CAPÍTULO 24

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Três meses, três meses se passaram

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Três meses, três meses se passaram. Faltava pouquíssimo tempo para que eu finalmente tivesse meu filho ou filha em meus braços. Eu estava ansioso.

Irina está prestes a completar seu sétimo mês, e se não me engano, faltam apenas duas semanas para isso. Decidimos que não gostaríamos de saber o sexo agora, e isso foi uma decisão tomada por nós dois, sem pressão de ambos os lados.

Confesso que já estou virando um pai babão. Onde passo e vejo algo para crianças já estou comprando. Compro tanto de menina quanto de menino, e o sexo que vir do nosso bebê vou doar o do outro gênero.

Minha mãe estava me mandando presentes diariamente para o bebê, e olha que ela nem é avó de primeira viagem, mas já está super ansiosa com a chegada do novo membro à família. Eu nem vou dizer nada do meu pai... outro avô coruja.

Já se passava do horário de almoço, e como tinha avisado Irina mais cedo, estava com muitas coisas pendentes na empresa, e por isso não dava para almoçarmos juntos.

Mais tarde quando deu o horário de Irina tomar suas vitaminas, mandei uma mensagem para ela a lembrando. Diferente das outras vezes, não recebi sua mensagem dizendo o quanto eu sou super protetor com ela. Achei estranho. Mesmo encabulado deixei pra lá, não queria deixar ela sufocada com as milhões de mensagens que eu queria muito mandar. Eu estava preocupado.

Passaram horas e Irina ainda não tinha respondido uma mensagem minha.

Fica calmo Andrew, ela só tem muita coisa pra fazer.

PORRA! ELA TEM MUITA COISA PRA FAZER? NÃO PODE, ELA ESTÁ GRÁVIDA.

Não pira Andrew, talvez ela esteja jantando ou até dormindo. Talvez mais tarde eu ligue para ela.

Já em casa estava tomando um banho quando meu celular sobre a pia começou a tocar. Mesmo cheio de espuma no rosto e cabelo, corri para atender.

Poderia ser Irina querendo alguma coisa.

Mesmo com os olhos ardendo pelo shampoo, consegui visualizar o número que me ligava. Não conhecia. Mesmo assim, atendi.

── Alô?

── Alô! É o Andrew? ── Reconhecia aquela voz.

── Sou eu sim. Lorenzo?

Por quê ele me ligaria? Nem suportarmos um ao outro.

── Aconteceu alguma coisa? ── Me desesperei.

Porra, a Irina!

── Mais ou menos. Você poderia vir aqui no apartamento?

── Não me desespere Lorenzo! Me diz se aconteceu algo.

── Calma cara, a Irina está bem ── Suspirou ── Vem pra cá por favor.

Não perdi mais tempo e comecei a me arrumar. Nem tive tempo nem paciência para tirar a espuma do corpo, então deixei esse trabalho para a toalha.

Não demorei muito e já estava subindo pelo elevador do prédio da Irina e do Lorenzo. Provavelmente tomei algumas multas pelo caminho, mas não ligo.

Bati um pouco forte demais na porta e não demorou muito para Lorenzo abri-la.

── Se quebrar vai ter que pagar ── Comentou me dando espaço para entrar.

Dinheiro nunca foi e nunca será um problema pra mim.

── Cadê ela? O que aconteceu? ── Já comecei o questionando preocupada.

── Nem sei como dizer isso ── Esfregou os cabelos ── Não sei você percebeu, mas ultimamente Irina está meio estranha.

Sim, eu percebi. A cada mês da gestação de Irina ela me parecia mais triste. Sempre que podia a levava para jantar e fazer programas que ela gostava, mas nem sempre parecia o suficiente.

── É eu percebi ── Suspirei.

── Então, hoje ela chegou em casa totalmente estranha. Não quis comer, e quando citei que não faria bem pro bebê ela surtou.

── Como assim?

── Bom, ela gritou que tudo é culpa do bebê e... e... bem...

── Diz Lorenzo!

── E que se fosse por ela, ela jamais teria esse bebê ── Disse triste e vi uma lágrima escorrer dos olhos de Lorenzo.

Senti meu coração se apertar. Como assim Irina não gostaria de ter o nosso bebê?

Meu Deus o que está acontecendo com ela?

── Eu penso que ela possa estar entrando em depressão ── Comentou se sentando no sofá e fiz o mesmo.

Não descarto essa possibilidade. Li alguns livros de gestação e na maioria deles dizia muito sobre isso, inclusive a depressão pós parto.

── Eu sempre quis saber, mas ela já teve algum caso semelhante?

── De depressão não, por que?

── Eu já vi alguns cortes no interior da coxa dela. Pensei em automutilação.

── Ela se mutilava antes, mas pensei que tivesse parado a tempos.

── Será que...?

── Porra!

ANDREW Where stories live. Discover now