34. Descoberta

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"uma filha não deveria ter que implorar ao pai por um relacionamento" - Outros jeitos de usar a boca.

Eu sei que escapar das perguntas dos meus amigos, escapar da minha namorada mesmo correndo risco de ser a última vez que podemos nos se ver e as consequências podem ser gigantescas, é um perigo. Mas é exatamente isso, quando se trata de amor, quando se trata sobre fazer, sobre agir sem pensar, eu consigo ultrapassar todos meus limites.

O Uber parou em frente de casa. A Ferrari do Isaac está estacionada em frente a garagem, é sério que ele está aqui? Que porra está acontecendo?

Entrego o dinheiro para o motorista e saio do carro sem hesitação, acelerando meus passos para dentro de casa. Assim que piso na sala de estar, me surpreendo ao ver meu pai sentado no sofá com o queixo apoiado nas mãos, enquanto Morticia está de pernas cruzadas encarando o chão e Isaac está parado, encostado na parede. Todos eles parecem está com a mesma expressão facial: decepcionados.

— Está rolando algum jantar ou algo assim? — largo minha ecobag no chão e volto meu olhar para o Gomez. — O que você queria conversar?

— Eu esperava tanto de você, Wednesday. Tem noção de que, te coloquei nos melhores colégios, investir na sua carreira profissional, fiz de tudo e você jogou tudo no lixo? — meu pai se levantou, permanecendo com seu olhar fixo ao meu. — Estou decepcionado. Sinto nojo de você.

— Ainda não entendi o que você quis dizer, papai. — digo sarcasticamente e cruzo os braços de forma defensiva, observando seu semblante permanecer fechado.

Isaac se estica até o sofá e pega o controle, ligando a Televisão em um vídeo. Mostrando a primeira gravação, onde eu aparecia aos beijos com Enid no meu colo próximo a piscina, o vídeo no qual eu achei que havia apagado. Quando termina, Isaac vai para o próximo, onde mostra nós duas no complexo da Penha, nossas mãos entrelaçadas, os olhares. Não satisfeito, Isaac mostrou cada foto onde estávamos nos beijando, usufruindo da minha privacidade como se estivesse em um jogo de video-game.

Para finalizar, ele colocou o último, identifico ser o dia do Outback. A gravação está com uma qualidade ruim, mas ainda é visível. Enid está em cima do meu colo, me beijando de forma faminta, como se nossas vidas dependesse daquilo, é possível ver minhas mãos explorando suas costas, cada mísero detalhe, aquilo sim parecia uma obra de arte. Quando o vídeo acabou e a televisão foi desligada, o desespero me consumiu.

— Eu te dou carros de luxo, te dou um pagamento que matariam para ter, te coloco em escolas particulares para que seu ensino seja bom e que cresça de forma educada. E sabe como você me devolve? Transando com a porra de uma Sinclair. — Gomez suspirou pesadamente e passou a mão pelo rosto. — A única coisa que eu pedi para que você não fizesse, você simplesmente foi lá, e fez. O que é isso, Wednesday?

— Eu posso explicar. — dou ênfase, tentando encontrar as palavras corretas para usar e de alguma forma abaixar o caos que está começando a se transformar.

— Explicar? Quanto tempo iria continuar mentindo para o seu próprio pai? Vocês estão juntas há seis meses. Você trouxe ela para sua casa, beijou ela nesse lugar e em nenhum momento sentiu vergonha. — Isaac se intrometeu, com um sorriso sarcástico nos lábios, ele está adorando ver tudo isso. — Você é nojenta.

— Por que eu deveria sentir vergonha? — franzi o cenho, tentando receber alguma resposta. — Me diz Isaac, por que eu deveria sentir vergonha?

— Porque você tem dezoito anos, é inteligente o suficiente para saber o que é errado. Enid Sinclair é uma porca, favelada, que veio de uma família completa de ladrões. — respondeu com orgulho e cruzou os braços. — É o que eu disse Gomez, sua filha não daria certo comigo, ela prefere as sujas.

desejo proibido. | wenclairOnde as histórias ganham vida. Descobre agora