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— Gatinho, gatinho, gatinho — uma voz masculina gritou, como se ele fosse um gato. Começou a abrir os armários do outro lado da cozinha.

O corpo inteiro de Jimin tremeu e sua mão agarrou a faca com força suficiente para a madeira cravar na palma da mão. Fechou os olhos e o ouviu bater nas coisas. De repente, algo bateu no balcão acima de si. Mordeu de volta um gemido de terror. Talvez ele não pense em olhar dentro dos armários inferiores, orou fervorosamente.

Sua sorte acabou quando a porta do armário abriu ao seu lado. Checou dentro e agarrou seu braço esquerdo. Um aperto brutal o arrastou para fora de seu esconderijo com um puxão rígido.

— Te achei, seu pequeno gato vadio.

— Não sou uma gato — Informou-lhe com uma voz trêmula. — Sou tão humano quanto você é.

Puxou-o dolorosamente em pé e olhou para si. Parecia estar em seus vinte anos, tinha cerca de um metro e setenta, com uma aparência robusta. Uma tatuagem apareceu no colarinho da sua camisa.

— Não ligo para o que você é. Agora você está morto. Este é o nosso país e esses malditos animais de duas pernas precisam morrer. — Checou por trás dele até a cintura da calça jeans para retirar um revólver.

Jimin viu a arma e entendeu que planejava matá-lo, apenas dar um tiro em si. Puro terror o pegou quando mergulhou a faca em seu peito. Olhou em seus olhos quando a lâmina o atingiu, deslizou pela camisa, na pele, e viu seu olhar verde ampliar com o choque. Ele tropeçou para trás, arrastou-o pelo braço, e o cortou a mão com o cabo da faca embutida no fundo do seu peito. Sangue derramou na frente dele e em si. Seu braço com a arma levantou quando tentou fazer um último esforço para matá-lo.

Jimin agarrou seu pulso com as duas mãos e se esforçou para impedi-lo de apontar para si.
O toque no seu braço apertou, causando-lhe dor, mas depois diminuiu quando ele enfraqueceu. Seus joelhos cederam e ele caiu sobre os azulejos do chão da cozinha. Um horrível gemido, juntamente com o sangue vermelho brilhante, derramou de sua boca. O menor gemeu horrorizado do olhar do homem travado com o seu, sua dor, terror e raiva claramente exibidos lá. Soltou seu braço. Também soltou a arma, que caiu no chão um segundo antes dele cair para trás.

Park olhou para ele em silêncio. Estava deitado de costas com a suas pernas torcidas sob suas coxas numa posição estranha. Seus olhos estavam abertos, o sangue acumulou formando poças sobre o azulejo branco e fez alguns suspiros irregulares. Um leve ruído borbulhante atingiu seus ouvidos. As mãos dele estremeceram, contraíram, e piscou antes de dar seu último suspiro. O cabo da faca se projetava em seu peito e atingiu seu coração por onde o esfaqueou. Engoliu a bile que subiu quando o som de um vidro quebrou nas proximidades. O som veio da outra sala, tirando sua atenção do cara morto a seus pés.

Seus instintos assumiram. Pegou a arma do chão. Agarrou com as duas mãos, a arma fria e pesada, e ajoelhou-se por trás do balcão da cozinha, espiando por cima do balcão as entradas apenas para a cozinha. O vão de entrada da sala de estar e da sala de jantar eram suas únicas rotas de fuga. Usou o balcão para proteger seu corpo e apontou a arma entre as duas aberturas. Planejava atirar em tudo que se movia.

Não teve de esperar muito tempo até que alguém fez um barulho na sala de jantar quando bateram em uma cadeira. Apontou a arma nesse sentido, certificou-se se seu corpo permanecia por trás do balcão, e usou a parte de cima do balcão para se segurar e suas mãos seguravam firme a arma. Tremia assustado, e tinha acabado de esfaquear um homem até a morte. Tirou esse fato da sua mente, sabendo que entraria em pânico se pensasse. Não teve tempo para pensar nas repercussões do que tinha de fazer para sobreviver.

O cara com a arma entrou na cozinha, rodopiando para dentro da sala como se não tivesse nem aí pro mundo. Isso mudou instantaneamente quando o viu com a arma apontada para ele. Abriu a boca, seus olhos se arregalaram e então reagiu. Parecia se mover em câmera lenta quando começou a baixar o cano da espingarda na sua direção. Sua boca comprimiu em uma linha apertada de determinação para atirar, mas Jimin puxou o gatilho primeiro. O som ensurdecedor quando a arma disparou.

Fury - JikookWhere stories live. Discover now