"Algumas pessoas não fazem ideia da sorte que tem, mas o mesmo serve para o azar."
Stella, uma jovem artista solitária de vinte e um anos estava levando uma vida monótona, até que tudo virou de cabeça para baixo. De repente se viu entre deuses e fei...
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Escutei vozes abafadas e tentei abrir os olhos devagar, estava me sentindo extremamente atordoada. Quando finalmente consegui abrir os olhos, tive dificuldade em focá-los e pisquei lentamente várias vezes, até que consegui enxergar nitidamente duas mulheres com roupas muito esquisitas na minha frente, uma estava sentada ao meu lado e a outra em pé. Eu estava deitada em uma cama, num quarto que com certeza era bem maior que meu apartamento e extremamente luxuoso. Sentei-me rapidamente, assustada e sem fazer a menor ideia do que estava acontecendo, mas a senhora que estava do meu lado pôs a mão por cima da minha e a acariciou.
‒ Olá, querida, fique tranquila, não há o que temer. ‒ ela sorriu para mim e eu puxei minha mão para longe, absurdamente desconfiada.
‒ O que está acontecendo? Onde eu estou? Eu estava no... no antiquário e de repente, sei lá, aconteceu... isso! ‒ minha respiração aumentou consideravelmente e percebi que eu estava tremendo. A mulher sentada olhou para a outra que estava em pé e disse:
‒ Lucille, chame Odin por favor, avise que ela acordou. ‒ a mulher assentiu e se retirou do quarto, me deixando a sós com... seja lá quem fosse. Ela se virou para mim novamente, com um olhar carinhoso ‒ Minha querida, deixe-me lhe explicar... eu explicarei tudo, mas primeiro preciso que se acalme, a senhorita está extremamente nervosa. Eu lhe asseguro que não corre perigo algum. ‒ ela ergueu sua mão, esperando que eu desse a minha mão a ela, mas eu hesitei.
‒ Por favor, explique. ‒ cedi e ergui minha mão em direção à dela, então ela a pegou e sorriu, quando ouvimos batidas na porta e em seguida um ve... quer dizer, um senhor de idade, com um tapa olho entrou no quarto e me olhou por um longo momento.
‒ Olá, Stella. ‒ disse, finalmente.
‒ Ah... Como sabe meu nome? ‒ engoli seco e o fitei nervosa. Ele sorriu sem mostrar os dentes e se sentou em uma poltrona que estava próxima à cama, voltando a me olhar em seguida. A mulher continuava sorrindo e segurando minha mão.
‒ Bem, é uma longa história. Está com fome? Lucille logo trará uma refeição para a senhorita.
‒ Eu... estava, não estou mais.
‒ Certo, certo... Vamos lá. Permita-me que eu me apresente. Eu sou Odin. Talvez já tenha ouvido falar sobre mim, caso o que vocês, midgardianos, chamam de "mitologia nórdica" seja de seu interesse. ‒ sorriu brevemente e eu arqueei as sobrancelhas.
‒ Espera... O que?! ‒ segurei uma risada involuntária.
‒ Existem muito mais coisas nesta vida do que você imagina, Stella. E eu irei lhe contar tudo.
‒ Isso é algum tipo de pegadinha? Só pode ser... primeiro, um colar brilhando. Agora, isso? ‒ ri desacreditada ‒ Olha, muito engraçado, mas agora eu quero ir embora. ‒ fiz menção à me levantar mas a tal mulher me impediu.
