Capítulo 64

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Quando Lena estacionou o carro diante do prédio onde sua loirinha morava elas não se moveram e a atitude silenciosa de Kara estava deixando-a mais nervosa do que quando foram à fazenda dos Kent.

— Quer que eu suba, ou que eu vá embora?

— Lena – Kara respirou fundo antes de prosseguir – se importaria de ir?

— Não, claro que não. Tudo bem.

— Obrigada. – Kara a beijou rapidamente e saiu do carro.

— Te ligo quando...

— Amanhã, me ligue amanhã, tudo bem?

— Claro, sem problemas. – Kara já estava para entrar no prédio quando Lena a chamou – Ei loirinha, adorei o vestido, boa noite.

Lena não esperou resposta e deu a partida no carro. Kara olhou para a portaria e por um instante pensou em sair voando e procurar alguma coisa para fazer que a desobrigasse de entrar em casa porque podia ouvir as vozes alteradas de Eliza e Alex discutindo seu relacionamento com Lena. É, seria uma longa noite.

— Uma Luthor, Alexandra, uma Luthor! Como raios deixou isso acontecer?

Alex passou a mão exasperada pelos cabelos e olhou suplicante para Kelly que fazia um chá para tentar acalmar os ânimos. Estava assustada com a reação de sua sogra que sempre fora tão compreensiva e equilibrada, mas aquela mulher a sua frente estava longe disso. Eliza Danvers chegou à cidade a cerca de uma hora e estava gritando com Alex no apartamento de Kara a mais ou menos vinte minutos.

— Mãe, Kara é adulta sabe o que está fazendo.

— Ah ela sabe? E você, como sabe que isso não é uma armação dos Luthors para matar sua irmã, Alexandra? Pode me dar certeza absoluta de que não é isso?

— Mãe, entendo que esteja preocupada, mas Lena não é como os outros Luthors. Ela já deu provas mais do que suficientes de que seus sentimentos por Kara são reais.

— Assim como os meus por ela, Eliza.

— Kara – ao ouvir a voz da filha Eliza desvia o olhar para ela – A Luthor, Kara!? Confia nela?

— Mãe – Kara se aproximou da mãe e a abraçou – Ela é maravilhosa, e eu confiaria a vida da Alex à ela – piscou para a irmã por cima do ombro de Eliza.

— Eles são perigosos, Kara, ainda não conheci nenhum Luthor bom ou que não quisesse matar uma de vocês e a atitude de Lena para com você não ficou muito longe disso quando contou a ela que você era a Supergirl e agora você quer que eu aceite que estão em um relacionamento sério e que não é mais um plano dos Luthors para te matar filha? Como posso fazer isso?

— Dando uma chance a ela, Eliza. Vai se surpreender.

— Vou? É por isso que sou a última a saber disso? Hum? E soube pela Marta e não por você? Diga-me, Alura já a conheceu? Já sabe que estão se relacionando?

Kara abaixou os olhos e sentou-se no sofá sendo seguida por Alex, se sentiam como crianças que pegaram o pedaço de bolo antes do parabéns.

— Excelente. Pretendiam esconder isso de mim até quando?

— Não estava escondendo, Eliza, só que não tinha surgido a oportunidade ainda. – Kara respondeu.

— Mãe, no começo também fiquei desconfiada, ainda mais depois das coisas que Lena fez contra Kara quando soube que era a Supergirl, não posso te dizer que ela é uma pessoa fácil de se lidar, afinal é uma Luthor, mas...

— Alex!

— Mas é a verdade, mas ela é louca de amores por Kara, mãe. Chega a dar diabetes ver as duas juntas. Isso sem falar que a teimosia Luthor, que é gritante nela, ajuda a colocar minha irmãzinha na linha.

— Achei que estava do meu lado – disse Kara dando um leve tapa em seu ombro.

Eliza sentou-se no outro sofá e olhou as filhas antes de passar as mãos pelos cabelos e cobrir o rosto em um longo suspiro para em seguida encará-las de volta:

— Dar uma chance a ela?

— É só o que eu peço, ela vai conquistar sua confiança e verá que não tem com o que se preocupar. Eu, nós vamos ficar bem.

— Ok – respondeu por fim após alguns segundos em silêncio as olhando – Mas quero falar com ela sozinha e isso não é negociável Kara Danvers e nada de ficar ouvindo minha conversa, entendeu?

Ao Som do CoraçãoWhere stories live. Discover now