Stark

XVIII - O charme da imortalidade

(Capítulo não revisado)

Alemanha

O adolescente que bateu na porta do quarto de hotel de Andrew no meio da noite tinha as mãos escondidas atrás das costas, provavelmente escondendo o fato delas estarem tremendo. Ele usava uma camiseta de Star Wars, que fez Andrew sorrir docemente o quão jovem ele deveria ser.

– Desculpa incomodá-lo, senhor Stark... E-eu... – Peter Parker, o garoto aranha que Tony achou no Queens, era o adolescente mais adorável que Andrew já conheceu. Ele não teve muitos exemplos e os que teve não foram os melhores, então não era justo que ele colocasse Peter como o melhor adolescente desse mundo apenas porque ele parecia muito com Andrew quando adolescente. – Eu sinto muito se o acordei, mas Happy me disse que eu não deveria incomodar o senhor Stark e que também não era para incomodá-lo depois das nove... E e-eu...

Andrew analisou a maneira que as mãos de Peter seguraram o tecido de sua camiseta, amassando entre os dedos na tentativa de ter o que fazer com suas mãos. Seus olhos nunca encontravam os de Andrew, sempre baixos e fixos em algum ponto abaixo da mão de Andrew, entre o quarto e o batente da porta. A semelhança de quando Andrew ficava nervoso quando adolescente para o jeito que Peter estava agora o fez sentir empatia pelo garoto que ele só havia visto mais cedo, em uma rápida apresentação que Tony fez antes de levar Peter ao quarto.

– Você está com fome? – Andrew perguntou, reconhecendo os mesmo sinais de quando tinha a idade de Peter e a fome se tornava um lembrete doloroso em seu estômago. Com o metabolismo acelerado, Andrew assumiu que a dor deveria ser insuportável para Peter.

– Como você...

– Já tive sua idade, garoto. – Andrew alcançou sua jaqueta azul no cabideiro da entrada do quarto e fechou a porta. – Você está com fome de um hambúrguer ou de tacos? Há dois excelentes lugares para comer aqui por perto.

Com olhos castanho-escuros que se ampliaram ao ver Andrew parar ao seu lado no corredor, Peter ficou adoravelmente surpreso. Ele era mais baixo que Andrew, com uma face quase inocente demais, embora combatesse crimes com um pijama – palavras de Anthony.

– Você não precisa vir comigo. – Peter se apressou em dizer ao perceber que Andrew estava verificando de sua carteira realmente estava no bolso da jaqueta. – Posso ir até lá.

– Você já esteve na Alemanha?

Peter encolheu os ombros.

– Não.

– Foi o que eu pensei. – Andrew sorriu para Peter na tentativa de diminuir a tensão que pesava os ombros do adolescente. – Pegue, vista isso. Está frio lá fora.

Peter parecia disposto a negar, porém Andrew jogou a jaqueta sobre seus ombros e caminhou pelo corredor, o deixando para trás sem dar tempo de negar. Quando Andrew chegou ao elevador, Peter estava vestido com sua jaqueta.

- Hambúrguer ou tacos? – Andrew perguntou, grato por ter terminado uma garrafa de vodka em seu quarto de hotel quinze minutos antes de Peter ter batido na porta. Ele seria incapaz de entrar em um elevador sem o álcool anulando os pensamentos de sua mente.

– O que você quiser.

– Eu estou perguntando o que você quer, Peter. – Andrew insistiu, entrando no elevador quando as portas se abrem.

– Hambúrguer.

★★★

Com o porta-malas aberto, Andrew e Peter se juntaram para comer os hambúrgueres que Andrew comprou no McDonald's mais perto do hotel. A quantidade de comida era o suficiente para alimentar um grupo de quatro amigos que passaram dezesseis horas jogando, com direito a batatas fritas e dois litros de refrigerante. Até onde Andrew sabia sobre metabolismo acelerado – conhecimento que adquiriu com todos os encontros que teve com Pietro –, a fome era quatro vezes maior do que uma pessoa normal, o que dependia muito dos poderes da pessoa. Andrew não sabia se isso se aplicava a Peter Parker, mas ele achou melhor comprar mais comida do que faltar.