d o i s

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Michael andava pelo emaranhado de pessoas ansiosas e eufóricas no desembarque do aeroporto, se enroscando em sua enorme mala, tentando achar sua mãe em meio a todas aquelas pessoas, igualmente ansioso e eufórico por estar voltando para casa. Apenas em chegar em sua cidade de origem já se sente novamente o garotinho da mamãe, e na verdade mal vê a hora de poder ser cuidado e sentir todo o carinho de sua mãe, sempre tiveram um forte vínculo, a distância foi difícil para ambos, não estão acostumados a viver sem apresenta um do outro.

Ele logo encontrou a mulher loira e um tanto baixa o aguardando com olhos atentos e um largo sorriso no rosto, se apressou puxando a mala e correndo como podia de forma desengonçada até a mãe.

Karen praticamente se jogou sobre o corpo do filho e a mala de Michael foi ao chão. Michael a apertou em um abraço, choramingando contra o cabelo da mãe, já se sente em casa apenas por a ter por perto, ter o tipo único de independência quando se está longe de casa é realmente uma experiência incrível e avassaladora, mas não existe nada como estar de volta ao lar. Sentiu falta de casa, a vida adulta definitivamente não é para ele, não longe de casa, não sozinho.

- Eu senti sua falta. - Michael admitiu. Sua mãe é seu grande amor e isso não é segredo, independente de sua idade vai sentir falta do colo de sua mãe e de ser tratado eternamente feito sua criança, com aquele amor que aquece seu coração, de ter a segurança de saber que ao menos ela, seu verdadeiro amor, também o ama e verdadeiramente se importa, é um lugar seguro ter a quem recorrer nos momentos difíceis.

- Eu também querido, eu também. - Karen secou as poucas lagrimas que escorriam de seus olhos, se sente orgulhosa do homem que seu filho se tornou, mas não existe alegria maior em o ter por perto novamente. - Eu estou orgulhosa de você Michael. - Michael abriu um largo sorriso. - Mas agora vamos pra casa, antes que a comida esfrie. - Michael riu e começou a caminhar ao lado da mãe voltando a arrastar sua enorme mala, estava com fome depois da longa viagem, a comida do avião não é das melhores.

- A senhora então deveria ter começado a fazer a comida depois que eu chegasse. - Michael sugeriu como se fosse óbvio e Karen riu balançando a cabeça em negação.

- Ah não, Luke se ofereceu para fazer a comida, então o deixei em casa fazendo, a essa hora ele já deve ter acabado. - O sorriso de Michael se desfez no mesmo instante, esperava a comida quentinha do jeito que apenas sua mãe sabe fazer, ganhou a companhia do garoto que atormentou sua infância.

- Já não era pra ele ter saído da minha casa? - Karen olhou pra Michael, como quem o repreendesse.

- Em primeiro lugar, não é apenas a sua casa, em segundo lugar, não fale assim Michael, está sendo difícil pra ele, ele é um bom garoto e pode ficar o tempo que quiser. - Michael bufou enfiando sua mala dentro do carro e entrando junto com sua mãe.

- Mas ele já não fez 18 anos? - Karen suspirou com a implicância do filho enquanto dava partida no carro.

- Sim Michael, mas isso não quer dizer absolutamente nada, apenas pare de implicar com o pobre garoto. - Michael se afundou no banco do carro e suspirou, se dando por vencido, acabara de chegar, não quer se meter em uma discussão com sua mãe por alguém que ele considera tão insignificante.

- Eu só não gosto dele. - o colorido murmurou, sem tentar realmente argumentar.

- Mas vocês não se vêem a pelo menos cinco anos, eu tenho certeza que agora vão se dar bem, ele tem sido uma boa companhia. - Karen parecia ter realmente esperanças de que aquilo acontecesse, tem um carinho especial por Luke, presa pela sua companhia e não tem problemas em o ter em sua casa, mas depois de seguidos incidentes durante a infância e adolescência, Michael realmente tinha certa implicância com o rapaz.

- Tanto faz . - Michael voltou a rebater ainda em tom baixo, como se ainda estivesse em seus quinze anos, sendo contrariado pela mãe, mas Karen apenas o ignorou.

Depois de poucos minutos Karen parou o carro em frente a sua casa, afinal, não era um longo caminho vindo do aeroporto.

Michael arrastou sua mala pelos degraus da entrada e assim que abriu a porta sentiu o cheiro de comida, mas se recusou a admitir de que aquele cheiro já lhe dava água na boca, de qualquer forma vai ser bom comer comida de verdade depois de sobreviver os últimos anos a base de comidas pré preparadas ou fast food.

- Meu quarto ainda é o mesmo ou o órfão pegou ele? - Michael disse em tom sarcástico sem nem mesmo pensar no peso das palavras e segundos depois sentiu Karen estalar um tapa em sua cabeça.

- Não fale assim! Não seja insensível dessa forma que não foi essa educação que te dei! - Karen o repreendeu. - E se quer sabe seu quarto tá do jeito que deixou. - Michael assentiu e caminhou mau humorado até seu quarto trazendo sua mala consigo.

Michael poderia sim o ignorar, mas como desde a infância, infernizar sua vida e o ver irritado lhe parece muito mais divertido, podemos dizer que é uma coisa deles, um tipo de costume.

Nightmares ** MUKE Where stories live. Discover now