Não-ciúmes

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Pov. Severus.

Depois daquela noite, passamos a dormir juntos sem nenhuma restrição. No início eu ainda estava acanhado, mas depois de um tempo acabei me acostumando a ter os braços de Sirius em volta de mim assim que eu deitava na cama.

Ganhávamos cada vez mais liberdade entre nós. Tinha vezes que acabávamos pegando na mão um do outro e isso já não era mais um problema.

O problema era que Sirius tinha razão.

Toda vez que acontecia, eu sentia uma onda passar por mim. Como um espasmo. O meu desejo era de apenas puxar Sirius para mais perto e me agarrar a ele.

Era bem comum ele se jogar em cima de mim quando íamos dormir. No início era incômodo, mas também me acostumei à isso. Afinal, quando acordávamos, de alguma forma inexplicável, meu rosto sempre estava enterrado no pescoço dele.

Parecia que eu tinha um radar.

Eu ainda tentava fazer ele aprender algumas coisas na cozinha.

E havíamos conseguido uma vitória. Ele havia feito, não cem por cento, mas feito: um ovo!

Era uma grande vitória considerando tudo o que ele havia queimado até agora.

Eu testava a poção para os lobisomens quase toda semana. Havia tido ótimos progressos. E se tudo desse certo poderia começar a testar na próxima semana.

Sirius ficou muito orgulhoso quando contei para ele. Me parabenizando a cada segundo.

Confesso que isso havia feito algo dentro de mim ficar bem quentinho. Por mais bobo que isso soe.

Nesse pouco tempo também descobri que Sirius era bastante narcisista. Odiava qualquer tipo de leitura, e preferia mil vezes ficar voando o dia inteiro do que fazer qualquer trabalho doméstico. Era bem descontraído e não pensava muito no que falava.

Ter uma conversa séria com ele era impossível. A não ser que ele realmente quisesse.

Isso, no entanto, tinha o seu lado bom: eu ria com ele.

E infelizmente, muito.

Ele fazia parecer que tirar um sorriso meu era a tarefa mais fácil do mundo.

Eu adorava.

E estar na presença dele era cada vez mais sufocante e bom.

Sufocante porque eu me via cada vez mais preso nos detalhes do corpo dele.

Do rosto.

Era tão cimetrico.

Eu notava que ele não estava tão diferente de mim.

Me olhando de todas as formas que conseguia.

Isso significava apenas uma coisa...

Estava chegando aquela maldita hora.

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Quando ouço batidas na porta durante aquela tarde, me surpreendo. Nenhum de nós esperava alguma visita. Dumbledore iria nos avisar caso viesse nos visitar. Oque ele nunca fez.

Sirius abre a porta pois eu estava muito ocupado preparando o almoço.

Da cozinha, eu consegui escutar o momento em que ele gritou:

— Remy! J.J!

"Remy?" "J.J?" Pff. Onde já se viu isso? Apelidos? Por que não os chamar pelo nome? Ou melhor: pelo sobrenome! Meu marido deveria chamar dessa maneira, tão intima e carinhosa, apenas a mim!

Elo inquebrável // SNACKOnde histórias criam vida. Descubra agora