso no rosto da irmã.

— Veja titia! — Juliana ganhou atenção para si — olha como a cama é bem grande!

Ao entrar no quarto, Camila parou e ficou surpresa ao ver o pequeno e lindo quarto de princesa a sua frente. Quando mais nova, sempre sonhara em ter um quarto como aquele. Por um momento pensou que fosse conseguir, afinal seu pai a havia prometido, mas quando Madalena soubera da intenção do marido, rejeitou prontamente e disse que jamais iria gastar dinheiro seu em qualquer sonho da filha caçula.

— É um lindo quarto — voltou o rosto para sobrinha que sorria, se aproximou deixando a mochila em um canto do quarto e parou em frente a menina que encarava de forma curiosa — mas será que a princesa que dorme aqui, não é uma pequena ogrinha que conheço?

Camila pegou a sobrinha desprevenida e começou fazer cosquinha. A menina gritava de alegria.


Maria Eduarda estava parada na porta do quarto da filha e sorria com a brincadeira que sua irmã fazia com sua menina. Sentiu um leve toque em seu ombro esquerdo, virou o rosto e encarou o marido que a olhava.

— Podemos conversar?

Apenas acenou com a cabeça, mas antes de sair do quarto, voltou novamente a atenção para tia e sobrinha que riam de algo. Se afastou e seguiu o marido que caminhava em direção ao quarto deles. Ao entrar por último fechou a porta e encarou o homem que se aproximava da janela e cruzava os braços.

— Não irá passar desse fim de semana.

Maria Eduarda encarou o homem a sua frente. Apenas acenou com a cabeça, sabia que ambos haviam enrolado demais com aquela decisão. Na realidade queriam que a filha tivesse idade o suficiente para que entendesse o porquê de o pai sair de casa.

— Não queria chegar nessa situação. Mas tentamos de tudo, Fabio.

— Na realidade... eu preciso te contar uma coisa. Não foi justo comigo e principalmente não foi justo com você.

Maria Eduarda franziu as sobrancelhas e encarou futuro ex-marido sem entender. Se aproximou e sentou-se na cama enquanto o observava caminhar pelo quarto de modo ansioso.


Camila se manteve o mais distante possível de duas pessoas naquele fim de tarde de sexta-feira. Uma era obvio que seria sua mãe, afinal a mulher iria culpá-la até mesmo pelo mau tempo que estava se transformando no céu. A muito tempo deixara de tentar entendê-la. Os estragos feitos em sua autoestima, o abalo emocional a muito tempo fora consertado. A única dúvida que tinha e sempre rondou era o porquê? O porquê ser tratada daquela forma, em que momento se tornara uma filha má.

Respirou fundo e deu um gole em seu copo de refrigerante. Ouviu a voz da sobrinha que contava sobre algo, manteve os olhos na menina alegre que sorria de forma inocente para avó que conversava com ela. Balançou a cabeça e desviou os olhos e eles ficaram preso na segunda pessoa se mantinha afastada.

Laços Que Nos UnemWhere stories live. Discover now