OH REALLY?!

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No dia seguinte, às 7:00 da manhã, Chuuya acorda primeiro. Aproveitando esta situação, ele pega uma tesoura e tenta abrir o buraco na parede. Mas falha. Enquanto está de costas para a escada, tentando abrir com uma faca desta vez, ele escuta passos atrás de si. Rapidamente se vira e tampa o buraco com suas costas. O ruivo arregala os olhos azuis ao ver o moreno parado na frente da escada.

"Oh... Dazai, bom dia." - Diz nervoso.

"Sério?" - Responde o moreno.

"O-O que..?" - Olha para o lado com medo dele descobrir.

"Chuuya, se levante." - O olha com um olhar nada agradável. Chuuya não vê outra opção, mas como é teimoso...

"Por que? Eu não vou levantar!" - Diz franzindo a sombrancelha.

"Nakahara, se levante agora." - Se aproxima do ruivo. Ele não queria "apanhar" de novo, então se levanta. Dazai o empurra e vê o buraco. - "SÉRIO?! É SÉRIO ISSO NAKAHARA?! VOCÊ ESTÁ QUERENDO SE MATAR?" - Diz olhando para o buraco e com os punho serrados. Ele vira bruscamente para Chuuya e levanta a mão, como se fosse bater nele. Nakahara se encolhe, coloca as mãos na frente de seu rosto e fecha os olhos. Ao ver a reação do ruivo, ele... Okay, estamos falando de Osamu... Ele bate com tudo em seu rosto, um soco que faz com que o mesmo caia no chão. Chuuya se apavora e retruca com um chute "naquela parte". Ao ver o ato do menor, ele enlouquece.

"ENDOIDOU CHUUYA?! DESDE QUANDO TE DEI PERMISSÃO PARA ME AGREDIR?! SÉRIO ISSO?! VOCÊ TA' QUERENDO O QUE COM ISSO?..." - Ele respira fundo e continua. - "A partir de hoje você dorme comigo, no meu quarto. E não pense em fugir." - Ele tampa o buraco e desce. Chuuya se encolhe no canto da parede. Ele vê no quarto um armário e decide abri-lo. Está trancando com um enorme cadeado. Mas, com o seu poder isso não é nada. Ele toca o cadeado e ele eclode. Abrindo o armário tem apenas ferramentas dentro. Para uns são só ferramentas, mas para Chuuya é o paraíso. Ele pega um facão que está no canto, e se corta profundamente. Sorri, fecha o armário, e desce correndo.

"Dazai! Eu... Me machuquei!" - Diz correndo para os braços do maior.

"Onde?! Me mostre! Dói muito?!" - Abraça o menor.

"Meu joelho, eu caí e não sei como me cortei tão profundamente!" - Mostra o corte.

"Merda! Vamos pro hosp- ... pegar os medicamentos." - Ele sai e vai pegar os medicamentos. Chuuya corre para a porta e quando vai abri-la, está trancada. Ele pensa em usar seu poder mas percebe que não vai adiantar, irá fazer muito barulho e naquele estado ele não conseguirá correr do moreno. Ele se senta no sofá bufando. Dazai chega com os medicamentos, ele é experiente em curar ferimentos assim. Delicadamente, limpa o sangue que escorre pela perna do ruivo. O corte é profundo de mais, então ele faz pontos. Chuuya se contorce de dor, não pensou que seu plano fosse doer tanto. Ele faz o curativo e da um beijo em Chuuya. Surpreso ele o afasta.

"Fumou?! Não deixei me beijar!" - Diz limpando a boca.

"Já falei que somos namorados!" - Cruza os braços. Nakahara bufa e tenta se levantar mas falha. Ele cai no sofá e se deita.

"Vou ficar aqui mesmo, não queria sair." - Diz dando de ombros. O moreno da uma risada boa de se ouvir. O que encanta Chuuya, que pela primeira vez sentiu algo estranho em tanto tempo. A primeira vez foi quando tinha 15 anos e conheceu Dazai, ao ver o moreno seu coração palpitava como nunca. Quando Dazai saiu da máfia, sem dar um último adeus ele sentiu como se o tempo tivesse parado para si. Ali ele prometeu não se apaixonar novamente, pois doía de mais. Sem outra opção ele negligenciou todo o amor que sentia e reprimiu até não existir mais. Guardando tanta dor e sofrimento em sigilo total durante 4 anos não foi fácil, suas memórias estavam bagunçadas. Ele sabia que Osamu estava escondendo algo, eles não namoravam pois Chuuya reprimiu tudo isso. Ele deveria ter esquecido Dazai, então por que namorar ele? Ele ainda sentia algo pelo moreno. Ele obviamente abriu uma garrafa de R$89,00 para chorar. Mas seu ego falava mais alto. Ele colocava música alta enquanto se afogava em mágoas. Tudo o que eles passaram foi em vão? O que aquilo significava para Dazai? Por que ele o tranca ali e o mantém como refém? Por que ele parte para agressão? Esse era qualquer um, menos o Osamu Dazai que Nakahara Chuuya conheceu há 7 anos. O coração de Chuuya estava gritando por ajuda, para alguém tirá-lo dali. Ele não aguentava olhar para o rosto alinhado de Dazai e lembrar de tudo o que ocorreu. Ao ver o moreno era só dor que o vinha na mente. E agora mais dor ainda. Seu rosto está todo queimado e seu olho roxo. Ao lembrar da dor que sentiu ao ver a expressão de Osamu enquanto o agredia, seu coração dói. Um aperto sem fim, que acabava com o corpo e alma. Chuuya apenas queria chorar naquele momento, toda dor veio a tona e sentimentos confusos também. Ele se perdia nos pensamentos e seu olhar era profundo. Dazai percebeu a situação e tentou acordar ele daquele sonho de pensamentos. Ele cutucava, chamava e acenava, mas nenhuma resposta do ruivo vinha. Ele decide deixá-lo ali, raciocinar um pouco. Dazai estava perdidamente apaixonado, não sem coração. Mas, Chuuya o considerava sem. Como alguém com coração e sã consciência faz isso? Dazai perdeu a sanidade, noção e a cabeça. Ele amava o Chuuya ou tinha uma obsessão por ele? Essas são perguntas que nem ele mesmo sabe a resposta. Depois de um tempo pensando em seus sentimentos, ele acorda de sua transe e percebe que havia se perdi em profundos pensamentos. O menor se levanta e vai mancando até o quarto de Dazai e bate na porta.

"Está aberta, querido." - Diz Dazai do lado de dentro. Chuuya entra e vai até ele. Parado na frente de Dazai ele diz:

"Você me ama?" - Seus lábios estavam trêmulos esperando ansiosamente pela resposta.

"Claro, eu te amo Chibi." - Diz se aproximando.

"Então me prove." - Os olhos fixam nos olhos castanhos. Eles lacrimejam e tremem. Ansiosos para encontrar um amor verdadeiro.

"Chuuya... Eu... Não consigo." - Ele fecha os olhos e vira sua cabeça para o lado. - "Eu não consigo demonstrar... Me perdoe." - Coloca a mão no rosto do menor que escorre uma lágrima.

"Você conseguia... Eu te amava, Osamu." - Ele retira a mão do rosto e sai do quarto, batendo a porta. Osamu coloca a mão na testa e respira fundo.

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