Capítulo 05

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SEM REVISÃO

Madalena perambulava por entre os corredores da mansão Guimarães Bonfim. Não podia negar que a família tinha um requinte de poucos. Sabia que José Bonfim era um homem que mesmo estando na casa dos setenta anos, mantinha um charme e um sorriso convincente que poderia muito bem ludibriar até mesmo a mulher mais santa na face da terra.

Sorriu ao se lembrar dos galanteios que sofrera. Por um momento pensou que Rogério poderia perder a cabeça e avançar sobre o velho. Mas quando o inqueriu, a reposta que ouvira acalentou seu coração por alguns segundos.

Ele pode até parecer pintando de ouro a sua frente, e mesmo que tenha o pau grande como o próprio alegou, conheço perfeitamente a mulher com quem me deito e amo. E ela jamais olharia para outro homem que não eu.

Mas apenas ela sabia a verdade.

A verdade mais nojenta e mentirosa que deixava guardada dentro e no fundo, na parte mais sombria de seu coração. A parte na qual jamais gostava de revisitar.

Enquanto passeava pelos corredores, parou em frente a uma porta, sem pensar duas vezes apenas abriu e entrou no local, sem se importar se ali poderia ser visto por alguém que não pertencesse a família. Riu do modo convencido, era a mãe da futura senhora Maria Eduarda Guimarães Bonfim. Balançou a cabeça e parou e encarou o local a sua frente, nada mais era que uma estufa de gente rica.

Observou o local por um momento, havia algumas plantas pendurada e espelhadas por algumas mesas que acompanhavam o molde dos vitrais. Não podia negar que era um local muito bonito. Deu mais alguns passos e se aproximou do tronco da Wisteria, era o nome botânico, mas era conhecida como Glicínia que estava posta estrategicamente no meio da sala. E com isso seus galhos tomavam conta de algumas partes e suas flores roxas davam o charme o local, era quase como se tivesse entrado em um jardim magico.

O ar magico foi quebrado ao ouvir gemidos e grunhidos sexuais. Madalena por um momento se sentiu envergonhada, afinal entrara no local e estava a poucos passos de flagrar um casal um tanto exótico. Se sentiu dividida entre sair dali e voltar para Rogério, mas a pequena curiosidade em descobrir algum podre da família perfeita falou mais alto.

Com cuidado contornou a pequena arvore, se aproximou um pouco mais do tronco e tombou sua cabeça para que pudesse espionar ser sem flagrada e ao fazer isso, sentiu seu corpo ser tomado por uma adrenalina que a muitos anos não sentia.


Paulo observava o rosto delicado da mulher que estava ajoelhada a sua frente. Grunhiu baixo ao sentir seu pau ser engolido de modo afobado e guloso por aquela pequena boca. Seu sorriso se misturou ao gemido que escapava de seus lábios ao ser encarado por aqueles olhos castanhos que se deliciavam com aquela aventura perigosa.

No momento que avistara sua pequena menina mulher usando o vestido escarlate que abraçava delicadamente seu corpo, mas realçavas suas curvas de modo escandaloso, não conseguiu se conter.

Sabia que estava errando e muito com aquela situação toda, mas era um pecado delicioso e empenhado que chupava seu pau naquele momento. Enrolou seus dedos nos fios sedosos, aumentou o ritmo de sua cabeça, enquanto cuspia sobre o pau e gemeu ao ver sua baba ser engolida por aqueles lábios que até poucos segundos estavam pintados da mesma tonalidade do vestido.

Fechou os olhos ao sentir suas bolas contraírem e enxerem a boca com seu gozo, mas não parou por ali, precisava sentir aquela boceta gulosa e apertada a todo custo. De modo brusco, a afastou, ergueu seu pequeno corpo e de modo desajeitado a pressionou contra o vidro da sala. Na posição que estavam, muito difícil seriam pegos, apenas se alguém...

— MARIA EDUARDA!

— Mãe!?


Madalena avançou sobre a filha e desferiu tapa em seu rosto. Sentiu uma mão em seu pulso e encarou o homem que a detinha.

— Tira essas patas pretas de cima de mim e de minha filha!

— Mãe, para por favor! — Duda tentou controlar a mulher enfurecida que ia para cima de Paulo.

— Quem pensa que é para atrapalhar os planos de minha filha?! Não passo de um neguinho favelado que obteve caridade da família...

— É melhor a senhora não continuar ou será muito pior para você! — Paulo a ameaçou.

— E o que irá dizer? Que sofreu racismo enquanto enfiava esse pau preto dentro da boca da futura esposa de seu primo?! — Madalena parou e riu alto — Essa eu pago para ver.

— Mãe! — Duda se colocou entre eles e encarou a mulher — Eu não irei me casar com Fabio! Eu amo o Paulo e é com ele...

Madalena desferiu novamente um tapa no rosto da filha, mas foi surpreendida por uma mão forte que atingiu seu rosto e encarou assustada o homem a sua frente.

— Nunca mais ouse encostar um dedo na minha mulher.

— Sua? — Madalena deu alguns passos para trás enquanto voltava os olhos para filha.

Maria Eduarda segurava o choro enquanto tocava no rosto que fora atingida. Seu cabelo estava bagunçado, seus lábios manchados pelo batom vermelho, a sua frente estava a imagem de uma mulher que não conhecia. Madalena respirou fundo enquanto pensava em como tirar sua filha daquela situação constrangedora.

Enquanto se acalmava, observou o casal. Paulo tocava de modo gentil no rosto de Duda que dava um leve sorriso, mas a expressão envergonhada tomava conta de seu rosto. Paulo segurou seu rosto com ambas as mãos, sussurrou algo e depositou um beijo carinhoso em sua testa. Balançou a cabeça enquanto o casal se beijava.

— Irá se afastar dela, Paulo Vinicius. — começou e ganhou a atenção do casal — Não me importo que sintam algo entre si, Maria Eduarda irá se casar com Fabio, apenas com ele.

— Não irei! — Duda protestou.

— Ah irá sim! Ou irei denuncia-lo e alegar que Paulo Vinicius se aproveitou do posto de hierarquia sobre você, afinal ele é seu orientador, não é?! Ele a coagiu dormir e atender os fetiches sexuais e lhe garantiu que o próprio escreveria seu trabalho de conclusão.

Paulo Vinicius trincou o maxilar, quando pensou em revidar e protege-los, Duda se afastou de seu corpo e se encaminhou em direção a mãe de cabeça baixa.

— Duda, por favor, confia em mim! — segurou sua mão com carinho e delicadeza — Eu irei nos tirar dessa...

— Não... — Duda sussurrou de cabeça baixa, se virou e o encarou com os olhos marejados — ela realmente irá fazer isso e eu jamais quero o prejudicar.

— Pequena...

— Escute minha filha, ela conhece bem a mãe que tem.

Madalena segurou de modo brusco o braço da filha e pouco se importou se deixaria marcar. A própria havia escolhido aquele caminho idiota ao dar vasão ao desejos sexuais juvenis. Parou ao senti-la se soltar e correr para os braços do homem. Apenas o observou a despedida entre eles.

— Eu sempre irei te amar.

— Por favor pequena, me deixa resolver isso. Eu irei conversar com Fabio...

— Maria Eduarda, vamos e não irei repetir.

Maria Eduarda beijou os lábios que tanto amava pela última vez e se afastou enquanto deixava seu coração nas mãos do único homem que realmente a fez se sentir mulher. Virou a cabeça enquanto caminhava e o olhou e murmurou:

— Eu te amo.

Laços Que Nos UnemWhere stories live. Discover now