q u a r e n t a e d o i s

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- Você é um merda Calum! - Michael praguejou, levantando e saindo do quarto em passos largos.

- Obrigado por me ajudar a levantar Michael! Você é o exemplo de cavalheirismo! - Luke debochou em tom alto arrancando risos de Calum.

- Vocês são um máximo. - o moreno ajudou Luke a levantar e sentou ao seu lado na cama. - Parece que as coisas estavam quentes por aqui. - Luke escondeu suas bochechas rosadas e suspirou.

- Você está totalmente errado.

- Vocês voltaram não é? Eu sei que sim, eu sei que Michael não re... - Calum se calou ao encarar Luke e ver seus lábios tremulando. - Ele não..?

- Ele disse que ainda está magoado, só sentiu minha falta e eu não consegui chutar ele do meu quarto. - o loirinho sussurrou, Calum passou um braço por cima de seus ombros e beijou o topo de sua cabeça.

- Eu sei que isso parece bem ruim, mas vamos ver pelo lado bom, ele admitiu que sente sua falta. Isso não vai durar muito mais tempo. - Luke confirmou com a cabeça, mesmo não estando convencido disso. - Não fica com essa carinha, faz ele ver tudo o que ta perdendo. Agora vamos que a comida ficou pronta.

Michael já estava sentado em seu lugar na cozinha, emburrado como quem não queria estar ali, Karen estava sentada logo a sua frente. Calum correu para sentar ao lado da mulher, não perderia a oportunidade de deixar Luke e Michael lado a lado.

Luke pensou em pedir pra que Calum trocasse de lugar com ele, mas seria infantil e humilhante. Luke não se rebaixaria a esse ponto.

O jantar seguiu em silencio, o loiro podia sentir o olhar de Michael sobre si, Calum os encarava com malicia e Karen tentava se convencer de que tudo voltaria ao normal.

Depois do jantar Luke ajudou Karen com a louça, Calum arrumou a mesa e Michael preferiu se trancar no seu quarto.

- Fiquem avisados que vão passar a noite aqui, já são quase nove horas. - Karen afirmou enquanto Luke negava freneticamente com a cabeça.

- Besteira tia, nós pegamos um táxi, não é Cal? - Calum riu enquanto sentava em uma das cadeiras.

- Pra que eu vou gastar meu dinheiro se eu posso ficar? - Luke se pudesse torturaria Calum de todas as formas possíveis e depois o deixaria sangrar até a morte. Que péssimo amigo ele é.

- Não temos roupas pra dormir, Calum. - o loirinho disse raivoso, o que divertia ainda mais o moreno.

- Eu tenho certeza que Michael não se incomodaria em emprestar algumas roupas pra vocês. - Karen garantiu. Ela não perderia a oportunidade de trancar Michael e Luke em um quarto sozinhos.

- O que tem eu? - Micael questionou rouco, entrando na cozinha. Luke desejou que um buraco abrisse sob seus pés e o engolisse naquele instante.

- Calum e Luke vão passar a noite aqui pensei que pudesse emprestar algumas roupas pra eles. - Michael confirmou indiferente com a cabeça.

- Pode pegar no meu armário depois Cal.

- E já que não temos quartos o suficiente, pensei que Luke pudesse ficar no seu quarto e Calum no quarto de Luke. - Karen disse beijando a bochecha de seu filho como quem quisesse o acalmar.

Michael fechou os olhos com força e negou com a cabeça, um sorriso malicioso brotou nos lábios de Calum e as bochechas de Luke cada vez mais vermelhas.

- Calum pode ficar no sofá. - Michael sugeriu.

- Na verdade, eu gostei bastante da cama do Luke e eu sou um tanto espaçoso sabe? - o moreno provocou. Luke estava a ponto de explodir.

- Eu fico no sofá. - o loirinho sugeriu aos sussurros.

- Nada disso, por hoje você é nosso convidado, não coloco meus convidados pra dormir no sofá. - a mulher rebateu, insistente.

- Então eu fico com o sofá. - Michael decidiu por fim. Se Karen pudesse o acertaria com seu chinelo ali mesmo.

- Não quero que deixe de dormir na sua cama por minha causa. - Luke se defendeu.

- Ótimo, então vocês dormem juntos e e fico com seu quarto, decidido, vamos nos arrumar. - Calum puxou Luke pela mão até o quarto de Michael.

O loirinho preferiu não voltar seu olhar até Michael, sabia que ele estava puto. Não mais puto do que ele estava com Calum.

- Se eu fosse você dormiria pelado. - Calum sugeriu enquanto vestia as roupas de Michael. Quem o vê pode achar que não tem amor a própria vida.

- Me respeita vadia! - Luke reclamou vestindo a calça que havia pego.

- Boa noite Hemmo, por favor não façam muito barulho. - Calum beijou a bochecha do amigo, que lhe acertou um tapa.

- Vai dormir vadia mal amada.

Luke se surpreendeu ao encontrar parte de suas coisas ainda no banheiro, bagunçou seu cabelo que Calum havia penteado com tanto cuidado. Se certificou de não parecer um garotinho desesperado. Assim que entrou no quarto Michael já estava deitado, na beira da cama com os olhos fechados.

Luke se permitiu o analisar por alguns segundos, os fios agora naturais caindo em seu rosto, a barba ainda por fazer, as bochechas coradas, os lábios avermelhados entreabertos. Era como uma tortura não poder o tocar.

- Se quiser posso dormir no chão. - Luke sugeriu.

- A cama é grande o suficiente. - Michael respondeu ainda sem o olhar.

Luke fechou a porta e apagou a luz, deitando ao lado de Michael, o mais distante que pode.

Não se atreveu a o tocar, não se atreveu tentar lhe dizer alguma coisa para ser ignorado logo em seguida.

Era estranho estar naquela cama, era estranho estar ao lado de Michael e não estar aconchegado em seus braços, era estranho estar ao lado de Michael e ainda assim se sentir desprotegido.

Nightmares ** MUKE Onde as histórias ganham vida. Descobre agora