VII - Ciúmes

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(Capítulo não revisado)

2014

O primeiro ano na faculdade se mostrou desafiador e complicado, mas era só porque Andrew odiava engenharia elétrica e todos os cálculos que era obrigado a solucionar até o dia seguinte. Os professores achavam que os alunos eram calculadoras ou coisa parecida, pois passavam uma lista de cem exercícios todos os dias para entregarem no dia seguinte. E Andrew, que nunca foi bom em matemática desde o colégio, não era capaz de resolver metade dos exercícios.

Fazer amigos também revelou-se uma tarefa inesperadamente difícil, embora Andrew nunca tenha sido bom em fazer amigos mesmo no colégio. Ele era bom em fazer as pessoas gostarem dele, querer tê-lo por perto, mas não era legal o suficiente para elas desejarem o terem para sempre ao seu lado. Elas gostavam da maneira que era fácil conversar com Andrew, como não precisava se esforçar porque Andrew sempre fazia todo o trabalho sozinho na conversa. Ele se adaptava facilmente a qualquer assunto, desde os novos filmes em cartazes até a física quântica. Andrew não sabia nada sobre física quântica, mas nada que uma rápida olhada no google enquanto fingia que estava respondendo um email importante do trabalho não resolvesse. Ele nem trabalhava, mas todos acreditavam que ele era assistente pessoal de Tony Stark.

A semana de provas fez com que Andrew se trancasse dentro de seu quarto para estudar e só saia quando era avisado que o jantar ou o almoço estava pronto. Ele pulava o café da manhã, todas as suas aulas foram jogadas para a parte da manhã e Andrew não queria perder tempo comendo. Às vezes ele comia um croissant que Happy revelava ter comprado para ele como se soubesse que Andrew não tomava café da manhã assim como falava para todos que perguntavam.

Andrew debruçou sobre os livros na escrivaninha para alcançar o maço de cigarro escondido dentro de um vaso de planta. O isqueiro estava jogado dentro do bolso do moletom de Andrew, ele não se preocupava mais em mantê-lo longe.

Desde que a semana de provas começou, Andrew arrastou sua escrivaninha até a janela e fumou todos os dias para tentar acalmar seu coração acelerado. Ele estava angustiado com os resultados, com o quão burro se sentia por não ser capaz de alcançar o resultado da metade de sua sala. Todos lá eram tão inteligentes, suas notas eram impecáveis e embora parecessem gostar de Andrew, até mesmo o chamavam para beber quando podiam, eles não tentavam mandar mensagem nem se preocupar com o declínio de seus resultados.

Andrew colocou o cigarro entre os dedos e acendeu o isqueiro, levando a chama para a ponta do cigarro antes de tragar lentamente. O cheiro não era ruim, a maioria dos cigarros carregavam um cheiro que fazia Andrew sentir enjoo. Entretanto, faz dois meses que ele descobriu essa nova marca de cigarros que continham um cheiro agradável. O fato do cheiro ser bom somente piorou o péssimo hábito de Andrew.

Ele olhou cansado para a lista de exercícios em sua escrivaninha e suspirou, mas voltou a resolvê-los.

Em algum momento entre o segundo e o terceiro cigarro, Andrew se lembrou de Pietro.

Pietro sumiu há mais de um ano com seu cabelo estranho e estúpidos olhos azuis, deixando para trás um Andrew culpado. Decepcionar Pietro foi de certa forma necessário e doloroso, mas Andrew não sabia exatamente pelo que estava se culpando. Talvez ter interpretado a piada de Pietro como uma crítica, como uma maneira de denunciá-lo de alguma forma e isso o aterrorizou. Ou talvez ele estivesse se sentindo culpado por perder um possível amigo por um motivo idiota. E agora Andrew nem sabia onde Pietro estava. Era claro, ele sabia que Pietro morava em Sokovia, mas não era como se soubesse mais do que isso.

Andrew não ouviu quando bateram na porta.

– Sabia que um dia isso vai matá-lo, não é?

Andrew girou na cadeira, ficando de costas para a janela ao olhar para Steve Rogers encostado no batente da porta com os braços cruzados em frente ao corpo.

StarkWhere stories live. Discover now