XV - "Vejo você mais tarde, querido"

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(Capítulo não revisado)



A escuridão derramava-se sobre o céu, pontinhos brilhantes acima da cabeça de Andrew não passavam de vagalumes, exceto que Andrew preferia encontrar estrelas, mas tudo bem. Ele se sentia melancólico, indiscutivelmente triste com o seu coração partido ocupando um espaço maior em seu peito do o esperado. A dor perfeitamente costurada dentro de seu peito fez Andrew se esconder lá fora, longe da pequena reunião que acontecia na cozinha após Nick Fury os encontrar.

Nick Fury era um homem bom, tinha seus ideais e agora havia perdido sua organização após a H.Y.D.R.A ter se infiltrado durante anos entre seus agentes. Andrew imaginou como deveria ser a sensação de ser traído, enganado por homens e mulheres que ele trabalhou durante anos, mas que se revelaram inimigos. Apesar de ter tentando se convencer de que Pietro era um inimigo, Andrew não foi capaz de se enganar por muito tempo.

Andrew suspirou, sentado no degrau da varanda e tragou o cigarro acompanhado pelos vagalumes que voam ao seu redor.

– Para um Stark, você é bastante quieto. – Nick Fury fechou a porta da entrada e caminhou em direção a Andrew. – Eu diria que essa coisa vai matar você – disse, se referindo ao cigarro –, mas se você não morreu em uma queda de doze andares, acho difícil acreditar que a nicotina fará isso.

Andrew analisou o cigarro entre seus dedos, observando a chama reduzi-lo a cinzas que se reúnem no degrau abaixo de seus pés. Em algum momento em sua vida, Andrew desejou que a nicotina, o monóxido de carbono e as substâncias cancerígenas matassem ele. Não seria suicídio, embora Andrew esperasse ansiosamente pela morte.

Poderia ser considerado suicídio consumir algo que era cientificamente mortal? E se fosse, mais de um bilhão de pessoas no mundo seriam consideradas suicidas? Em uma noite que insônia impediu que Andrew dormisse, ele leu um artigo que relatava todas as substâncias tóxicas que compunham um cigarro e como as pessoas ainda continuavam a fumar sabendo delas. Havia uma relação entre morte e suicídio, mas Andrew queria saber se havia alguma semelhança entre fumar sabendo que morreria em algum momento e mesmo assim não ser considerado suicida por isso.

Rhodes acusou Andrew de tentar cometer suicídio quando influenciou seus sequestradores a atirarem nele. Antes daquele momento, Andrew nunca imaginou que poderia ser considerado suicida sem estar com o dedo no gatilho.

– Por que ninguém naquela sala sabe me explicar como você sobreviveu? – Fury perguntou, se sentando ao lado de Andrew.

– Porque não há uma explicação. – Andrew soltou a fumaça entre os dedos, tombando a cabeça para trás ao observar o céu. – Eu não sei como sobrevivi.

– Você pode mentir para todos os Vingadores e para cada pessoa no mundo, Andrew. Menos para mim. – Fury disse. – Você não pode mentir para mim.

– É o que todos dizem até se verem atraídos por mentiras bonitas que afastam seus problemas. – Andrew deitou a cabeça no ombro e olhou para Fury sob a fumaça.

– E você é um problema?

– Cada centímetro meu.

Fury ficou em silêncio como se quisesse negar, oferecer bons argumentos, mas ele e Andrew só se encontraram duas vezes antes de se encontrarem novamente na casa dos Barton. A segunda vez Andrew mostrou ser um imã de morte. Phil Coulson morreu naquele dia. Andrew ainda se via assombrado pela pena em suas costas que tatuou após a morte de Coulson.

– Sabe, eu vi as câmeras de segurança do dia em que Loki atacou o complexo. – Fury comentou. – Eu me pergunto quantos segredos você guarda, Stark?

StarkWhere stories live. Discover now