"Algumas pessoas não fazem ideia da sorte que tem, mas o mesmo serve para o azar."
Stella, uma jovem artista solitária de vinte e um anos estava levando uma vida monótona, até que tudo virou de cabeça para baixo. De repente se viu entre deuses e fei...
Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.
Estava entretida na minha conversa com Edith até o momento em que ouvi novamente o rosnado de um animal, percebendo que o tal lobo do qual ela havia falado estava se aproximando de mim. Arregalei os olhos e olhei para ela, esperando que ela fizesse qualquer coisa para o afastar de mim, mas a ordinária riu.
— Já lhe disse que ele não ataca mulheres. — Ela revirou os olhos.
— Tem certeza de que ele sabe que sou uma? Não me parece muito amigável. — Engoli seco e encarei o lobo, era bem bonito, grande e de pelagem cinza, com olhos amarelos extremamente intimidadores. Ele me encarava com os dentes a mostra, rosnando baixo.
— Grendel, querido, não seja malvado. Eu sei que esta moça correu de você e parece extremamente suspeita, mas lhe asseguro que ela é gente boa. — Como se entendesse, o lobo parou de rosnar e mostrar suas presas para mim, começou a caminhar lentamente em minha direção e eu congelei de medo, ainda encarando Edith.
— Tira ele daqui — Sussurrei para ela e respirei fundo lentamente, temendo que qualquer movimento brusco fizesse ele me atacar. Mas para minha surpresa, ele somente chegou perto de mim e cheirou minha mão, encostando o focinho nela.
— Faça carinho nele. Está querendo se tornar seu amigo. — Edith tinha um sorriso divertido nos lábios e eu não sabia ao certo se deveria confiar nela, mas resolvi arriscar. Estiquei lentamente a minha mão, tremendo, observando cada reação de Grendel. Ele continuou parado, então encostei minha mão em sua cabeça e acariciei seus pelos macios, dando um sorriso ao ver que ele fechara os olhos para apreciar o carinho. — Eu não lhe disse? Ele gostou de você!
— É, parece que sim. — Eu ri e olhei para ela —
Edith me convidou para conhecer o lugar onde morava, disse que não era muito longe do bosque. Eu resolvi aceitar, já que não pretendia tão cedo voltar ao palácio e encarar todas aquelas pessoas. Após alguns minutos andando, chegamos em uma espécie de vila, com várias casinhas iguais e todas muito charmosas, apesar de simples. Havia uma fogueira no meio do pátio e diversas pessoas no local, algumas sentadas próximas à fogueira, outras de pé conversando com copos nas mãos e algumas crianças correndo, brincando entre si. Um pouco mais afastado do pátio havia um belo lago, com algumas pedras grandes em volta, incluindo a qual Edith e eu estávamos sentadas.
— Mas então... Qual é a sua história? — Ela me perguntou e eu respirei fundo, nem um pouco a fim de contar.
— Uma muito longa, que lhe contarei somente outro dia. — Eu sorri e ela me encarou com um olhar divertido.
— Hum... Está bem, cidadã de Midgard. Pode me dizer ao menos onde está morando?
— No palácio. — Disparei sem pensar e ela arregalou os olhos.
— Como?! Fugiu do palácio? — Ela perguntou assustada e se levantou rapidamente.
