...⁠ᘛ Capítulo 1 ...⁠ᘛ

7.4K 613 75
                                    

... Capítulo 1: Solidão...

Ploc! Ploc! Esse barulho incessante contra o vidro

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.


Ploc! Ploc! Esse barulho incessante contra o vidro... E ao longe o trovão estrondoso... Vimos pela janela o céu negro e um novo clarão de raio riscando-o. Um dia sombrio de verão deste feliz ano novo de 1996.

Por fim, feliz ano novo. Não é para todos... Havia um jovem de quinze anos que estava caído contra a parede de seu quarto em ruínas em uma casa nos subúrbios de Privet Drive. Ele tinha um tufo de cabelo preto bagunçado e olhos verdes, como duas esmeraldas. Uma cicatriz em forma de raio cruzou sua testa. Seu nome era Harry Potter.

E o menino chorava silenciosamente, olhando pela janela, para o nada. Ele estava infeliz e se sentia sozinho. Ele tinha estado sozinho por uma grande parte de sua vida. Você não poderia dizer que sua família trouxa estava muito lá para ele além de pedir-lhe para fazer as tarefas, menosprezá-lo e menosprezá-lo. Os Dursleys o consideravam um monstro. E onde você encontra um monstro no mundo trouxa? No armário, claro. Ele viveu no armário embaixo da escada por cerca de dez anos antes de ser enviado para este quarto porque os Dursleys temiam que outros monstros os estivessem observando. Monstros? Não, bruxos. Mas para esses trouxas, isso não fazia diferença.

Dois anos atrás, Harry havia acreditado no sonho de ter uma família na pessoa de Sirius Black. Seu pai havia escolhido este homem, seu melhor amigo, para ser seu padrinho. Por doze anos, Sirius passou sua vida atrás das grades em uma cela de Azkaban por crimes que não cometeu. Ele escapou há dois anos para pegar o traidor que taiu James e Lily e matou uma dúzia de trouxas antes de desaparecer. Foi mais ou menos então que Harry o conheceu. Sirius se ofereceu para levá-lo para casa assim que ele fosse liberado, que eles morassem juntos.

Infelizmente, essa esperança se desvaneceu algumas semanas antes porque Sirius havia morrido. Ele rompeu o véu do Ministério depois de receber todo o peso do imperdoável de Bellatrix Lestrange. E foi tudo culpa dele! Se ele não tivesse acreditado nas visões enviadas por Voldemort, aquelas visões onde ele viu o mago das trevas torturando seu padrinho para levar esta maldita profecia!

Ele queria salvar Sirius dessa tortura. Foi por isso que ele foi ao Ministério da Magia com seus amigos. Mas acabou sendo uma armadilha. Sirius nunca foi feito prisioneiro, nunca foi torturado, nunca saiu da Praça Grimmauld, a casa da família Black.

Voldemort precisava dele para recuperar a profecia que dizia respeito a ambos. E Harry tinha feito exatamente o que queria sem perceber. Ele e seus amigos logo se viram cercados por Comensais da Morte e Lucius Malfoy e Bellatrix Lestrange exigiram dele a bola de vidro contendo a profecia. Eles se defenderam, mas o que um punhado de estudantes poderia fazer contra bruxos experientes? Nada além de tentar sobreviver.

Eles haviam se retirado para uma sala estranha com um arco enorme e igualmente estranho. Era, sem dúvida, um remanescente de um prédio muito antigo e uma estranha magia emanava dele. Uma magia que, sem ser agressiva, provocava arrepios na espinha. Eles foram levados um contra o outro para acabarem todos separados sob o ataque dos Comensais da Morte. A profecia se quebrou no chão de pedra na batalha e todos eles foram perdidos. E membros da Ordem da Fênix vieram resgatá-los, entre eles estava Sirius. Ele veio ajudá-lo e mandou ele pra morte porque o tirou de seu esconderijo.

A culpa foi dele! Foi tudo culpa dele ! Seus pais... Cedrico... e agora Sirius! Ele tinha a sensação de que o professor Snape estava certo. Ele era um imã de problemas. Ao seu redor, havia apenas morte e infortúnio. Mais de uma vez seus melhores amigos arriscaram a vida por ele e quase ficaram lá. Eles estavam feridos. Foi tudo culpa dele... Ele era apenas um monstro!

Harry respirou fundo para parar de chorar. Ele não queria parecer fraco diante do tio, este se aproveitaria disso e Dudley também. Uma vez que todos os vestígios de seu ataque de lágrimas se foram, ele se levantou e pegou algumas de suas coisas e as enfiou em sua bolsa. Ele havia tomado sua decisão. Ele tinha pensado sobre isso com cuidado. As pessoas morreram ao seu redor porque estavam perto dele. Então ele teve que ficar longe de todos. Ele amava especialmente Ron e Hermione e não queria perdê-los. E ele também não queria perder Remus. O lobisomem foi o último dos Marotos, o último a conhecer bem seus pais. Ele não queria que ele morresse por causa dele. Ele tinha certeza de que de alguma forma seu pai o estava observando e que estava muito zangado com ele pela morte de Sirius.

Ele pendurou a bolsa no ombro, olhou ao redor do quarto uma última vez antes de descer e sair de casa. Ele não sabia para onde estava indo ou mesmo o que faria, mas não ficaria em Privet Drive. Ele não gostava deste lugar. Ele apenas a lembrava da dor. Mas o que era sua vida no final? Sofrimento... Pôs um pé na frente do outro e saiu da casa dos tios sem nem olhar para trás. E disso ele não tinha remorso.

Não. Seu remorso era mais sobre sua sinistra solidão, que doravante seria sua única amiga.

 Seu remorso era mais sobre sua sinistra solidão, que doravante seria sua única amiga

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.
~Harry Potter e o Culto da Serpente~Where stories live. Discover now