Stark

X - Sangue na neve

Aviso importante! Esse capítulo contém menção a tentativa de suicídio, abuso de álcool e cigarro e menção a abuso sexual. Se não se sente a vontade com esses assuntos, recomendo que não leia.  (Por favor, leiam as notas finais)

(Capítulo não revisado)

Quando Andrew completou nove anos, ele percebeu que o amor que ele oferecia às pessoas não necessariamente voltaria equilibrado. As pessoas não eram obrigadas a retribuir da mesma maneira que recebiam e estava tudo bem. Portanto, ele parou de esperar ser amado quando era adotado. Não significava que ele não queria ser amado, porque ele genuinamente queria – ele pediu isso como presente de natal ao Papai Noel naquele ano –, mas ele deixou de ter tantas expectativas.

Ele pensou que pararia de nutrir expectativas tão altas depois dos nove anos, mas ele estava olhando para a medalha em sua mão e o sentimento de ter sido rejeitado não o deixou mesmo após ter consumido metade de uma garrafa de vinho na noite anterior. Andrew segurou com força a medalha até os nós dos dedos ficarem pálidos.

– Você vai se machucar. – Pietro murmurou, sonolento, o braço jogado preguiçosamente ao redor do torso de Andrew. Ele estava com os olhos semicerrados quando arrastou-se para mais perto para apoiar o queixo no ombro de Andrew. – Por que parece que você não está feliz por ter ganhado a feira de engenharia?

Andrew considerou a possibilidade de mentir para Pietro, dizer que estava apenas decepcionado por não entregado um projeto melhor, mas ele se sentia consumido pelas mentiras há semanas e contar a verdade soava tão libertador que ele foi incapaz de mentir.

– Meu pai não estava lá. – Afirmar em voz alta tornou essa verdade mais dolorosa do que já era, embora ele tenha feito isso ontem a noite ao contar a Rhodes. Mas agora, sem nenhuma grama de álcool em seu corpo, apenas a dor surda latejando em sua cabeça, fez Andrew estar mais consciente do quão doloroso era não ter tido Tony na cerimônia de premiação. – Eu queria que ele tivesse estado lá.

Pietro olhou cuidadosamente para Andrew como se quisesse criticar Anthony, mas ele se segurou e puxou Andrew para mais perto, o deitando em seu peito. Ele depositou um beijo no topo da cabeça de Andrew.

– Tenho certeza que ele vai estar na próxima vez. – Pietro garantiu, passando os dedos pelos cachos de Andrew. – Se ele não estiver, eu vou estar.

– Não faça promessas que não pode cumprir, Pietro. – repreendeu, mas algo na voz de Pietro garantia a ele que estava determinado a cumprir com sua palavra. Andrew não gostou disso. Eles não conversaram sobre a última briga que tiveram, não falaram sobre serem amigos, então parecia errado Pietro oferecer esse tipo de promessa a ele.

– Tudo bem então. – Pietro sussurrou, beijando a testa de Andrew como se desse um fim ao assunto. – Estou com fome.

– Levante e pegue alguma coisa para comer. – Andrew sugeriu, a cabeça pesava muito para ele querer levantar da cama.

– Venha comigo. – pediu.

Andrew negou com a cabeça e virou para o outro lado, enterrando o rosto nos travesseiros enquanto ouvia Pietro pedir novamente.

– Por favor. – Pietro colocou a mão em seu ombro. – Eu não moro aqui, não quero dar de cara com um vingador.

– Eles não estão aqui. – Apesar disso, Andrew resmungou ao sentar na cama e observar o mundo girar em frente aos seus olhos. Ele precisava parar de beber. – Você também tem algo contra eles?

Pietro vestiu o moletom apenas na cabeça quando olhou Andrew para procurar se a raiva estava apenas bem ocultada ou ele só estava tentando começar o assunto sem haver uma discussão. Seja lá o que ele tenha visto em Andrew, fez vestir o moletom da universidade de Andrew antes de levantar da cama e se alongar.