XI - "Eu quero ser amado"

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(Capítulo não revisado)


2014

No dia 4 de agosto, as cortinas do quarto de Andrew Stark farfalharam as duas da manhã, com um assobio suave e vento levantando a coberta do corpo encolhido de Andrew. Ele resmungou, sonolento, mas sabia exatamente quem havia entrado em seu quarto.

– Pensei que você tivesse dito que ia me esperar acordado. – Pietro zombou, ajoelhando no chão ao lado da cama de Andrew, retirando um cacho que caia em seus olhos ao acordar lentamente. – Feliz aniversário, cher.

A palavra foi dita com um forte sotaque sokoviano, apesar de ser de origem francesa e Andrew não pode deixar de rir. Se qualquer outra pessoa tivesse tentando pronunciar aquela palavra, Andrew não acharia tão interessante, ele nem daria tanta importância. Mas o fato de ser Pietro tornava qualquer coisa interessante.

Andrew abriu completamente os olhos, grato por Pietro não ter acendido qualquer luz quando entrou em seu quarto.

Andrew suspeitava que Pietro estava tão acostumado a entrar furtivamente em seu quarto que ele não precisava mais de luz para se locomover, ele sabia exatamente onde tudo se encontrava. Ele sabia que havia uma cadeira perto da janela que ele deveria desviar. Sabia que agora havia uma pequena pilha de livros ao lado da cama de Andrew pelo qual ele evitava passar para não derrubar. Parecia que ele conhecia o quarto de Andrew tão bem quanto o próprio. Andrew não confiava em si mesmo para andar por seu quarto no escuro sem esbarrar em alguma coisa.

– Não ria de mim. – Pietro o repreendeu com um falso tom ofendido. – Não sou fluente igual você.

– Eu não sou fluente. – Andrew pontuou. – Temos que ir mesmo? – perguntou, fechando um dos olhos e batendo as mãos contra a cama. – Aqui está tão confortável. Podemos dormir até tarde.

Pietro sorriu carinhosamente, apoiando os cotovelos na cama ao se aproximar e beijar os lábios de Andrew.

– Você vai gostar. Eu prometo. – E com isso, Pietro puxou a coberta, obrigando Andrew a se levantar.

Andrew resmungou sonolento, mas se levantou.

Pietro acendeu a luz do abajur ao lado para que Andrew conseguisse se levantar sem esbarrar em nada, como se soubesse que Andrew havia se esquecido que a pilha de livros estava ao seu lado.

– Ao menos você dormiu arrumado. – Pietro disse, apoiado na parede com os braços cruzados em frente ao corpo enquanto observava Andrew vagar pelo quarto com o sono o acompanhando em seu ombros.

– Ei, esse moletom é meu! – Andrew apontou para o moletom que Pietro usava.

Pietro olhou para o moletom cinza da MIT que usava e deu de ombros, sem se dar ao trabalho de se explicar.

– Céus, você é péssimo. – Andrew calçou os tênis que alcançou embaixo da cama. – Eu estava procurando esse moletom há dias.

– Metade de seu guarda-roupa está lotado de casacos e moletons. – Pietro comentou. – Um a menos não vai fazer diferença.

Andrew o ignorou a favor de arrumar os curativos ao redor de seus tornozelos.

O fio de arame deixou um ferimento profundo contra os tornozelos de Andrew, que fechou lentamente os olhos ao tentar erguer as meias por cima dos curativos. Pietro apareceu na frente de Andrew, colocando as mãos gentilmente ao redor de seus pulsos, impedindo que ele continuasse.

– Eles já descobriram como os sequestradores sabiam que você era o filho do Stark?. – Pietro sussurrou, olhando para os curativos, uma nota de raiva atravessou rapidamente seus olhos como se a ideia de ir até prisão que os homens estavam tivesse passado por sua cabeça.

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