ANDREW

CAPÍTULO 20

Meu Deus, só te peço paciência.

Ela teve a coragem de desligar a chamada na minha cara! Eu tô muito puto!

── Diaba ── Xingo jogando o celular no banco de trás do carro.

Eu odeio ser ignorado, e percebi que odeio mais ainda quando sou ignorado por ela.

Ok, posso estar me excedendo um pouco, mas poxa, eu queria almoçar com ela, conversar com ela, saber sobre ela, e perguntar como ela estava com a aquela gravidez repentina. Assim como um bebê foi um baque pra mim, também foi pra ela. Não gostaria que a minha morena estivesse com algum problema psicológico nem nada, zelo pela saúde dela e do nosso bebê. Mas não, ela desligou na minha cara sem me deixar falar direito.

Não faz mal, eu sei onde ela mora, uma hora ou outra eu faço uma visitinha.

── Você está grávida?! E do gostoso do Andrew Bennett? ── Questionou pela décima vez.

Já falei centenas de vezes que estava grávida e quem era o pai, mas parecia entrar em ouvido e sair no outro pois ela repetia as mesma perguntas.

── Sim Samantha, estou grávida e o pai é o Andrew Bennett ── Bufo revirando os olhos.

── Meu Deus ── Se não fosse pra chorar eu riria da sua cara ── Eu nem sei o que dizer.

── Nem precisa dizer nada, até agora eu não digeri essa novidade. Nunca me imaginei grávida, claro que sempre quis ser mãe, mas certas coisas nem sempre são possíveis ── Acabo por me lembrar da minha relação com Vinícius.

Depois do baque da notícia para Samantha, comemos "tranquilamente" e voltamos para a empresa.

O restante do dia foi calmo. Por sorte me dada do universo, não vi muito a cara de Soraya hoje, então meu dia foi maravilhoso.

Depois de quase uma eternidade caminhando, tinha chegado em casa. Abri a porta do apartamento e quase cai para trás com uma voz masculina.

── A segurança do seu prédio é um horror ── Olhei de olhos arregalados para Andrew sentado de pernas cruzadas e todo despojado no meu sofá.

── O que você está fazendo aqui... espera, como você entrou aqui? ── Lorenzo não chegaria agora, então não tinha como ele abrir a porta para Andrew.

── O seu porteiro se deixou vender por míseros mil dólares ── Míseros? Só se for pra ele né ── E por isso aqui não é seguro para você, imagina se um terrorista pagar o porteiro...

── Eu já disse, eu não vou morar com você Andrew ── Bufei indo para a cozinha com o mesmo em meu encalço.

── Por que você é tão teimosa? Não estava vendo que eu estou querendo cuidar de você! ── Ele acabou se exaltando e o olhei brava.

── Eu sou teimosa? ── Ri sem humor ── Você que é teimoso, fica insistindo em uma coisa que não vai acontecer. Obrigado pela sua preocupação oh grande Andrew Bennett ── Zombei ── Mas não preciso dos seus cuidados, eu sei me cuidar sozinha, e além disso eu tenho o Lorenzo.

── Lorenzo? Quem é Lorenzo?

── Meu amigo, o que você conheceu no hospital, nós moramos juntos ── Dou de ombros e procuro algo na geladeira pra comer.

Tô morrendo de fome.

── Vocês são... um casal? ── Exita.

── Amigo Andrew, amigo.

Parece que é surdo.

Pego a sobra de comida do dia anterior e coloco pra esquentar. Quando vê, Andrew faz uma careta. Riquinho nojento.

── Você deveria comer coisas frescas e naturais.

── E você deveria calar a boca e me deixar esquentar a minha comida, por que estou morrendo de fome.

── Grossa... ── Sussurrou mas escutei muito bem.

── Chato ── Digo em bom som.

Ficamos em silêncio até que eu terminasse de esquentar a comida. Arrumei meu prato de comida e me sentei em cima do balcão mesmo.

── Espero que tenha espaço para mais ── O intrometido se enfio no meio das minhas pernas e começou a alisar minha barriga por baixo da camisa.

── O que você quer dizer com isso? ── Digo vendo ele sorrir de lado ao alisar minha barriga.

── Que vou te levar pra jantar ── Me encarou e depois me deu um beijo na testa ── Te vejo as nove em ponto, não se atrase ── Dito isso saiu pela porta da cozinha me deixando aérea.

Jantar?

Escuto a porta da sala bater e presumi que tivesse ido embora.

Onde é que eu fui amarrar meu bezerro...

Daqui a pouco solto outro capítulo 😝