The Savior | Loki

Capítulo 13 | The Plaza Hotel

    Esperei por Loki cerca de cinco minutos, mas pelo meu nervosismo pareceram horas. Uma avalanche de pensamentos inundou minha cabeça quando ouvimos aquele barulho no interior do apartamento e eu me desesperei por imaginar que talvez, quem estivesse ali, estaria para me matar. E se fosse aquela mulher do sonho? E se Loki não conseguisse lidar com ela?

— Foi só um cavalete que caiu. — Dei um pulo e sufoquei um grito com a chegada de Loki ao meu lado, que conseguia ser mais silencioso do que uma formiga.

— Tem certeza? Olhou todos os cômodos? — Perguntei aflita e ele revirou os olhos, voltando para dentro do apartamento. Eu o segui e tranquei a porta por dentro, pelo trinco, já que minhas chaves tinham ido com Deus.

— Este cubículo pode ser revistado em segundos, humana. — Disse com desdém, sentando-se no sofá em seguida. Eu coloquei as mãos na cintura e o encarei.

— Mais respeito com a minha casa, por favor. — Disse como se fosse óbvio e segui em direção ao meu quarto, pegando a maior mala que tinha e começando a enfiar as roupas que mais gostava nela, assim como sapatos, objetos pessoais tanto meus quanto de minha mãe. Assim que terminei a primeira mala, peguei a segunda maior e coloquei o máximo de materiais artísticos que consegui, algumas telas que eu havia pintado e segui para a sala, para pegar as telas que ficavam expostas nos cavaletes que lá estavam.

    Quando cheguei na sala, encontrei um Loki a olhar detalhadamente minhas telas, andando lentamente entre os cavaletes, com as mãos entrelaçadas por trás das costas. Era impossível decifrar o que ele estava achando, então somente encostei na parede e fiquei o observando.

— Até que não é tão ruim. — Ele disse e eu sorri, sabendo que jamais, em hipótese alguma, nem sob ameaça de morte, receberia um elogio de Loki.

— Obrigada. — Comecei a recolher as telas e coloquei as que mais gostava na mala, porque seria impossível levar todas. Mas num estalo, tive uma ideia satisfatória: juntaria todas as outras telas e daria de presente para o professor Harry, que sempre foi muito gentil comigo e fazia questão de elogiar meus trabalhos, até os menos caprichados.

    Embalei rapidamente as telas que daria a ele, levaria para a portaria quando descêssemos e deixaria com o porteiro, mandaria mensagem para o professor avisando que iria viajar por um longo tempo e que deixei algumas lembranças para ele na portaria de meu prédio. Quando terminei de separar tudo, estava absurdamente exausta e Loki sentado no sofá, sem mover um dedo para me ajudar. Como estava faminta, aproveitei para matar minha saudade de pizza, tirando uma do congelador e colocando no forno em seguida. Para esperar ficar pronta, sentei na poltrona a frente de Loki e o encarei, que estava concentrado em brincar com chamas verdes que saíam das pontas de seus dedos.

— Por que está me encarando, humana? — Disse e rolou os olhos até mim, preguiçosamente.

— Eu tenho nome, sabia?

— Sim. Mas não faço questão de dizê-lo. — Sorriu sarcasticamente e eu bufei.

— Não sei qual o motivo de tanta implicância comigo. — Recostei na poltrona e respirei fundo, com o mesmo aperto no coração de quando entrei aqui, sem saber se seria a última vez.

— Oh, não se sinta tão especial. Sou assim com todos. — Lançou uma piscadela e eu revirei os olhos.

— Já percebi que você gosta de estar isolado e faz questão de afastar todos a sua volta. Bem, pelo menos isso nós temos em comum.

— Não. Não temos. — Ele me fitou com um olhar de tédio e eu ergui as sobrancelhas.

— Por que não? — Cruzei os braços.