A lua cheia

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Pov. Severus.

Quando o sol já começava a se pôr, aparatamos para a casa dos Potter's.

Confesso que achei que seria maior e menos humilde, considerando que a família Potter fazia parte dos Sagrados 28 e não eram nada pobres.

Mas não, parecia aquelas casas de família. Onde, mais do que o dinheiro, o amor e carinho importavam.

Me senti constrangido ao entrar lá. Era, afinal, a casa de Potter.

Olhando os porta-retrato, senti inveja. Eles pareciam tão felizes. Pareciam se amar. Pareciam uma família.

Me senti ainda mais constrangido quando os senhores Potters abraçaram Sirius como se ele fosse filho deles.

Preferi ficar na minha, tentar ser invisível. Eu era muito bom nisso.

Mas acho que só com algumas pessoas já que a senhora Potter havia me notado no canto, todo encolhido em mim mesmo.

Com vergonha por estar presenciando uma cena tão amorosa.

Ela foi gentil comigo. Me ofereceu comida e bebida. Puxou papo comigo sobre as notícias do profeta diário e poções, porque Sirius sempre se comunicava com ela por cartas, e obviamente ele já havia falado de mim.

Logo percebi que o quatro olhos não podia ter puxado um ser tão doce. Provavelmente puxou o pai.

Ficamos conversando sobre pratos franceses na cozinha, tão perdidos na nossa conversa, que nem notamos os três delinquentes descendo para o porão.

Eu só notei quando as dores dos infernos começaram a me atingir. Primeiro na cabeça, parecia que ia explodir se eu apenas abrisse os olhos. Depois na minha barriga. Parecia que eu havia comido umas dez toneladas de comida.

Eu sentia que ia vomitar, quando Sirius apareceu lá.

Parecia sofrer o mesmo que eu, e também parecia cansado.

Ele me abraçou por uns cinco minutos e eu me sentia tão bem como nunca antes.

Quando me soltou, deixou um beijo na minha testa e voltou para o porão.

Os senhores Potter já haviam ido dormir, e eu tinha descobrido que o pai do quatro olhos era tão gente boa quanto a mãe.

A única pergunta que rondava a minha mente era: da onde foi que aquele traste veio?

Porque não era possível. Como alguém que é filho de pessoas tão boas, pode ser tão ruim?

Sirius voltou e ficamos abraçados por mais tempo que antes.

— Você está bem? — Perguntei a ele já que o mesmo parecia muito mal quando chegou.

— Estou. Eu só estava super enjoado. — Ele disse, sorrindo carinhosamente para mim. — Obrigado por ter vindo. Mesmo.

— Não precisa agradecer. Eu só vim porque não queria morrer.

— É claro. — Disse sorrindo
cinicamente. — Eu vou voltar pra lá.

— Mas eu ainda sinto um pouco de dor de cabeça.

— Eu sei. Eu também. Mas não posso ficar muito aqui, meu amor.

— Tá bom, então...mas volta em uma hora.

— Pode deixar.

Ele voltou um pouco mais de uma hora depois e eu sentia que ia morrer.

Nos abraçamos por quase vinte minutos, mas minhas entranhas ainda queriam sair para fora.

— Droga. Isso aqui não tá resolvendo, Severus. Ainda sinto qua vou morrer.

— Eu também. Acho que precisamos de mais contato.

— Única forma de termos mais contato um com o outro é fodendo. E eu não acho que devemos fazer isso agora...— Tinha certeza que meu rosto estava um pouco vermelho por ele ter falado aquilo. Por mais que seja verdade. — A não ser que você queira, é claro... — Disse com um sorriso malicioso no rosto.

Babaca.

—Não. Idiota.

— Tá, e o que fazemos então, Sev?

Eu não fazia ideia.

— Vocês podem se beijar. — Disse uma voz do nada. — Quando eu e Fleamont nos casamos, usamos esse feitiço, já que era bem comum em família puro sangue. Foi totalmente consensual, mas quando brigávamos e eu mandava ele ir dormir no sofá, sentíamos algumas dores. E quando eram tão dolorosas e insuportáveis que nem um abraço de uma hora resolvia, nos beijávamos. Acreditem, funciona.

Elfhemea deu uma piscadela enquanto ia se aproximando com um sanduíche na mão.

— Aqui, querido. Para matar um pouco a sua fome. — Ela disse, dando um beijo na minha testa e logo em seguida indo para o quarto. 

Eu não disse, um amor de pessoa.

Sirius olhou para mim, eu olhei para ele.

Ele arqueou uma sobrancelha e eu suspirei.

Coloquei o sanduíche na mesinha de centro e me ajeitei no sofá.

Estávamos sentados lado a lado. Grudados. Ele olhou para mim novamente e então foi aproximando a mão do meu rosto.

— Você já beijou alguém antes?

Fico vermelho.

— Já? — Pergunta ele novamente.

Balanço a cabeça, negando. Sentindo a vergonha me tomar.

Ele suspira. Parece ter gostado dessa informação.

Ele se aproxima mais e sinto sua respiração próxima a minha boca.

— E eu posso ser o seu primeiro?

— Não temos escolha.

— Claro que temos. Se você disser não, será não. — Ele tinha uma rara expressão séria enquanto falava isso.

Tão fofo.

— E-eu quero. — Digo depois de um tempo, me perdendo na beleza dele.

Ele solta um sorrisinho de canto e em um instante nossas bocas estão juntas .

Os lábios dele são macios.

Ele parecia saber exatamente o que e como fazer.

O beijo começou calmo. Mas quando nossas línguas se encontraram, ele se tornou mais violento.

Forte. Intenso.

Sirius parecia ter esperado uma eternidade por esse momento. Ele parecia com fome.

E eu era a comida.

Tão logo nos separamos, nos juntamos de novo.

Merda! Aquilo era tão bom!

— Sirius! — Disse uma voz, nos assustando. — Eu lá, cuidando de Moony, e você aqui lambendo o
seboso! — Era Potter.

— James não o cham-

— Não importa! Moony machucou a pata. Preciso da sua ajuda.

— O que?! — Exclamou Sirius, se levantando em um pulo, seguindo Potter para o porão.

Enquanto isso, eu ainda estava estático. Ainda pensando naquele beijo maravilhoso.

Merlin.

Sussurro me jogando no sofá enquanto, sem nem perceber, sorrio mexendo no meu cabelo.

Eu com certeza iria repetir aquele beijo.

◇◇◇◇◇◇◇◇◇◇◇◇

Elo inquebrável // SNACKWhere stories live. Discover now