MY TIME • JK

CAP 18 - Grude igual cola

Eu definitivamente não tinha escapatória.
Quando cai no chão, bati a cabeça e logo senti uma leve tontura tomar conta de mim. Minhas mãos e joelhos ardiam, provavelmente elas ralaram sobre o chão. Mas essas coisas não me importam muito no momento, já que o medo do meu "perseguidor" me atingira de modo estrondoso.

— SOCORRO! - Gritei segundos depois que caí, o que era uma tentativa completamente falha. Com certeza o homem me alcançaria logo.

— Haeyun!?? - Do lado oposto aonde vinha o perseguidor, uma voz masculina ecoa, me trazendo a sensação de alívio. – O que aconteceu?

Era Jungkook. Ele correu imediatamente em minha direção e me ajudou a levantar.

— Tinha alguém me perseguindo bem ali, parecia ser um homem...- Aponto para o lugar, mostrando ao mesmo.

— Eu vou verificar, fique aqui.

Me sento em um banco ao lado e por um breve momento sinto minha cabeça latejar. Ao tocar minha testa, sinto algo líquido e quente, era sangue. Eu realmente me machuquei!

Olho para onde estava Jungkook e o mesmo já vinha em minha direção, com sua feição preocupada, se abaixando a minha frente e verificando minha testa.

— Droga Haeyun, você se machucou!

— Você conseguiu ver alguém??

— Não se preocupe com isso agora, não havia ninguém lá. Toma esse lenço, vou te levar para casa e tentar dar um jeito nesse machucado.

— Mas e meu pai, a April e Hyunjin? Eles...- Sou interrompida.

— Eles vão ficar bem. Peço ao Tae para levá-los para casa, e você avisa seu pai que houve um imprevisto. Você não vai querer entrar assim na festa, não vai?

— É, meu pai ficaria preocupado se me visse assim...mas é sua premiação, você não deveria sair, Jungkook.

Em alguns segundos pude ver o sorriso desajeitado do rapaz, sorriso na qual até os seus olhos acompanhavam. Ele balança a cabeça e logo se levanta, verificando o horário em seu pulso.

— Pode até ser, mas me viro com seu pai amanhã, ele não vai me punir! - Ainda sorriso ele estende a mão para mim. – Vamos, noona. Vou mandar mensagem para o motorista nos pegar aqui.

Ele me levanta, me deixando um pouco mais próxima a ele. Sem demora ele pega seu smoking e cobre meus ombros do frio. Ele educadamente põe a palma da sua mão sobre minhas costas, me direcionando ao estacionamento. Eu o acompanhei, mas pequenos flashes do passado me vieram a mente, e então paralisei.

— Jungkook, não.– O moreno, confuso, também para de caminhar. – Podem nos ver e tudo aquilo pode voltar a tona.

Disse eu com os olhos lacrimejando enquanto eu apertava um pedaço do tecido do smoking, nervosa com toda a situação que poderia acontecer. Por outro lado, JK se mantinha sério, com sua mente longe, provavelmente estava pensando no que dizer. Sem demoras vejo ele se aproximar de mim, olhando dentro de meus olhos, fazendo um leve carinho em minha mão, na qual ele acabou de pegar.

— Te prometo que não vou deixar isso acontecer novamente. Não vou deixar te atacarem, noona! Fique tranquila, está bem? Agora somos adultos e saberemos resolver esse assunto.

Confirmo com a cabeça, deixando uma lágrima escapar. Ele, com sua mão livre, seca meu rosto, logo assim fazendo uma leve carícia, o que me surpreendeu, fazendo o olhar nos olhos. Eles brilhavam como na época que éramos próximos, e era um olhar de ternura, aconchegante e intenso, sem dúvidas era intenso! Mas havia algo diferente ali, pois meu coração estava acelerado, minha mente naquele momento só sabia pensar o quão perto estávamos um do outro e o quanto o moreno estava atraente. Naqueles minutos de silêncio pude sentir o maior se aproximando ainda mais, assim como seu rosto também estava.

O que estava acontecendo comigo? Porque estou me deixando levar com isso? Eu só sei que cada passo, cada respirar e cada batida do meu coração pedia para continuar. Com os olhos fechados eu podia sentir a respiração de Jungkook, indicando sua proximidade, e sem muita demora, pude sentir também a ponta do seu nariz e sua testa tocando delicadamente o meu, me fazendo respirar fundo de puro êxtase. Quando nossos lábios finalmente iam se tocar, ouço o celular do Jungkook tocar, nos tirando do transe e nos afastando. Me virei de costas por alguns segundos, tentando me recompor da doideira que eu ia cometer.

— Ah, ok! Estamos indo. Obrigado. - O rapaz desliga o telefone, suspirando enquanto coçava a cabeça.

— É... Vamos? - Pergunto, já andando em direção ao estacionamento.

— Sim, vamos.

[POV-APRIL]

Enquanto ainda conversávamos em roda, eu batia papo com Taehyung e Hyunjin. Estava uma conversa sadia, mas eu podia sentir um climão entre nós três. Hyunjin não parecia muito a vontade, assim como Taehyung também não parecia muito legal naquele momento. Aquilo estava me incomodando, completamente!

— Ei, vocês dois já se conhecem a algum tempo?  - Questionei, puxando algum assunto que quebrasse esse clima.

— Sim, eu trabalho para ele tem alguns anos, lembra? - Hyunjin diz, sorrindo fraco.

— Eu já vi ele em alguns set de gravações, algumas reuniões, mas nunca chegamos a conversar. - Taehyung em fim se pronuncia.

— Ai que ótimo! Agora vocês tem a oportunidade de conversarem agora! Enquanto isso, vou ali pegar algo para beber, está bem? Licença aí. -  Me retiro o quanto antes possível.  Se há algum confronto entre eles, vai ter que ser resolvido agora mesmo.

[POV-TAEHYUNG]

April nos deixa a sós, indo pegar sua "bebida". Eu não sei qual é o propósito disso, mas não fazia sentido algum. É claro que não consigo esconder minha insatisfação por conta da presença desse Hyunjin. Ele não desgruda um momento sequer da April! Eu queria conversar com ela, mas ele sempre vinha puxando assunto também. Estava óbvio que ele também não estava gostando da minha presença.

É minha querida April, sua ideia não é nada boa!

Tanto ele quanto eu nos mantínhamos quietos, observando o movimento a nossa volta. Mas nada de conversa! Estava um tédio, completamente. Em alguns minutos meu celular vibra, indicando uma mensagem do JK. O mesmo me avisou que teve que sair, e pediu que eu levasse April e Hyunjin para casa quando o evento acabasse.

Como se não já bastasse esse momento constrangedor, vou ter que levar o "amiguinho" pra casa. Guardo o celular em meu bolso e dou um grande gole da taça de bebida.

— E aí? Conversaram? - April volta.

— Bastante! - Digo, sorrindo bem irônico.

— Hm... isso é bom! - O silêncio reina novamente. — Quer saber? Quero dançar! Quem vem?

— Vamos juntos! – O moreno cabeludo é ágil ao se propor. Segurando na mão da cacheada e indo para a pista. Eu pudia sentir o quanto ele estava se vangloriando disso.

— Estúpido. - Pego mais uma taça na bandeja que passava próximo de mim enquanto via o mesmo se grudar como sempre na April.

(Continua)