Re conquistar

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Um covarde vive mais. Era isso que Seokjin era, um covarde que sobreviveu. Um covarde que amar era tão dolorido que ele nem ao menos chegava perto do precipício, até porque ele era um covarde. Mas, o que é que Jungkook era? Não. Jungkook não era um covarde. Ele estava certo em achar que Seokjin não o merecia. Não, certo não, ele achava que estava certo. Mas isso era óbvio que iria fazer parte de seu martírio. Seu coração estava tão machucado e sujo que não fazia sentido abraçar Seokjin, o pegar para si. Como iria mostrar seu coração? Como poderia mostrar para Seokjin o seu lado mais feio? As marcas que foram deixadas por conta de um relacionamento ruim, não só as marcas psicológicas, mas também as físicas. Se Jungkook levantasse sua camisa poderia ver que as marcas físicas nunca sairiam. E imaginar Seokjin às vendo, não lhe fazia ter boas sensações.

— Esse casamento do Taehyung no meio da semana, me deixou toda perdida. — A mãe de Jungkook colocava sua mala na sala, tirando os sapatos e jogando os longos cabelos para trás. Era uma mulher que tinha menos de 1,60 metros. Ela usava saltos altos enormes como se fosse algo super normal, tudo isso para não parecer tão minúscula ao lado do marido. Era uma mulher de cabelos cacheados pintados de castanho claro. Os olhos, Jungkook havia puxado dela, grandes e expressivos. — Essa casa é linda, filho. Mas não acha que deveria morar mais perto de Taehyung?

— Aqui é seguro, não precisa se preocupar. — Tsuki encarou Jungkook, não gostando dessa questão de não precisar se preocupar. — Não me olha assim, mãe.

— Como não irei me preocupar, Jeon Jungkook? Você é igual ao seu pai.

— Tsuki, me tire desse bolo. — Jungsook entrou na casa olhando ao redor, provavelmente procurando algum defeito para ele tirar sua maleta com 500 ferramentas para consertar. — Essa casa não é longe demais do Taehyung? A promessa foi ficar perto do Taehyung.

— Aqui é seguro. Tem segurança 24 horas, pai.

— Besteira. O único lugar seguro pra você é onde eu e sua mãe também está. — Senhor Jeon resmungou.

— Pai, o senhor poderia colocar algumas prateleiras para mim na cozinha e meu forno tá todo estranho. — Jungkook chegou perto do pai que o olhou desconfiado. — Por favor?

— Tsuki, onde eu enfiei meus óculos?

— E eu lá sei? Não é mais fácil pagar alguém pra consertar isso, Jungsook?

— E gastar dinheiro? Ele tem pai ainda, se tem pai, o pai conserta.

— E se ele tivesse só mãe, hein? — Tsuki falou alto.

— Lá vem você, mulher chata. Não vou responder isso.

Jungsook demorou um pouco para aceitar o filho, ele realmente foi teimoso, mas nunca deixou de ser amoroso e participativo. Poderia ficar olhando de longe, mas todos os dias levava e buscava Jungkook na escola, ia nas reuniões, dava beijo de boa noite no filho, ouvia as reclamações e deixava que Jungkook se vestisse do jeito que quisesse, desde que avisasse quando fosse sair, com quem e como. No começo parecia um controle absoluto, mas Jungsook quando afrouxou as amarras de Jungkook quase o perdeu, ele estava certo de certa forma.

— E lá vai ele tirar a camisa para consertar o forno. — Tsuki disse e foi dito certo, Jungsook tirou a camisa ficando apenas de bermuda e uma sandália de dedo.

A presença dos pais fazia Jungkook ficar mais aliviado, era como se estivesse protegido e bem, quando estava só, ele tinha a sensação de que a qualquer momento algo pudesse acontecer e não gostava disso, mas também não poderia morar eternamente com seus pais.

— E aí, essa sua cara de morto vivo deve ter motivo. — Tsuki sentou no sofá de Jungkook esticando suas pernas doloridas. — Taehyung me contou que Seokjin vai ser o padrinho.

First Love | JinkookOnde histórias criam vida. Descubra agora