Elo inquebrável // SNACK

uma última tentativa

Pov. Severus.

— Não fique assim, meu amor. Pense pelo lado bom: você vai ficar o resto da vida ao meu lado. — O sorriso no rosto de Sirius ao dizer isso era bizarro.

— Lado bom? Lado bom?! Como isso pode ser algo bom, Sirius?! — Eu estava com raiva. Muita.

Aquela biblioteca maldita não tinha o direito de pegar fogo.

Já havia se passado alguns dias desde aquele incidente.

Assim que chegamos em casa naquele dia, mandei uma carta a Regulos.

Se tinha outra família que teria registros desse feitiço, seria os Black.

Infelizmente Regulos não pôde fazer muito. Na casa dele, livros tão raros assim ficavam no escritório de seu pai. Sem a permissão para me emprestar, Regulos tentou furtar o livro. Acho que é meio óbvio que não deu certo.

Quando chegou uma carta dele onde a letra tremia tanto que era quase impossível de ler, eu entendi o que houve.

Pedi para que ele não tentasse mais, que eu daria um jeito.

Tinha que dar.

Mas, fora os Black e os Malfoy, nenhuma família era tão antiga a ponto de ter algo sobre o feitiço que não fosse o que já sabíamos.

Eu estava desesperado.

Ontem havia tido um sonho tão quente com Sirius, que foi impossível conseguir dormir sem me tocar.

Logo eu teria que me render e transar com ele.

Eu não sabia como me sentir com isso.

Um lado meu o queria tanto que as vezes ficava difícil respirar ao seu lado. Mas, também tinha aquele lado que tudo o que queria era distância dele.

Eu não sabia o que fazer.

— Eu acho isso algo maravilhoso. — Terminou ele.

Eu bufo antes de descer para o porão.

Para a minha infelicidade, ele vem logo atrás.

— Você não disse que a poção poderia começar a ser testada em lobisomens nesta semana? — A voz dele era tão irritante.

— Caso você não saiba, Black, lobisomens se transformam apenas na lua cheia. E outra, não temos um lobisomem de estimação onde podemos simplesmente dar a poção para ele testar. — Digo, revirando os olhos. Como uma pessoa pode ser tão burra?

— Ah, é. Você está certo, havia me esquecido desses detalhes. — Ele coça a cabeça, em sinal de constrangimento. Ou talvez sejam as pulgas. — Mas sabe, temos o Remus. Na lua cheia você pode dar a poção para ele testar.

Eu já havia pensado nisso. Mas eu não ia com a cara daquele esquisito. Parecia sempre orbitar em volta de Sirius.

— Eu não sei. Sabe que eu não tenho um histórico muito bom com os seus amiguinhos. — Mesmo não gostando daquela coisa, não podia negar. Os outros lobisomens que eram conhecidos eram apenas os do bando de Greyback.

— Eu posso falar com ele! Tenho certeza de que ele não vai recusar. — No instante seguinte, ele estava correndo para o andar de cima. Afim de mandar uma carta para Lupin.

Tudo que pude fazer foi suspirar. Se algo desse errado nessa poção, e Lupin sofresse, eu não me perdoaria. 

Então coloquei toda a pouca esperança que me restava naquela poção.

Pelo menos isso tinha que dar certo.

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