CAPÍTULO 30

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Nem tinha me dado conta, mas acabei dormindo ali mesmo no chão

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Nem tinha me dado conta, mas acabei dormindo ali mesmo no chão. O barulho de chaves chama minha atenção e logo a aporta é aberta revelando Vinícius e uma mulher.

── Bom dia meu amor. O que está fazendo no chão? Ah, não importa, hoje é um ótimo dia ── Sorriu feliz ── Essa é a doutora Kátia ── Apontou para a mulher ── Ela que vai tirar a aberração de dentro de você.

── NÃO! ── Grito me rastejando para trás.

Eu não posso deixar. Vinícius é um monstro. Como ele tem coragem? Ele não pode fazer isso. E que doutora é essa que se presta a fazer uma barbaridade dessa? Um assassinato!

── Não levanta a voz pra mim Irina ── Seu sorriso some rapidamente enquanto vem caminhando até mim ── A doutora Kátia é ocupada, então seja obediente ── Agarrou meus cabelos me levantando do chão a força.

── Não se preocupe Irina, serei gentil com você ── A mulher asquerosa se pronuncia pela primeira vez.

── Vai se foder vocês dois! ── Grito e logo recebo um tapa no rosto ── Vocês não vão tirar essa criança de mim!

Foi tudo muito rápido, Vinícius me jogou na cama com brutalidade e em seguida senti uma picada em meu pescoço, imediatamente tudo começou a ficar lento.

── Assim é melhor...

E tudo se apagou.

[•••]

Tudo estava muito confuso. Ouvia um barulho de carros, sirenes, e uma discussão. Era Vinícius e a doutora.

── Eles vão nos pegar ── Era a voz da mulher parecendo desesperada.

── Cale a boca mulher ── Disse Vinícius furioso.

Meu corpo é jogado para o lado e acabo por bater a cabeça em algo duro. Aos poucos volto a mim e abro meus olhos lentamente tentando me situar.

── MEU DEUS! ── Kátia grita e sinto o impacto por termos batido em algo, mas o carro em que estamos não para.

Começo a sentir uma dor intensa no pé da barriga e algo começa a molhar minhas pernas. Com dificuldade passo a mão entre as pernas e me desespero ao ver minha mão repleta de sangue.

── Ai meu Deus ── Começo a chorar e sem querer trago a atenção das duas pessoas no banco da frente.

── Ela tá sangrando ── A doutora avisa preocupada.

── Foda-se, a criança ia morrer de qualquer jeito.

── Não! Você disse que iria dar a criança pra mim.

── Cala a boca ── Grita mais uma vez e o carro sofre alguns danos ao passar raspando em outros automóveis.

Vinícius acaba por perder o controle da direção quando um baque é ouvido. Um tiro no pneu.

── VINÍCIUS CUIDADO!

Antes que Vinícius possa fazer algo, batemos fortemente na traseira de um caminhão.

Um zumbido no meu ouvido me incomoda, assim como algo que escorre da minha cabeça e começa a deixar minha visão totalmente vermelha.

Olho com dificuldade para frente, e uma das vigas que o caminhão transportava estava atravessada pelo corpo da doutora. Era assustador. Não podia ver muito de Vinícius, mas se não estivesse morto estaria desmaiado.

Uma comoção começa pelo lado de fora do carro, e a porta ao meu lado é praticamente arrancada quando foi aberta.

── Andrew ── Sussurro com um sorriso mínimo ao ver seu rosto.

── Irina! ── Avança para tentar me ajudar mas a voz do policial o impede.

── Não encoste nela, ela pode ter alguma fratura que pode se agravar.

── O bebê ── Digo com dificuldade ── Ele tá morrendo.

Andrew olha para minhas pernas com os olhos arregalados e totalmente preocupado.

── Vai dá tudo certo Irina. Os médicos estão vindo. Aguenta só mais um pouquinho ── Tenta me acalmar.

Mas a verdade é que eu não aguentava. De alguma forma eu podia sentir os batimentos do bebê se enfraquecerem, assim como os meus.

A dor permanecia, até que em um momento senti meu corpo todo dormente e leve.

── Irina, acorda! IRINA!

E mais uma vez tudo se escureceu em um breu que parecia ser infinito dessa vez.

ANDREW Where stories live. Discover now