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Nailea olhava para o teto de seu quarto escuro, a chuva atacava a janela furiosamente, enquanto ela sentia algumas gotículas espirrarem ao pé da cama

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Nailea olhava para o teto de seu quarto escuro, a chuva atacava a janela furiosamente, enquanto ela sentia algumas gotículas espirrarem ao pé da cama. Mesmo que mais da metade da janela estivesse fechada, sobrando apenas uma fresta para circular o ar.

Nai já havia meio que se acostumado com a pequena dorzinha que se instalou em seu peito, não havia muito o que fazer.

Há dois dias ela estava possessa de raiva quanto a Vincent, mas naquela madrugada, não mais.

Pelo menos não tanto quanto antes.

Estava sendo como ele mesmo havia dito em sua carta, "não podemos obrigar pessoas a ficarem."

Estava certo de que poderia dar motivos para ela não ir embora, mas Nai não tinha muitos motivos para oferecer a ele.

Quer dizer, Nailea não era espetacularmente bela, por mais que Heather fosse a porra de um pé no saco, a loira ainda sim era mais bonita. Era melhor.

Isso não a deprimia totalmente, não era como se Nai não tivesse uma boa autoestima. Mas é certo de que algumas pessoas são mais bonitas do que as outras, e não há muito o que se fazer quanto a isso.

Deitando-se de lado e cobrindo-se até as bochechas com o cobertor quentinho, Nailea se sentiu confortável em seu próprio quarto pela primeira vez em muito tempo.

Ela não sabia muito bem se era pela chuva, já que chuvas têm um poder curador que lava suas dores e relaxa sua alma, mas ela se sentiu confortável e bem pela primeira vez em uma semana.

As vezes Nailea se perguntava se Vincent fugiu, talvez o flagra no corredor junto da loira tivesse sido demais para ele, e com isso, ele simplesmente decidiu cortar laços invés de se explicar.

Covardia. Isso seria covardia.

Respirando fundo, Nai fecha seus olhos e se aconchega melhor na cama fofinha, sentindo a brisa gostosa da chuva se espalhar em seu rosto.

Quando Nai estava quase pegando no sono com o barulho da chuva e alguns respingos distantes atingindo sua bochecha, um barulho alto a fez pular em sua cama.

Era como se algum tipo de vidro tivesse quebrado dentro de seu próprio quarto.

Nailea observou o lugar a sua volta, não havia sinais de um intruso. Então ela pensou, estava acontecendo fora do quarto.

A varanda de Vincent!

A garota sentiu um gosto estranho na base da língua, como se estivesse prestes a vomitar.

Depois de tanto tempo, será que Vincent finalmente havia voltado?

Nailea estava com medo de descobrir, pela primeira vez, sua curiosidade ficou de lado quando ela permaneceu sentada na cama, temendo ir até a janela.

Uma respiração, duas. Foi quando ela ouviu como se fossem socos em uma plataforma de madeira.

Deixando sua curiosidade a tomar, Nai se esgueira para fora da cama, os pés quentes causando um arrepio em suas pernas quando entraram em contato com o chão frio.

Andando em passos curtos e hesitantes, Nailea se põe a andar, espiando ligeiramente sobre a janela.

Imediatamente seus olhos se arregalaram como dois pires.

Vincent estava na chuva, o carro aberto, uma garrafa de alguma bebida estava em sua mão, enquanto a poucos passos de distância uma outra estava despedaçada.

Nailea sentiu seu peito apertar, decidindo se iria ou não ajudá-lo.

Mas, para quê?

Ele a deixou sozinha sem explicações por uma semana consecutiva! Sem se importar com seus sentimentos e sem ao menos dizer qualquer palavra sobre isso. Seja lá o que fosse, Nailea desta vez não iria correr para os seus braços. Seria tolice.

Uma barulho a fez sair de seu devaneio, a chuva havia diminuído mas ainda estava forte. Entretanto, pequenos soluços podiam ser escutados por ela.

Vincent... Vincent estava chorando?

De repente uma onda de pena encheu o peito dela.

Céus, ela realmente não aprendia.

Calçando seus sapatos, Nai procura sua capa de chuva que estava em algum lugar do seu guarda roupa.

Iria ajudá-lo, tirá-lo da chuva, e nada mais.

Por mais que o coração de Nailea fosse bom, havia limites.

Descendo as escadas, Nailea não pensou em ser cuidadosa, até porque o barulho da chuva abafava qualquer ruído.

Atravessando a porta silenciosamente, Nai contorna a casa, indo até o portãozinho que separava as duas casas.

Foi então que ela o viu.

De repente tudo que Nailea havia tentado reprimir em toda essa semana, invadiu o peito dela como um raio. Um misto de sentimentos se instalou em seu ser. Ela não sabia mais identificar qual era qual.

Quando ela se aproximoua mais, cautelosa e observadora, Vincent não a viu.

O garoto estava em um estado deplorável. O corpo encharcado e trêmulo, os soluços altos e dolorosos e as mãos vermelhas e sangrentas, acompanhadas de uma garrafa de Vodca já consumida pela metade.

Nailea sentiu receio de se aproximar, então só o chamou.

── Vincent? ── A voz saiu sussurada. Um toque de cautela e preocupação.

Vincent pensou ter escutado a voz da morena, então afundou ainda mais o seu rosto na manga do seu moletom.

── Pare de pensar na Nailea, caralho! Você conseguiu a perder. Fez a única coisa boa da sua vida de merda desaparecer, assim como todos que um dia te amaram algum dia.

Nai sentiu seu peito afundar. Se ele realmente se arrependia, por que ele não disse?

── Vincent! ── Desta vez foi alto, claro e firme.

O garoto levantou os olhos em surpresa. Não estava imaginando coisas. Ela estava ali. Ela realmente estava ali!

Imediatamente os olhos vermelhos ganharam novas lágrimas. Nailea assistiu a chuva se misturar com elas. O único indício de que o garoto realmente estava chorando foi o soluço que escapou de seus lábios.

Céus, será que foi uma boa idéia ter vindo ao jardim?

Céus, será que foi uma boa idéia ter vindo ao jardim?

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