(CONCLUÍDO) Os vinte e pouco anos definem muita mais nossas vidas que os trinta. Para Seokjin, tudo começou bem antes de completar os vinte, pois ele conheceu seu primeiro e único amor, quando começou a lutar profissionalmente e quando perdeu tudo...
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Ainda existiam coisas que Jungkook não havia deixado para trás, o medo de um relacionamento novo, o amor por Kim Seokjin e as marcas de um relacionamento abusivo. Uma vez disseram para ele que foi karma, mas não havia feito nada para pegar por um pecado tão detestável ao ponto de sofrer como sofreu.
— Achei que nunca mais ia voltar. — Taehyung jogou as pernas no sofá chique de Jungkook. — Ou só veio pro meu noivado?
— Os dois. Eu não gosto muito dessa cidade, me sinto angustiado. Tenho medo do Jihoon sair e me achar, sabe?
— Jihoon tá preso, Jungo. — Taehyung disse e abraçou Jungkook quando ele sentou no sofá. — Preso para o resto da vida dele. Tio Jeon não permitiria ele sair.
— Meu pai não é Deus pra decidir nada.
— Mas é um juiz.— Taehyung sentiu o corpo de Jungkook tremer. — E... Sabe quem vai pro noivado?
— Quem...— Jungkook arregalou os olhos já sabendo quem seria. — Ah não. Você não vai fazer isso.
— Ah, não temos mais 20 anos, mas é tão bom fazer trabalho de cupido.
— Taehyung, não faça isso. Com certeza Jin me odeia e eu não quero vê-lo. Você sabe que eu ainda sinto muito quando o assunto é ele.
— Eu sei, mas se Seokjin ainda é o cara que você ama, não entendo por qual motivo vocês não podem voltar?
— Eu traí ele.
— Você traiu para salvar ele. Se contar a ele que conseguiu fazer com o filho da puta Jihoon tirasse o processo, que foi pra ajudar ele...
— Seokjin vai pirar. — Jungkook se ergueu do sofá sem querer ter aquela conversa. — Lembra das flores que ele mandou? Eu sei que ele quis vim me ver, eu o conheço, imagine se ele souber dessa merda. O deixe longe de mim.
Jungkook não dormia a noite, desde o último relacionamento com Jihoon que tudo se tornou um breu. No começo, entendia quando Namjoon jogou em sua cara tudo o que fez em relação a Seokjin, demorou para que seu ex cunhado voltasse a ter simpatia por ele, mas não merecia ter sofrido o que sofreu com Jihoon. Se recorda que foi realmente muito inocente, quando decidiu ficar com Jihoon para salvar Seokjin se perguntou se não poderia ao menos aproveitar de algo do relacionamento que tinha como finalidade apenas tirar Seokjin do corredor da morte.
No começo, Jihoon era ótimo, um namorado e tanto, mas Jungkook era mais frio, não tinha tanto chamego assim, mas se sentia na obrigação de ainda estar com aquele homem. Logo, as coisas se tornaram mais problemáticas, Jungkook se sentia na obrigação de fazer qualquer coisa para Jihoon para suprir a culpa que sentia em relação a Seokjin. Pagar seus pecados sendo agredido sexualmente e verbalmente parecia justo pelo quase que fez Jin passar. Era isso que achava.
Quase morreu. Jungkook não sabe como ainda estava vivo após ter perdido as forças para que pudesse se defender de ter sido espancado após Jihoon descobrir que só estavam namorando para salvar Seokjin. Perdeu suas forças. Quando seu pai lhe achou, Jungkook estava amarrado, usando peças de roupas fetichistas de courino e o corpo inteiro marcado. Jeon Jungsook foi mais que cruel com Jihoon, ele tirou tudo da família do rapaz, dele e até mesmo das próximas gerações, se é que tivesse próximas gerações. Depois disso, Jungkook voltou a morar com os pais e até mesmo quando decidiu ir para outra cidade, os pais também iriam. Demorou muito para que a volta do cordão umbilical crescesse por conta de sua quase morte fosse cortada, mas ainda sim, todos os dias tinha que ligar ao menos duas vezes para sua mãe e dizer que estava bem.
