Feridas abertas

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Pov. Severus.

Quando começo a acordar, me sinto tão quentinho e confortável, com meu rosto enterrado em algo que tinha um cheiro muito bom, que quase me obrigo a permanecer de olhos fechados.

Mas quando sinto um braço se fechando possessivamente na minha cintura, me obrigo a abrir os olhos.

Dou de cara com Sirius Black. Com aquele sorriso idiota no rosto enquanto me olhava nos olhos.

Retribuo o olhar. Os olhos dele não eram tão feios...

Volto a realidade e presto atenção na posição em que estávamos: nossa pernas pareciam mais vários cruzamentos de carne de tão embaralhadas que estavam. Ele tinha os dois braços em volta da minha cintura. Me abraçando possessivamente.

O mais rápido que eu pude, me afastei dele. Quase caindo da cama no processo.

— Bom dia, marido. — Ele diz em meio a uma risada.

Bom dia, marido? Repita isso para você ver se eu não dou um tapa na sua cara, Black!

— Ui, vejo que já acordou estressado. Calma, baby.

— Eu juro que-

— Okay, Ok. Relaxa. Vou tomar um banho. Qual de nós dois vai preparar o café da manhã? Confesso que não sei fazer nada na cozinha. — Disse ele se sentando na cama e alongando os braços se preparando para levantar.

Ele tinha alguns músculos, provavelmente por jogar quadribol. Exibido como era, dormiu sem camisa. E merda, isso me fazia ter uma visão de todos os músculos do abdômen dele. Que vontade de passar a mão...

— Eu faço. Mas você trate de começar a aprender, porque eu não vou fazer tudo sozinho. — Digo, depois de sair do meu devaneio sobre o corpo dele.

— Pode deixar, marido.

Me levantei de supetão, pronto pra meter um tapa na cara daquele idiota. Ele previu isso, e já saiu correndo para o banheiro antes que eu conseguisse alcançá-lo.

Do lado de fora do quarto dava para ouvir a risada dele.

Babaca.

Desço as escadas, indo para a cozinha. Vejo que a maioria das coisas que havia lá, eram trouxas.

Abro a geladeira vendo que tinha bastante comida. Suficiente para durar um mês, pelo menos. 

Pego uns ovos e bacon para fritar. No armário, pego pão para fazer umas torradas e também geleia. Faço café e um suco de laranja, já que não havia visto café na bandeja de Black ontem.

Estava terminando de pôr tudo na mesa, e estava até orgulhoso de ter conseguido fazer tudo isso mesmo com a dor de cabeça infernal que eu estava tendo pela distância com Black, quando ouço um grito. 

Rapidamente, corro para o andar de cima, já com minha varinha em punho. Mal preciso entrar no quarto para ver Black todo encolhido em baixo do edredom.

— O que foi que aconteceu?! Ouvi você gritando.

— Barata. — Diz ele, apontando pro banheiro.

— Você tá de sacanagem com a minha cara não é! — Digo, sem paciência alguma para o drama dos Black.

— Por favor, Sev. Mata ela. Ela é uma
voadora. — A cara de cachorro chorão era impagável. 

— É sério que você tá com medo de uma barata?!

— ELA É VOADORA!

Suspiro e entro no banheiro. Não foi difícil achar ela. Estava parada bem no meio do espelho.

Elo inquebrável // SNACKOnde histórias criam vida. Descubra agora