Capítulo 08

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SEM REVISÃO

— Vocês estão bem? — O encanto foi quebrado ao ouvirem vozes vindo do auto falante.

O casal se afastou de modo brusco e cada um foi para um lado tentando assimilar tudo.

Camila tentava acalmar seu coração descompassado, afinal quase beijara um desconhecido dentro do elevador parado. Tudo bem que a situação era um tanto exótica a alguns olhos. Ela própria não gostava de ficar em lugares pequenos e no escuro. No momento que sentiu o solavanco sentiu seu corpo tremer de medo, mas no momento que ele tocou em seu rosto, por Deus, que homem era aquele!?

Parecia que estava dentro de um de seus romances de banca, onde o casal de mocinhos se encontrava e apaixonava, mas ali era a vida real, jamais iria chamar a atenção de um homem como aquele. Mas no momento que quase se beijaram se viu entregue a algo que sempre lera e jamais se viu sentindo aquilo tudo.

Por mais que tivesse ficado com alguns garotos, nunca passara dos beijos. Mas aquele homem parecia uma tempestade chegando e arrancando tudo do lugar dentro de seu peito. Até mesmo seu medo que quase tomou conta de seu corpo fora esquecido e agora estava ali, ao lado de um homem desconhecido que quase a beijaria, e o agravante era que a deixou desejando sentir tudo o que era permitido sentir entre um homem e a uma mulher.

Ainda tentava assimilar o que havia acabado de acontecer ali. Tentava controlar sua respiração, mas seus olhos foram atraídos e observou o homem que estava preso com ela. Usava uma camisa branca que realçava o peitoral enorme e forte. Os bíceps quase estavam rasgando o coitado do tecido. Em seu pulso esquerdo estava um relógio caro e que de certa forma contrastava com a elegância e imponência do dono.

O tecido preto da calça era algo que deveria ser considerado atentado ao pudor. Afinal agarrava de forma tão indecente as coxas, sentiu seu rosto esquentar no momento que seus olhos pararam na parte da frente que estava marcada pela excitação do momento.

— Sim, estamos bem. — Camila permaneceu de cabeça baixa enquanto o homem tomava a frente da situação.

— Certo. Os funcionários responsáveis já foram chamados e logo resolverão esse inconveniente. Peço desculpas pelo transtorno causado ao casal.

— Só garanta que eles trabalhem e nos tirem em segurança daqui.

Camila sentiu seu corpo se arrepiar ao ouvir a voz potente.

— Os bombeiros de plantão irão ajudar os funcionários, tudo será feito com a devida segurança a todos, senhor. Logo iremos entrar em contato novamente.

— Tudo bem, afinal só nos resta esperar mesmo.

Fabio encerrou a conversa com o funcionário e esfregou o rosto. Precisava colocar a mente em ordem, afinal quase havia cometido uma loucura. Se aproximou da parede metálica mantendo distância da garota que estava encolhida do outro lado, fechou os olhos por alguns instantes, encostou a cabeça na parede metálica enquanto acalmava seu corpo.

Por mais que o cheiro de morango dos cabelos ruivos tivesse infiltrado seu sistema, precisava se controlar, não queria olhar para ela, mas seus olhos traidores não seguiram o comando e a encaravam.

A jovem estava de ombros caídos e cabeça baixa. Viu o momento que a mão esquerda limpava algo do rosto. Até tentou se manter longe, mas precisava saber algo sobre ela.

— Me desculpa, pelo ocorrido. — murmurou.

— Tu-tudo bem. — ouviu a voz baixinha e chorosa.

— Me chamo Fabio.

Tentou continuar a puxando assunto, mas percebeu a jovem em relutância em querer falar novamente com ele. Deu um suspiro baixo, cruzou os braços e olhou para o chão.

Laços Que Nos UnemWhere stories live. Discover now