Capítulo 22 | "Recepcionista"

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Não revisado;

João

Porra! Como essa merda foi acontecer? Eu sou a droga de um homem morto! Aqueles caras nunca me deixarão em paz, eu não podia ter perdido a Melina, não para o idiota do seu irmão policial.

Ando pelo corredor a passos largos, não tenho tempo a perder, conheço aquele tipo de policial e sei que em menos de duas horas a polícia do Brasil inteiro estará atrás de mim. Chego ao saguão do hotel e logo recebo um olhar sugestivo da recepcionista, aproveito a oportunidade e vou até ela.

— Olá! – diz com um sorrisinho de canto.

— Porque deixou aquele cara subir? – sou firme e direto, ela toma um leve susto mas logo se recompõe.

— Ele disse que havia sido convidado e que. – não espero ela terminar e destilo toda a minha raiva.

— Não me interessa que merda ele te disse, você não deveria ter liberado-o.

— Eu sinto muito, não posso recompensa-lo de algum outro modo? – sei exatamente o que ela quer dizer e apenas reviro os olhos para as suas insinuações.

Penso em calar aquele mulher uma vez por todas, mas prefiro virar as costas e sair de uma vez daquele hotel. Assim que ponho o pé na calçada, eu tomo ciência de que não tenho ideia de para onde posso ir. Não conheço ninguém nesse país, pelo menos não alguém confiável, não posso recorrer aos outros pois eles acham que estou com Melina, e sem dúvidas não posso ficar em outro hotel dando bandeira.

Sem muitas opções, volto até o saguão do hotel e encaro a recepcionista, ela não sorri como das outras vezes, apenas me encara atenta e aparentemente ansiosa. Como não tenho nenhum outro jeito, atravesso o balcão que nos separava e fico ao seu lado. Noto o exato momento em que sua respiração se torna rápida e irregular, sorrio internamente com aquilo, ainda causo algum efeito nas mulheres.

— Preciso da sua ajuda. – digo firme a mulher assente e de alguma forma, sei que ela não irá me entregar. — Estou com alguns problemas judiciais, pode me ajudar?

— Eu conheço alguns advogados que podem. – a interrompo novamente.

— Preciso de um lugar pra ficar, pago o mesmo valor da diária do hotel. – a jovem e linda mulher arregala os olhos e depressa tira algo de dentro de uma bolsa depositada no chão, atrás do balcão.

— Aqui, são as chaves do meu apartamento. – avisa eufórica, já deve estar fazendo planos com o dinheiro. — Não fica muito longe, eu mesma peço o táxi. – assinto e ela sorri de orelha a orelha logo fazendo uma ligação com o telefone da própria recepção do hotel.

...

Até que não é tão ruim, o apartamento é espaçoso e bem organizado, talvez superficial demais, mas acho que aquela mulher por natureza é superficial demais. Me sento em seu sofá e fecho os olhos por alguns instantes, não tenho ideia do que farei agora. O apartamento dela será bom por dias, talvez até meu rosto sair na televisão e ela me expulsar daqui, ou até o cão de caça seguir meu cheiro e me encontrar, meu fim não é um dos melhores, em nenhuma das hipóteses.

Por isso, terei que mudar a primeira, aquela mulher não pode me querer aqui apenas pelo dinheiro, ela tem que necessitar de mim, e eu preciso fazer isso acontecer imediatamente. Mas enquanto ela não chega, vou encobrir todos os meus rastros.

Pego o notebook da mochila e acesso o sistema de segurança do hotel, que eu já havia ranqueado a meses atrás, antes mesmo de vir pra ele ser uma opção real. Apago a minha conversa com a recepcionista e monto as imagens para que pareça que fui direto para a rua.

EVAN

Está tudo dando errado, até agora não conseguimos tirar o Bruno da cadeia, e pra piorar, Ricardo simplesmente deu no pé e parou de mandar notícias. Pedro já tentou me convencer de que esse era o melhor caminho, mas sei que nem de longe isso pode dá certo. Separados ficaremos ainda mais expostos aos polícias e as suas malditas leis.

— Precisa se acalmar, Evan. – encaro Pedro ainda atordoado, essa coisa de ficar distante da Melina não está sendo nada fácil.

— Tínhamos ela aqui todos os dias, não consegue entender que sinto sua falta? – digo já cansado de tudo, talvez se eu tivesse feito as coisas certas e tivesse me aproximado dela como um cara normal, ela talvez teria se apaixonado por mim.

— Se lamentar não vai adiantar de nada, o João está cuidando dela. – me tranquiliza sabe disso, acho que eu realmente confio naquele garoto perdido.

DaddysWhere stories live. Discover now